Os nadas que mudaram tudo
Nos quadrinhos, estamos, de modo geral, acostumados a focar nossa atenção nos antagonistas e protagonistas, seus collants de cores berrantes e respectivos sidekicks, dar alguma atenção aos personagens secundários de algum peso na história (Parentes, amigos e o eventual personagem-não-tão-importante-mas-que-ajuda-o-herói-e/ou-sabe-a-identidade-do-mesmo) e ignorar completamente o resto.
Ao ignorar a “arraia-miúda”, no entanto, há a possiblidade de ignorarmos, também, elementos essenciais à própria existência do personagem, em cujas histórias você investiu seu precioso papel moeda. E, neste breve, porém solene momento, prestarei minhas homenagens àqueles fulanos que moldaram a história da Nona Arte.
1. Cientista Desatenta Desconhecida e Bandido Qualquer: Os verdadeiros pais do Homem-Aranha
Se você está lendo o bacon, deduzo que, por mais que você tente esconder esse fato, sois um(a) nerd. Portanto, você sabe que Peter Parker ganhou agilidade e força sobrehumanas e o “Sentido Aranha”, entre outros, ao ser picado por uma aranha radioativa. Mas, o que causou isso? Falta de atenção, claro! Se a pesquisadora responsável tivesse lacrado/trancado o local onde a aranha estava guardada corretamente, Parker nunca seria mordido (Ele também tem culpa, por não conseguir tirar o foco do decote da Mary Jane; mas, ela era uma gordinha ruiva, tá desculpado). Até aí, grande coisa. Peter queria usar os poderes para virar um luchador mascarado e arranjar grana pra impressionar a vizinha.
O problema foi a morte do Tio Ben. Se ele não fosse morto por Bandido Qualquer, Parker acabaria seguindo a carreiras de lutador de luta livre, desperdiçando o intelecto de gênio com estratégias para vencer lutas que ele dificilmente perderia.
2. Joe Chill: O criador do Batman.
Ok, esse aqui é um tanto óbvio. Se Joe Chill não houvesse assassinado Thomas e Martha Wayne, o Morcegomem nunca teria existido; Bruce Wayne seria apenas mais um playboy com dinheiro saindo pelas orelhas. Ao matar Papai e Mamãe Wayne (Sem querer; o puto não tinha nada de especial, e provavelmente só queria grana para gastar em batatas fritas com café coxinhas com Coca-Cola e uns jornais para se cobrir), JC fez com que Bruce Wayne se empenhasse em livrar Gotham do mal que matou seus pais. O que a fome não causa…
3.Steve Trevor: A irrelevância que deu origem a outra
Existem heróis e heróis. Há aqueles como Wolverine, Superman e os supracitados Batman e Spiderman, reconhecidos por qualquer pessoa que não passou os últimos 80 anos morando numa tenda de pele de pinguim nos confins da Antártica.
Há aqueles que são conhecidos, mas não têm tanto apelo, como Aquaman, os Lanternas Verdes, Capitão América e qualquer X-Men que não seja Wolverine, Magneto ou o Professor Xavier.
E, claro, existem aqueles que habitam um limbo mesmo na mente daqueles que se interessam por HQs, como Cavaleiro da Lua (Que eu acho interessante, mas ninguém nunca parece se lembrar), Metamorfo, aquele outro cara lá (Você sabe quem, o que fez aquela coisa com aquele cara naquela edição daquela revista) e Mulher Maravilha.
E há Steve Trevor.
Diana vivia uma vida normal de Amazona: Criada diretamente por Afrodite, sem necessidade de objetos fálicos (Ou não, sabe-se lá o que uma deusa entediada do amor e sexo guarda na gaveta de meias), a pequena Diana cresceu como qualquer conterrânea sua: Passando por treinamento militar exaustivo para se tornar uma guerreira capaz, aprendendo medicina básica e resistência a magia, hiperatrofiando a habilidade natural das mulheres de detectar mentiras. Você sabe, o básico.
Um dia, durante a Segunda Guerra Mundial, o avião do cara simplesmente cai em Themyscira. Resgatado por Diana, que se apaixonou por ele, Trevor se salva e volta para os US of A, deixando a pobre amazona sofrendo de amores. Ela, não aguentando a saudade, abandona a própria sociedade e corre no encalço do puto, que vai se tornar a versão barbada de Lois Lane, babando pela Mulher Maravilha enquanto ignora a “boa amiga” Diana.
E vocês, de que arraias-miúdas importantes se lembram?
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