O Mágico (L’illusionniste)
Um ilusionista francês desempregado abandona a capital francesa no final da década de 50, em busca de um público que ainda se interesse por sua arte, até que em uma de suas viagens encontra uma jovem chamada Alice. Assim eles continuam junto, ele a procura de reconhecimento e um emprego, e ela de uma aventura diferente do que está acostumada.
Quem não se lembra de filmes como A Espada Era a Lei (1963)? Esse filme, entre outros, são os clássicos da animação que levaram as multidões a gostar desse gênero de filme, não importando a idade ou sexo da audiência. E é claro que algo tão amado quanto as animações manuais tinham que ter um espaço no Oscar de 2010 para melhor longa animado. Quem viu o Oscar viu os 3 indicados para melhor longa que foram Toy Story 3, Como Treinar o seu Dragão e O Mágico. Ok, nada de novo, mas O Mágico não foi exatamente tão bem divulgado quanto os outros, e já que tive o prazer de assistir, vou tentar falar um pouco sobre o filme.
Primeiro sobre a animação: A animação no cinema mudou muito com o tempo, principalmente com a invenção do CGI (Computer-generated imagery, ou Imagem Gerada por Computador no protugues português), sendo Toy Story o primeiro filme a ser inteiro feito de CGI, assim podemos usar o próprio filme como marco da animação.
Antes de Toy Story, a maioria da animação era feita manualmente, os maiores exemplos sendo Rei Leão (1994), Bernardo e Bianca (1977), entre outros vários filmes. Esses filmes, apesar de serem mais velhos que a maioria de quem os viu (Digo por esperiencia própria, afinal sou de 1988) fizeram parte da vida delas, não importando como viu ou onde viu, mas provavelmente já deve ter visto uma boa parte deles. Depois de Toy Story, a animação ficou cada vez mais importante no cinema, ganhando uma categoria no Oscar em 2001, e virando uma indústria multi-milionária que dominou o cenário. Assim, as crianças ou adolescentes que forem ver filmes em algum canal ou na locadora provavelmente vão ser um filme animado em 3D.
Agora chega de aulinha de história e começa a falar sobre o filme: Não só resgatando essa “magia”, o filme O Mágico a transforma, usando movimento fluidos, expressividade e traços singelos, que quando acompanhados de uma poderosa trilha sonora (Composta pelo próprio diretor) abrem os olhos de quem vê para os sentimentos que a tela tenta exprimir, assim como os filmes no cinema mudo.
O roteiro original foi escrito pelo genial diretor francês Jacques Tati (1902-1982), que, antes de se firmar como ator, roteirista e diretor, foi mímico e apresentava shows cômicos em diferentes palcos de Paris. Assim, O Mágico espelha um pouco da “experiencia” que o diretor teve.
As reviravoltas, principalmente de personalidade da personagem Alice, são geniais e humanas, assim o filme mostra a tristeza de uma pessoa em busca de seus sonhos e por um lugar em um mundo, que pode se mostrar cruel e desinteressado. E a mudança que esse mundo pode fazer nas pessoas mais próximas. Todos os fatores humanos são bem expressados pela linguagem corporal de cada personagem, já que, como foi dito, o dialogo falado não é o principal nesse filme.
Para quem gosta de animações ao bom estilo antigo e sabe que o final mais feliz é relativo, o filme O Mágico é uma boa escolha. E para aqueles que tendem ao choro, levem seus lenços, moças.
O Mágico
L’Illusionniste (80 minutos – Animação)
Lançamento: França, 2010
Direção: Sylvain Chomet
Roteiro: Sylvain Chomet, Jacques Tati
Elenco:Jean-Claude Donda, Edith Rankin, Duncan MacNeil, Raymond Mearns, James T. Muir, Tom Urie, Paul Bandey
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