Limbo

Games quarta-feira, 04 de maio de 2011

Maldito seja aquele dia em que o Braid e toda a sua genialidade apareceram na minha frente. Desde então eu não consigo deixar de gastar os escassos trocados que sobram do meu salário de estagiário com malditos jogos da Xbox Live Arcade, procurando preencher o vazio deixado por ele. Tá, não é pra tanto. Mas sim, eu gasto dinheiro com Microsoft Points. E pelo menos de vez em quando acabo dando uma dentro e encontrando algo que vale a pena, tipo o Limbo.

 Hum.

Pela imagem, vocês já perceberam que de novo eu tô aqui falando de um plataformer em 2D, né. E pasmem, em preto e branco! Mas calma, não se desesperem. Esse pelo menos tem sangue, olha só. E agora que eu capturei suas atenções, continuemos. Segundo a sinopse oficial, o jogo conta a história de um garoto que vai até o tal de Limbo pra procurar sua irmã. Só que ou eu sou muito burro, ou não dá pra confirmar nada disso, pelo menos até o final. E nem lá, na verdade.

Tudo começa com o protagonista desacordado no meio de uma floresta. Apertamos um botão, ele se levanta. Como não tem nada que te diga o que quando onde por que como fazer, resta explorar o cenário. E logo nos primeiros passos, já dá pra ir percebendo a tônica do jogo. Tudo é sombrio e macabro, sentimento que é reforçado pela falta de HUD (E de qualquer tela de loading ou cutscene), a ausência de uma trilha sonora e o excelente jogo de luz e sombra utilizado. Na verdade, até parece que o próprio ambiente conspira pra te matar. O que acaba se confirmando depois de uns minutos jogando. Sim, você vai morrer inúmeras vezes, seja esmagado, decapitado, empalado ou afogado.

 E eletrocutado, não se esqueça de eletrocutado.

Isso pode parecer frustrante a principio, só que jogo tem o sistema perfeito de checkpoints, fazendo com que recomecemos imediatamente antes do último obstáculo. Assim, fica até divertido ver a pobre criança ser assassinada repetidas vezes.

Depois de uns puzzles iniciais pra pegar o jeito dos controles (Que consistem num botão pra pular e o outro pro resto, lembrando o saudoso Master System) e umas primeiras mortes de bobeira, a coisa começa a ficar interessante. E logo você começa a se perguntar porque caralhos alguém espalhou armadilhas por toda a porra da floresta. Até que aparece uma aranha gigante. Aí você passa a simplesmente querer saber que porra de lugar é esse. E então finalmente encontra outra criança no caminho, e o que a filha da puta faz? Isso mesmo, tenta te matar.

Até aí, tudo certo. O que eu quis dizer com isso é que o que me motivou a continuar jogando foi a busca por respostas sobre o enredo do próprio jogo. E o Limbo contribui muito pra isso. Conforme avançamos, o universo do jogo vai se expandindo, a velocidade e a dificuldade vão aumentando progressivamente, até a coisa quase se tornar uma perseguição aos moleques homicidas safados que seguem tentando te matar. Acabamos por ficar totalmente dentro do jogo e aí… Somos jogados em uma área industrial deserta.

Por um lado, os puzzles ficam significamente mais complexos. Ao ponto de precisarmos prestar atenção ao som ambiente do local e deduzir o que se passa fora da tela pra conseguir passar por alguns, por exemplo. Só que tudo também fica bem mais devagar. Dá a sensação que temos todo tempo do mundo pra avançar. E não encontramos praticamente mais nenhum ser vivo até o final. O jogo fica nessas, e de repente, fim. Ok, o final é legal e tudo mais, mas chega de forma tão abrupta que meio que perde o impacto. E continua sem explicar porra nenhuma. O que nem é um problema; querendo, até dá pra pescar várias explicações metafóricas pra história. Mas pelo mundo fantástico apresentado pelo jogo, foi um desperdício não ter se aprofundado mais.

Apesar de tecnicamente perfeito, essas quebras no ritmo e a curta duração abaixam a nota do Limbo. Mas ainda vale a pena, claro. Além de divertido, esse joguinho pra download consegue ser um dos mais bonitos, originais e imersivos em anos. E é muito legal ver esse jogos indies ganhando cada vez mais espaço e qualidade. Pelo menos durante esse espaço de tempo em que indie ainda é sinônimo de independente, e não de babaca (Né, indústria musical?).

Limbo


Plataformas: Xbox 360
Plataforma Avaliada: Xbox 360
Lançamento: 2010
Distribuído por: Microsoft Game Studios
Desenvolvido por: Playdead
Gênero: Plataforma, puzzle

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