Who let the dogs out?
Semana passada eu tava olhando alguma coisa e caí numa página que dizia em letras garrafais: JUSTIN and ASHLEY. Então. Tu lembra do boyzinho daquela banda N’Sync, né? Ex da Britney, que cantava Bye-Bye-Bye. Se não lembra, olha:
E daquela guriazinha fofa que fazia Full House e tem uma gêmea que hoje é tão problemática quanto ela, tu lembra? Saca o antes e o depois então:
Pois então. O Justin e a Ashley são o novo casal do momento. Eu sou do tempo em que o Justin só cantava e dançava, a Ashley e a Mary-Kate Olsen eram a Michelle, e a Britney não era louca. Faz tempo isso.
Enfim. A notícia que mudou o meu dia – NOT – me trouxe recordações. Se tu tem de 20 anos pra cima, tu deve lembrar de como eram as séries antigamente. Era tudo em torno de família, de união, e no fim sempre tinha uma lição de moral bonita que te fazia ficar pensando. Hoje também tem uma lição de moral no fim. Só que as lições estão sempre te ensinando a dar sacadinhas antes de ir embora. Os finais dessas séries de família de hoje, tipo The Middle, é sempre aquela coisa: Os pais querendo se dar bem, jurando que são ótimos responsáveis por seus filhos, e sempre tem aquele finzinho sacana, com uma ironiazinha. E o ensinamento de se ter uma família modelo, cadê? Cadê?
Até Married with Children, que era escrachada pra caramba na época, vinha com uma lição de moral no fim. Tudo bem que os modelos de família de antigamente eram outros, buscavam a tal perfeição e blábláblá, e hoje a história é outra, mas aquela coisa de figura materna e paterna a gente nem vê mais.
The New Adventures of Old Christine, por exemplo. Os pais são separados (Realidade atual, beleza), mas Christine e seu ex-marido são um zero à esquerda cuidando de Richie. Os dois esquecem de levá-lo ou buscá-lo na escola, esquecem os prazos dos trabalhos do filho, e um fica passando a bola para o outro na hora de ajudar no dever de casa. A criança cresce num clima de tensão, com a mãe doida buscando um namorado aqui e outro ali, e com essa loucura louca do pai com a madrasta e a mãe por perto dando uma de dona da situação. Não questiono a qualidade da série: Falo na forma como a família é apresentada.
Agora, compara com Family Ties. Série velha pra caraaaaaaaamba. Era tudo baseado no mais puro amor, com aquelas confusões leves de toda família, e tudo, mas TU-DO, se baseava em trazer uma lição que mostrasse a união e a estabilidade da família. Sim, repito: Os tempos eram outros, mas não é porque hoje a gente vive nesse caos do inferno que a gente vai soltar a louca e achar lindo ter uma mãe que não tá nem aí pro filho. Ou sim? Acho que não.
E Full House? Cara, que saudade daqueles três “pais” e das três “filhas”. Aquilo não era o modelo clássico de família, já que não tinha a figura da mãe. Mas tu via o pai, o tio e o amigo cuidando das 3 filhas do Danny com toda a força do universo. Uma família que não seguia os padrões, mas seguia os valores. Saca a diferença?
Hoje a gente vê famílias de pais separados, duas mães, dois pais, mãe solteira, pai solteiro, madrasta, padrasto, gente criada por avós, tios, vizinhos, cachorro – oh, wait. Não importa. É tudo uma loucura mesmo. Mas não é porque a base é diferente que os valores têm que ser esquecidos. A realidade de hoje é mesmo fora de qualquer padrão. Até mesmo dos padrões de realidade. É cada um na sua, é cada um fazendo o que bem entende, e a loucurada corre solta. E aí eu pergunto: quem soltou os cachorros e deixou eles fazerem a festa no sistema?
Again: Não nego nossa realidade nem as mudanças que a gente sofre de segundo em segundo. Mas a base familiar já era. É mais uma batida de cada um por si e Deus por todos, até dentro de casa.
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