Leave Amy Alone!
Lembra daquele piá que fez um escândalo federal por estarem pegando no pé da Britney e gritava pra deixarem a pobre em paz? Relembra, então:
Tá, agora me diz: Por que ninguém faz isso pra Amy?
Essa semana eu li pela websfera uma nota nem um pouco original ou surpreendente: Amy Winehouse faz papelão em um show na Servia. Mas gente, a novidade é? Ela bebe, se droga, faz fiasco, esquece as letras das próprias músicas, é bagaceira no último, fala palavrão, dorme em lugares públicos – eu posso ficar até amanhã se quiser, mas não. Enfim. A mulher faz de tudo e mais um pouco, e galere não fica alucinada gritando pra deixar ela em paz.
Por quê?
Simples: Se a deixarem em paz, é o fim dela. Pensa: Ela estourou com uma música chamada Rehab. Tu quer O QUÊ? Uma puritana que canta musiquinhas pra Disney ou que banque a santa à lá Sandy? (Sorry, ela cresceu e agora é mulher e Devassa). A questão é: Amy é louca mesmo. Ela pode ir pra quantos centros de reabilitação ela quiser: Ela é isso aí mesmo. Imagina a cena: Ela volta toda renovada, com novas crenças e hábitos, e vai subir no palco com aquela cara suja de quem bebeu cachaça a noite toda? Não, né. Não existe vez para uma Amy limpinha.
O fato é que são construídas imagens em cima das pessoas – sejam elas quem for. Amy já tem a dela. É essa destrambelhada mesmo. A Britney, coitada, era a princesinha do pop. Foi ela surtar que trataram de tentar recuperar sua imagem. Tudo bem que ela também não se ajudou muito, mas né? Tenta-se. A própria Sandy, por anos exemplo de boa filha, de guriazinha virginal e puritana, resolve subir no palco, cantar Conga la Conga e gritar que é devassa, e esperava que o público reagisse bem. Foi bizarro, oras. É natural que o público – e os fãs – queiram que seus ídolos sejam sempre a mesma figura e tenham sua imagem intocável.
O mesmo vale pra Amy, só que ao contrário. Ninguém quer que ela fique sóbria. Isso pode soar um pouco estranho e até cruel, mas se ela não der showzinhos de vexames, perde a graça. Imagina ela cantando Rehab de banho tomado, e sem estar com aquela voz arrastada, de quem não tem ideia de que substância ingeriu nas últimas horas. Não rola, né? Claro que não.
E é óbvio que isso não é nem de perto uma apologia às drogas (Nem precisava explicar, mas vai que… Né?). O negócio é que as imagens são mantidas, mesmo que sejam cruéis e degradantes. Amy se lançou como essa louca desvairada. O showbiz é assim: Duro e forradinho de imagens. A dela é essa. Em publicidade, a gente luta pra construir uma identidade visual de uma marca, e luta mais ainda pra mantê-la no meio de tanta adversidade. No meio artístico, a coisa funciona mais ou menos por aí também. Não que Amy lute pra ser sempre uma louca drogada, mas ela também não precisa fazer muito esforço. Tá certo que tem horas que ela tira os fãs do sério, como foi o caso da sua apresentação na Servia, mas gente, por favor né. Até parece que vocês esperavam algo diferente. Entre tropeços, tombos, esquecidas fenomenais de letra das músicas e desafinadas loucas, Amy foi ela mesma: A imagem de uma criatura bizarra, perdida, mas que sabe muito bem aonde vai quando o assunto é “manter o ritmo e a trilha”. E nesse ponto, ela acerta bem. Fica a dúvida se tudo isso é mesmo uma doença e um vício, ou se é uma jogada que a mantém nas paradas desde que ela veio ao mundo anunciando que estavam tentando fazer ela ir pra reabilitação, mas ela dizia NO, NO, NO.
Dá o play e olha ela levando tombo e não tendo noção do que fazia no palco:
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