John Spencer
quinta-feira, 21 de julho de 2011 Jon Spencer é o cara. Literalmente, sem sacanagem nenhuma, esse norte-americano merece mesmo este um adjetivo como esse, se é que isso pode ser chamado de adjetivo. Ele está na cena semi-underground mundial a mais de duas décadas, fabricando sons que únicos que fazem a alegria de muitos indies adolescentes inconformados com a normalidade musical, influenciando muitas bandas, sabendo mesclar o antigo e o novo sabendo como não ser apenas convencional e comercial e felizmente continua a nos surpreender com sua excentricidade musical. Aqui vai um pequeno resumo de seus feitos musicais:
Pussy Galore
Pussy Galore é uma personagem fictícia criada por Ian Fleming, e está presente no livro e no filme 007 contra Goldfinger, da série de aventuras de James Bond. Seu nome de duplo sentido (Como muitas das criações de Fleming) é um trocadilho com pussy, que em inglês tanto pode significar um outro nome para gata como um termo vulgar para vagina, enquanto galore significa uma grande abundância de qualquer coisa. Pussy Galore também foi uma banda americana de garage rock formada em Washington D.C. em 1985, que encerrou suas atividades em 1990. Quem diria que esse bando de porras loucas gritando, tocando mal e tentando reinventar do modo mais tosco possível um dos álbuns mais aclamados de uma banda chamada Rolling Stones (o disco Exile on Main Street) faria o estrago que o Pussy Galore fez. Um noise rock cultuado até os dias atuais e um dos nomes mais fofos da historia do rock marcam essa banda, que até hoje faz muita gente que não sabe tocar nada de instrumento algum chamar amigos pra tirar um som e tentar montar uma banda.
Boss Hog
Ainda no inicio do Pussy Galore, Jon Spencer conhece sua esposa Cristina Martinez, durante um show do Jesus and Mary Chain, em 85. Ela ainda teve uma passagem rápida pelo Pussy Galore, tocando a terceira guitarra, berrando e se apresentando nua nos caóticos shows da banda. Em 89, o Pussy Galore acabou e Jon começou a se dedicar a outros dois projetos, o Jon Spencer Blues Explosion e o Boss Hog.
O Boss Hog (o nome de uma moto fodástica) era formado pelo casal, além do baterista Charlie Ondras e mais dois guitarristas: O também ex-Pussy Galore Kurt Wolf e Jerry Teel, parceiro de Cristina no finado Honeymoon Killers. Esta foi a formação do primeiro registro da banda, o EP Drinkin’ Lechin’ & Lyin’, gravado na casa do produtor Steve Albini (O mesmo dos discos In Útero e Yanqui U.X.O.) e lançado em 89 apenas em fita cassete.
Blues Explosion
Em 1990, Jon Spencer forma (Com Judan Bauer na guitarra, Russel Simins na bateria e nenhum baixista) o seu melhor projeto até hoje: Jon Spencer Blues Explosion. Essa banda nova-iorquina fez uma música única no rock americano. Quando vieram ao Brasil, Jon deu uma entrevista a Rede Minas falou (pra lá de doidão) que as maiores influências da banda seriam o The Doors, Cramps e musica eletrônica, dando, assim, uma vaga (Bem vaga mesmo) noção da mistura esquizofrênica que faziam. O blues, o soul, o punk, o funk, o rap, o rockabilly e tudo que for ritmo bom são fundidos para dar o espírito autêntico e barulhento do som da banda muito antes de ecletismo ser moda. Eram quase um projeto de anti-rock, que ajudou a mudar a cara do rock. A banda lançou 4 discos e sumiu em 2001. E voltou a se apresentar em dezembro de 2008, sumindo de novo. Fazer o quê? Na memória, ficou registrado por mim o melhor show de todos os tempos do Abriu Pro Rock, em 2001.
Heavy Trash
Heavy Trash é um projeto paralelo de Jon Spencer e do guitarrista Matt Verta-Ray, um dueto que absorve o que há de melhor do rock ’n’ roll, country, blues e rockabilly. Encarnam personagens como Jerry Lee Lewis e Elvis Presley com as suas roupas de brilhantina, guitarras e microfones vintage, transportando-nos para o ambiente rock ’n’ roll dos anos 50. Sensacional.
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