Stallone: Cobra (Cobra)
Pô, tem gente que fala mal do Stallone. E tem muita gente que fala mal desse filme aqui. Mesmo. Mas que se dane, eu não estou aqui pra dizer o que dizem os entendidos (?) lá no Rotten Tomatoes – a não ser que eu concordasse com eles, o que não é o caso.
Ali no linque se vê que os críticos provavelmente acharam que Cobra era algum filme perdido de Francis Ford Coppola, só pode ser. Pra vocês entenderem, coisas assim estão lá:
Cada aspecto do filme é repreensível.
E um almofadinha do Chicago Reader:
Rápido e cheio de ação, mas ainda é insatisfatório do começo ao fim (…)
Cacete, isso é um filme policial dos anos 80, com direito a frases de efeito, atuações calhordas, carros em perseguições (E alguns eventualmente explodindo), além de uma mocinha em perigo. E no meio disso tudo, Sylvester Stallone com sua boca torta, óculos Ray Ban e cara de… Cara de Stallone. Ele não é muito bom com expressões mesmo. Aí vem um sujeito metido a cinéfilo pra “analisar os personagens” e diz que o Cobra “não tem profundidade”. Ah, vá. Quer profundidade, cava um poço, diabo.
Tá, desculpem, muito enfático. Mas esse é um daqueles filmes bons pra ver cenas de ação e frases de efeito, como eu disse. Há muitos filmes assim e que são bons. São de uma categoria diferente de um 2001, de O Poderoso Chefão ou de, sei lá, A Lista de Schindler. Assim como os supracitados são filmes que cumprem seus respectivos papéis muito bem, o Cobra também cumpre. De um prisma intelectual, o filme do Stallone é uma criança chorona, certo. Mas é burrice ver esse filme desse tal prisma. Perceberam a ironia?
Marion Cobretti (Conhecido apenas por Cobra, pois seu primeiro nome é ridiculamente afeminado pra um policial metido a fodão e o segundo denuncia sua origem não-americana), é oficial do departamento de polícia de Los Angeles e membro do que chamam de “Esquadrão Zumbi”, uma divisão especial que cuida de crimes realmente complicados que exigem uma quantidade obscena de violência e frases de efeito que policiais normais não suportariam.
O grande problema de Cobra é uma organização criminosa que prega uma “nova ordem”, ou seja: Matar os fracos para que vivam os fortes. O que é bem idiota, já que os fortes são fortes e não se deixariam ser mortos mesmo. Mas enfim. Na realidade, o assassino e seus asseclas (São nove letras “s” nas últimas quatro palavras, aliás) só matam mulheres indefesas e são uns covardes com vozes estranhamente grossas.
O Cobra fica puto com isso, já que ele é um cara muito bom, apesar da aparência. E essa virtude toda cresce ainda mais quando uma linda mulher testemunha sem querer uma cena pós-crime, em um dos assassinatos e acaba perseguida pelo tal matador. Daí pra frente o Cobra fica responsável diretamente por protegê-la (Com duplos sentidos incluídos).
Stallone e seu parceiro, o policial Gonzales (Também do E.Z.), fazem de tudo pra proteger a donzela enquanto tentam achar quem está cometendo os crimes. As dificuldades: A única coisa que eles têm é um retrato falado do matador e pistas que ele deixa quando tentar matar a moça; os superiores geralmente discordam dos instintos de Cobra e passam metade do raio do filme pra deixar ele cuidar totalmente do negócio sem ficarem enchendo o saco.
Enfim. Com perseguições de carro, tiros, momentos de pura agressividade e músicas dos anos 80, você vê o filme todo e percebe que foi realmente uma boa distração e divertido. É simples assim.
Ah, e apesar de um fracasso pros entendidos, Cobra rendeu 188 milhões de dólares nas bilheterias pelo mundo todo. E custou 25 milhões. Heh.
Stallone: Cobra
Cobra (87 minutos – Ação)
Lançamento: 1986
Direção: George Pan Cosmatos
Roteiro: Sylvester Stallone (Baseado no livro “Fair Game”, de Paula Gosling)
Elenco: Sylvester Stallone, Brigitte Nielsen, Reni Santoni, Andrew Robinson, Brian Thompson, Art LaFleur, Lee Garlington
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