Sabrina

Bogart é TANGA! sábado, 20 de agosto de 2011

Sabrina é o típico conto de fadas adaptado para as telas, mas com um detalhe que faz toda a diferença: Direção impecável num roteiro inteligente. Nem adianta revirar os olhos e falar “Porra, Jade… Romance, DE NOVO?!!11” , o negócio aqui é uma comédia romântica das boas, com direito à uma deslumbrante (E quando ela não é?) Audrey Hepburn e um Bogart não tão carrancudo quanto de costume. O longa empolga até os marmanjos coçadores de saco mais insensíveis e vale muito à pena.

O filme começa mostrando a pequena e frágil Sabrina Fairchild (Audrey Hepburn), filha do motorista da família Larrabee. Na mansão onde vivem, estão dando um dos costumeiros bailes. Do alto de uma árvore, Sabrina observa entre suspiros o filho mais novo dos Larrabee, David (William Holden), por quem nutre uma paixão não correspondida. Ao final da noite, desolada com a indiferença do playboy, Sabrina resolve suicidar-se, mas seu plano é impedido pelo irmão mais velho de David, Linus (Humphrey Bogart).

Logo após, o pai de Sabrina resolve enviá-la para Paris, onde a jovem está matriculada num renomado curso de Gastronomia. A idéia é que ela esqueça David de uma vez por todas e possa recomeçar sua vida com mais chances de ser feliz. Em Paris, no entanto, as coisas vão de mal à pior. Sabrina não consegue se concentrar nas aulas e mantém o pensamento em sua fixação por David. É quando ela conhece o Barão St. Fontanel, um milionário francês que resolve ajudá-la a se tornar uma mulher elegante e sedutora, deixando pra trás toda a amargura dos tempos de menina.

Com o fim do curso, então, ela retorna à América. Mas dessa vez não é mais a mesma garotinha boba de antes, Sabrina carrega consigo um brilho que jamais alguém da mansão Larrabee havia visto. O diamante bruto se tornara um belo brilhante. Não demora nada para que David caia aos seus pés, mas há ainda um inconveniente: David está noivo. E noivo de uma rica herdeira do ramo da cana de açúcar, o que casará também com os interesses de expansão na indústria do plástico da família Larabee. É quando Linus resolve agir em prol dos negócios e arquiteta planos, obstinado a tirar Sabrina de cena. Mas como tudo na vida, a teoria é bem fácil do que a prática, Linus também acaba não resistindo aos encantos da moça.

 Poxa, que coxa, hein Audrey?!

Os acertos do longa são muitos e a direção é impecável. Billy Wilder consegue extrair o tom exato de um roteiro como poucos. As cenas de comédia são abundantes e realmente divertidas. Embora tenha boa parte de um dramalhão, Sabrina mantém um clima leve o tempo todo, o que não o torna difícil de assistir, nem filme “para poucos”. A fotografia em preto e branco é um charme a mais, quase uma luz perolada para as cenas românticas. O filme também ganhou o Oscar de Melhor Figurino, com mérito (A grife Givenchy assinou os vestidos incríveis usados por Audrey). É preciso destacar também as canções, deixando a trilha sonora perfeitamente em sintonia com o longa.

Sabrina é um filme família, gostoso mesmo de assistir. Esqueça as decepcionantes comédias românticas de hoje em dia, com mulheres fúteis e homens putões festeiros. Especialmente aqui, a alma feminina e elegante de Audrey resgata o romance na sua forma mais pura e bacana, de mãos dadas com um humor afinado e nada grosseiro. Um filme pra se divertir, pra sonhar e torcer num triângulo amoroso como poucos. Se até o Bogart relaxou a carranca, pega a pipoca e dá o play no DVD.

Sabrina

Sabrina (113 minutos – Comédia Romântica)
Lançamento: EUA, 1954
Direção: Billy Wilder
Roteiro: Samuel A. Taylor, Billy Wilder e Ernest Leman
Elenco: Audrey Hepburn, Humphrey Bogart e William Holden

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