Crônicas de minha situação literária atual
Eu adoro livros. Tenho aqui nas minhas estantes alguns bons títulos e tantos outros na cabeça que eu pretendo comprar. Mas quem escreve isso é um homem com um sério problema (E que eu estou lutando pra ultrapassar, e conseguindo, aliás) de preguiça crônica. Tenho pelo menos quatro livros bons que eu tenho há mais de um ano e nunca li, e isso se deve, basicamente, à preguiça indizível que eu costumava sentir no momento em que pegava o livro e parava para lê-lo – na cama, numa cadeira, num banco de praça, onde quer que fosse. Era inexplicável: Eu queria demais ler o livro, conhecer a história e sentir aquele orgulho de ter lido algo bom. Mas não. Eu ficava agitado, nervoso, de ter que ficar parado.
Ai eu descobri o que pode ser a razão disso: INTERNET.
Sim, isso. Viciei em internet, em Facebook, em 9gag. E creio, vejam só, eu creio, que a agitação desses sites e instrumentos da internet meio que me deixaram despreparado para um simples livro. Me tiraram da “freqüência” do ato de ler um livro, se é que isso faz sentido. Logo, a idéia de sentar, ler e ficar parado simplesmente surtava meu cérebro, queria links, interação, atualizações, links, links… Enfim. O sentimento de estar conectado que vocês provavelmente conhecem bem. Pois então. Percebendo que eu poderia ter descoberto o caminho pra fora da cagada, resolvi agir. Não, eu não arranquei meu modem e gritei “stop ALL the connections!”, mas passei a prestar atenção no que se passava na minha mente. Aí então respirei fundo, fui pra estante e peguei um livro que esteve lá por exatamente um ano pegando poeira; um livro que eu deixei de lado duas vezes, que por duas vezes eu li vários capítulos, mas a preguiça era demais. Mas agora, agora eu vou ler (Música do Rocky II tocando), vou ler ele todo e ainda vou fazer um texto sobre ele aqui. O supracitado é ninguém mais, ninguém menos que Crime e Castigo, de Fiódor Dostoiévski. Sim, comecei pelo topo.
Vou relatar a vocês, leitores do bacon, meu progresso nos próximos dias. Que fique claro que Crime e Castigo é só a ponta do clichê, digo, do iceberg: Ainda tenho pela frente Ana Karenina, a novelona das oito de Liev Tolstói; Moby Dick, de Herman Melville; Great Expectations (Original), de Charles Dickens e… Finalmente… Os Lusíadas, de Luís de Camões. Todos eles eu havia começado a ler e logo desistido. E mais, além deles eu ainda tenho uns que eu gostaria muito de reler… Mas isso fica pra outro dia.
Enfim. Movido pela minha paixão pela leitura e por enriquecer-me com todas estas obras, vou passar por cima da minha vontade de fazer nada na frente do computador e aos poucos tomar vergonha na cara. E se você aí, caro leitor, tiver um problema parecido, não se deixe vencer, não se deixe derrubar, vá em frente e lute contra a preguiça!
(Música do Rocky tocando de novo, fade out, até o próximo texto.)
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