Como escolher e cuidar de um instrumento musical: Cordas II
Todo mundo gosta de violão e guitarra, mas e a galerinha alternativa fã de música clássica? Fica chupando o dedo? Lógico que não! A segunda parte do guia vai tratar iscrusivamente dos instrumentos de uma orquestra, pra vocês burgueses filhinhos de papai que têm tempo e dinheiro pra esse tipo de música. Afinal, as melhores escolas de violino exigem trocas mensais de cordas que custam 400 reais.
Cordas: Violino/ Violoncelo/ Contrabaixo
Do mais agudo ao mais grave, são instrumentos que se diferenciam basicamente pelo alcance das notas e, óbvio, pelo tamanho. São todos muito importantes numa orquestra, apesar do violino, normalmente, se destacar mais.
São instrumentos que exigem pouca força, e apelam mais para a velocidade. Se você apertar o arco contra as cordas, o som vai sair arranhado e rouco, como se um gatinho estivesse sendo espancado até a morte. Aliás, você iniciante vai tocar muito Gato Morrendo em Dó Menor até aprender a controlar o arco e tirar sons decentes. Ao contrário dos outros instrumentos, onde qualquer som que seja feito é bonitinho, esses aqui, principalmente o violino, são parecidos com a voz humana inexperiente em um aspecto: Eles desafinam na hora de tocar. Doses cavalares de paciências serão necessárias, especialmente dos familiares.
O violino é uma coisinha delicada, cheia de fru-fru e nhenhenhém. Tem som de escárnio, de riso, mas também pode ser incrivelmente pesado e profundo. Tons graves no violino são a coisa mais linda do mundo, quando bem executados, claro. Recomendo para meninos afeminados aqueles que têm a mão leve e flexível e gostam de chamar a atenção com os solos. Ah, sim, e violinistas costumam ter muitos amiguinhos na orquestra, já que pro som sair numa altura decente precisa-se de vários.
O violoncelo é cheio de personalidade. É médio, apesar de suas partituras virem comumente em clave de fá, ou seja, mais grave que sol. É um instrumento robusto, grave e combina perfeitamente com o violino. Especialmente para balancear os agudos da melodia.
Pro contrabaixo vale o mesmo que eu falei pro baixo no último texto: Pode fazer ótimos solos, mas a principal função não é essa.
É, acho que vou nesse mesmo, quanto pago?
Então, violinos vêm em tamanhos e preços diferentes. Mas, a menos que você seja muito baixo, vai precisar escolher o tamanho adulto. Pra isso, um bom violino, de marca nacional mesmo, sai na faixa de quatrocentos ou quinhentos merréis.
Violoncelos, a mesma coisa. Só que sairão nas casas de milhares, praticamente. Pesquisando bem, dá pra comprar um instrumento razoável por oitocentos dinheiros.
Agora, o contrabaixo com certeza vai pra mil e porrada. Não dá pra tirar por menos, a não ser que você pague parte com o corpo.
Ah, não esqueça do breu, uma cera que se passa no arco pros fios ficarem alinhadinhos. Quanto às cordas, costumo pagar quinze ou dezessete merréis por um conjunto razoável pra violino. Apesar de, realmente, conjuntos profissionais serem caros, boas cordas, duráveis, podem sair por menos de trinta reais.
Comprei, dou de mamar de quanto em quanto tempo?
Basicamente, os mesmos cuidados. Cuidado com braço empenado, arranhões que podem estragar a pintura, umidade, enfim. O case desses aqui, entretanto, costuma vir com medidores de umidade. É uma boa prestar atenção neles, especialmente se você vive em climas de muito calor e/ou secura. Ah, sim, cuidado na hora de trocar as cordas do contrabaixo.
Elas são mais grossas que muito pênis por aí, logo, capazes de arrancar um tronco humano quando arrebentam.
E cuidado com o arco. Evite deixar os pelinhos paralelos à madeira, pois a tensão ajuda a arrebentar os fios.
Leia mais em: Instrumentos, Matérias - Música