Alien vs. Predador (AVP: Alien vs. Predator)
O que parecia ser um ótima idéia e um sopro de criatividade tanto para a série Alien quanto para Predador virou apenas um filme de Sessão da Tarde. A idéia de juntar as duas raças alienigenas mais bad ass motherfuckers do cinema nasceu nos videogames (Teve 3 versões para console: Snes, Arcade e 3DO, fora as versões que continuam pipocando para PC). E pulou rapidamente para os quadrinhos, onde rolou até crossover com um Exterminador do Futuro, entre outros personagens. Mas quando as histórias migrou para a telona, aonde as duas criaturas foram criadas, infelizmente a coisa desandou.
Diferentemente do filme original feito por Ridley Scott em 1979, e das sequências Aliens – O Resgate, Alien 3 e Alien – A Ressurreição (Respectivamente: Horror, ação, ação e mais ação sei lá o que na parte 4), o filme destoa em tudo que foi criado anteriormente pela mitologia do personagem. Mas o alienigena babão ainda se saí bem, pois o Predador perde toda a aura e a moral criadas pelos filmes originais de John McTiernan (Em 1986) e Stephen Hopkins (Em 1990). Aparentemente, é um filme feito no moldes de Freddy vs. Jason, onde a única razão da existência do filme é ganhar uma bela grana em cima do encontro entre franquias consagradas.
Que isso é algo lucrativo é óbvio. Mas o jeito que foi feito apenas desperdiçou uma grande idéia. O diretor já mostrou que tudo ia dar em merda: Paul W.S. Anderson, que fez uma adaptação razoavel para Mortal Kombat (Tá, eu também curti na época quando vi, mas convenhamos: Eu tinha 12 anos!) e depois estragou a franquia de games Resident Evil (Que nas mãos de Paul virou um ótimo filme sobre sua esposa, Mila Jovovich, e alguns personagens homônimos aos do jogo (Ou você vai dizer que alguma coisa ali teve realmente a ver?).
Em Aliens versus Predador, tudo não podia ser diferente. Apesar do diretor, o filme tem um aspecto visual perfeito. Tudo está ali, bem colocado (Nem tanto também, será que o Predador era mesmo tão grande assim?), a produção é bem feitinha, o roteiro funciona e convence, criando mesmo um clima de expectativa para o pau comer solto, sem apressar a inevitável pancadaria (E pensar que na época que lançaram o filme ainda ouvi muito neguinho reclamando que queriam ver apenas sangue rolando).
Do nada, um pulso de energia surge no meio da Antártida e faz com que um milionário chamado Charles Bishop Weyland (Lance Henriksen) reúna uma equipe de cientistas para investigar sua descoberta: Uma pirâmide milenar enterrada sob o gelo. A equipe é um clichê só: Temos o nerd assustadinho, o soldado fodão com o cu na mão de tenso, e o arqueólogo gostosão, entre outros genericos. Como líder do grupo tinhamos que ter uma mulher durona e corajosa (Afinal, é um filme com os Aliens), Alexa Lex Woods (Sanaa Lathan). E a premissa fazendo alusão a Erich von Danekein também é ótima, imagina que legal descobrir que na verdade, Eram os deuses Predadores… Mas o melhor de tudo era descobrir que a tal pirâmide era um amálgama de três culturas ancestrais distintas, um elo perdido arquitetônico, e que o lugar foi na verdade construido pelos Predadores, aonde eles esconderam uma rainha Alien para gerar filhotes, que serviriam de teste para os jovens caras de caranguejo.
Mas depois de tudo isso, de todo esse clima, de tanta preparação do roteiro, o filme se suicida. Uma pena que perto dos trinta (30) minutos finais de projeção, acontece algo muito pior que o mutante híbrido alien/humano de Alien – A Ressurreição (Aquele bicho rosado chorão mais feio que qualquer amigo seu no dia dos namorados reclamando do recalque alheio): Uma aliança entre um Predador e uma humana (Ou a idéia de uma romance entre os dois) só podia dar em merda. Com tal elemento dissonante, o roteiro se esvai e o filme é dominado por gargalhadas inevitáveis (Tenho certeza que o pessoal assistindo a isso dentro do cinema tenha rido de nervoso, por ter aguardado aquele filme e se deparado com aquilo). Chega um momento e imaginamos o Paul W. S. Anderson rindo como um troll: GLUGLU! PEGUEI VOCÊS!! É uma coisa muito triste de pensar durante um filme que supostamente deveria ser de horror e ficção cientifica.
Pesa mais ainda contra o filme o fato da produtora ter censurado diversas cenas pra que tudo se adequasse à censura 13 anos e tivessem mais bilheteria, deixando o filme com pouquíssimo sangue e a violência totalmente amenizada. O melhor susto do filme acontece numa cena com um pingüim… Queriam o que, se quando um alien saí do peito de alguém nem tem sangue? Pior ainda ficou o final do filme, pífio e facilmente questionável. Como filme da franquia Predador, uma lástima, melhor esperar um novo filme (Ainda bem que fizeram o Predadores), e como filme dos Aliens, ficou melhor esperar que o Ridley Scott voltasse a dirigir a franquia. OH WAIT!
Alien vs. Predador
AVP: Alien vs. Predator (101 minutos – Ação)
Lançamento: Alemanha, EUA, Reino Unido, República Tcheca, 2004
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Paul W.S. Anderson, Dan O’Bannon e Ronald Shusett, baseados nos personagens de Dan O’Bannon, Ronald Shusett, Jim Thomas e John Thomas
Elenco: Sanaa Lathan, Raoul Bova, Lance Henriksen, Ewen Bremner, Colin Salmon, Tommy Flanagan, Joseph Rye, Agathe de La Boulaye, Carsten Norgaard e Sam Troughton
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