Card Captor Sakura – Edição Especial e a falta de títulos voltados pro público feminino
Se você tem menos de vinte e cinco anos, com certeza acompanhou o boom de mangás CLAMP no início da década passada. Tivemos Guerreiras Mágicas de Rayearth, Tsubasa Chronicles, Chobbits e Sakura Card Captors, carro-chefe do grupo no Brasil. Por mais que cê goste de qualquer um deles, convenhamos, todos os títulos eram exatamente os mesmos. As histórias sempre incluíam menininhas fowfinhas, magias fowfinhas e homossexualismo em excesso – Especialmente insinuações incômodas sobre bateção de aranha entre meninas de dez anos de idade.
Mas essa época foi e passou, correto? Digo, muitos desses personagens têm mais de dez, quinze anos de existência. Então o que a JBC resolveu reviver justamente o mais desgastado deles no Brasil?
Sinceramente, não faço ideia. Por mais que Sakura e seus amiguinhos tenham causado na época, já tão mortos e enterrados há tempos. Claro que sempre dá pra arrancar um troquinho a mais, mas todos sabem também que otakus são retardados chatos pra caralho e preferem caçar a edição número um do mangá em sebos de Pindamonhangaba a trair o movimento e comprar qualquer coisa que não seja original ou difícil de achar. Talvez a resposta seja simples: O mercado de mangás, principalmente pra garotas jovens, tá fraco. Muito fraco.
Hoje em dia, apesar de Narutos e One Pieces da vida, existe um número cada vez maior de mangás cults e novelinhas. Pra comprovar, pega um estande de mangá em qualquer feira por aí e me diz o que cê vê. Além de um milhão de exemplares desses dois, temos Death Note, Code Geass e outras coisas que não possuem luzinhas mágicas fazendo ZUIN ZUIN, como a Ai Yazawa e suas Malhações.
Ao contrário de dez anos atrás, por exemplo, onde um milhão de animes e mangás shoujo fantásticos de fantasia mesmo, tá? eram lançados todo ano, o mais próximo desse tipo que eu achei – E olha que tô sempre procurando promoção dessas porras – foi Doors Of Chaos. E olha que esse era chato e mal escrito, uma obra tão condenada ao fracasso que nem o excesso de peitinhos compensava.
Podemos concluir que nenhuma criança vai ler essas coisas. E imagina que ruim seria perder esse público. Sabe, por que a crianças são aqueles seres extremamente chatos que imploram aos pais todos os brinquedos relacionados às franquias de que gostam e geram o maior retorno financeiro pras empresas. Dramas profundos sobre como deixar de ser uma vestibulanda dedicada pra se tornar top model não vão interessar nem um pouco a essas criaturas remelentas que as pessoas insistem em pôr no mundo.
O que fazer pra descascar esse abacaxi, então? Oras, que tal tacar de volta no mercado uma história consagrada e vendável, que agrada gente de todos os tipos, tanto o público masculino pela ação e o feminino pelo… Resto? E, assim, alavancar as vendas da maior leia-se única editora de mangás do país.
Nota do editor: Eu não.
Mas pode não ser esse o motivo. Vai que a editora é altruísta e, em respeito aos pobres fãs que nunca completaram a original, tenha emocionantemente (q) relançado o titulo para que completemos a coleção. Vai que é isso, né?
O que eu queria dizer desde o início é: Tá caro pra porra o mangá, mas vale a pena por que cada edição tem o dobro de tamanho do lançamento original – doze mangás no total agora contra vinte e quatro na primeira vez – e por que as ilustrações coloridas no início, que tinham saído na versão japonesa e cortadas da tupiniquim, estão uma gracinha. Sem falar na tradução, que usa os termos do anime ao invés do jargão em inglês no oriental.
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