Semana do Evanescence: A era Fallen
Então, queridos, como cês vão? Dia 6 tá chegando, já preparam os sobretudos, a maquiagem preta, os coturnos e mais o material necessário pras sessões ao ar livre de satanismo? Se ainda não, aconselho correr pra ter tudo bem a tempo de curtir o show mais esperado pelos coveiros pela parcela sensível e introvertida da população brasileira. [Nota do editor: ULTRA GAAAAAAAAAAAAAAY!]
Se vocês prestam atenção no que eu falo, já devem ter lido esse texto aqui e provavelmente lembram dos primeiros passos da banda. Retomando de onde eu havia parado, temos a chegada da Wind-Up Records no pedaço. Lembram daqueles demozinhos no início de 2000? Então, a banda liberou mais alguns CDs promocionais com músicas que, mais tarde, formariam o Fallen, além de outras faixas que nunca seriam regravados e deixariam os fãs sedentos até hoje.
As coisas ficaram um pouquinho abaladas com a saída do David Hodges, mas nada que segurasse a dupla fundadora por muito tempo, por que separação foi pacífica. O ex-tecladista queria seguir carreira gospel e, quando viu que o Evanescence tava pra estourar, saiu antes de ter que cancelar seu próprio projeto futuro.
Nesse meio tempo, Amy Lee e Ben Moody assinaram contrato com aquela que, à época, era a maior gravadora no cenário gordótico gótico-rock.
Muita tinta e alisante de cabelo depois, o Evanescence emplacou em todas as paradas mundiais com a trilha sonora do filme Demolidor. Maravilha, maravilha. O Fallen vendeu quinze milhões de cópias, já tendo atingido a marca de vinte, e pegou diversos TOPs pelo mundo.
É, só não foi fã de Amy Lee quem preferia Avril Lavigne. Até hoje existem milhares de sites Amy X Avril, Amy X Anderson Silva e Amy X Tarja. O que nos leva a duas possibilidades: Ou as pessoas realmente esquecem a senha de seus flogs/blogs pra tocar a vida sem frescuras, ou certos indivíduos nunca saem de seus doze anos de idade.
O importante é: Tava na boca do povo. Até mesmo um certo editor desse site já admitiu uma vez que curtia (sic) “a música do Demolidor”. [Nota do editor: Eu nunca disse qual música. Era The Man Without Fear, do Drowning Pool com Rob Zombie. Me agradeçam depois, maricas.]
Enfim, aquela coisa toda. Só que os dois eram crianças ainda, com vinte aninhos de idade. Pra piorar, reza a lenda – “Lenda” em partes, por que a história já foi insinuada pelo próprio pai da vocalista – que os dois foram noivos. Bom, no mínimo já ficaram alguma vez na vida. O fatídico 22 de outubro chegou e Ben Moody saiu (Ou foi saído) da banda, bem no começo da turnê internacional.
Ainda hoje, vários fãs defendem o lado da Amy Lee. Dizem que o Ben foi um grande idiota e blá blá blá. Sim, ele passou anos jogando várias insinuações e piadinhas pra Amy na internet. Ele montou, anos depois, uma banda nova chamada de We Are The Fallen, com uma nova vocalista branquela dos olhos claros e voz forte. Ela nunca mais disse um “ai” sobre o guitarrista.
Mas vamos analisar. O lado dela primeiro: Imagina que você é um artista que sempre prezou pela renovação e…
Sim, calem a boca. A Amy sempre tenta mudar o som da bagaça, mesmo que se mantenha dentro de um certo estilo. Ela não tem zona de conforto e a isso pelo menos cês devem o crédito!
Enfim, voltando. Aí tá, você, com vinte aninhos de idade, sai daquela casa linda de família que tinha, no interior, e acaba em Las Vegas, contratada da gravadora mais feladaputa de todos os tempos. Seu “namorado” mudou, e de repente, virou um babaca e roubou a autoria de quase tudo que você, querido leitor, fez. Você surta e manda ele pra casa do caralho.
Normal, tirando a parte da fama, muita gente já fez isso.
Agora, vamos lá pro lado dele: Você é apaixonado pela menina. Não consegue imaginar outra pessoa cantando no lugar dela. Bom, babaquice por babaquice, ela te conhece desde a adolescência e sabe que você sempre foi um retardado, não adianta reclamar agora. Você tirou dinheiro do próprio bolso pra pagar os primeiros shows da banda, você escreveu pelo menos metade das melodias das músicas. Você perdeu o apartamento pra poder pagar as despesas do estúdio. De repente você surta e, no meio de uma crise de raiva, diz que a menina não serve pra nada, que a banda tá melhor sem ela. Mas ninguém concorda, felizmente. Sua doce bundinha é chutada do grupo. A vadia te tira o dinheiro, a fama, as gostosas.
Amy made her wishes clear, sending me a message saying, and I quote, “Get on a plane, and never come back.”
Quem quiser ler a carta aberta do Ben pros fãs, de onde inclusive tirei a citação acima, pode clicar aqui, ó.
Tem gente que diz que o Ben sofria de transtorno bipolar. Tem gente que diz que ele era só fresco mesmo mas que a Amy era sim uma criança mimada. Eu digo que os dois precisavam de uma boa dose de pirok no ânus pra ver se aprendiam a ser gente, por que ambos exageraram e ambos agiram como porcos chauvinistas. Uma amizade de tantos anos não se destrói apenas por uma pessoa.
Mas tudo tem seu lado positivo. A banda ganhou muito com a saída dele e a chegada do lindo do Terry Balsamo, o som ficou mais diversificado. Caso acompanhe algum trabalho feito por ele – Que já compôs até pra Avril Lavigne má que ironia – perceberá que o cara não sai daquele mesmo padrão de sempre. O Fallen é um álbum muito querido, mas sem apelar, as faixas são tão iguais que parecem ser uma única música de uma hora.
Não digo que Halestorm, We Are The Fallen ou qualquer outro projeto que tenha seu dedo no meio imite o Evanescence. Pelo contrário. Além do fato de que a banda hoje em dia é muito diferente de quando lançou, quem ditava o estilo da música e até mesmo o figurino da Amy era o Ben. Nada mais natural que ele carregue por aí seus frutos.
Depois da briga, a Amy concluiu a turnê, sem faltar “a” um único show, pra depois tirar férias. Querendo pôr a cabeça no lugar, amadurecer, sair daquela esfera esvanescente Q, coisas assim. De primeira, era só um ano de descanso. Acabaram sendo três. O próximo texto é sobre aquele que, pra mim, é o melhor álbum de todos: The Open Door.
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