Leitura Comentada: O Nome da Rosa, de Umberto Eco (Parte 4 – Final)

Livros quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Finalmente, após dias de árduo trabalho, intensa dedicação e exaustiva persistência, finalmente chegamos ao final de O Nome da Rosa, onde Guilherme e Adso se metem em incríveis aventuras que irão abalar sua tarde, além de se darem conta de as coisas podem ser mais simples do que parecem.

É quase errado separar o quinto do sexto dia em posts diferentes (E o mesmo vale entre o sexto e o sétimo), já que é quando a história chega no topo da montanha-russa e vai começar a descida. O quinto dia termina com Adso falando da muié e de como não sabia nem o nome dela, mas o sexto começa nos dando mais um suspeito pelos crimes: Malaquias, o bibliotecário… Que morre em seguida.

Com o despenseiro fudido e o bibliotecário morto, deve-se nomear substitutos: Nicola de Morimondo vira o novo despenseiro (E será muito importante, contando coisas sobre o mosteiro), e Bêncio fica como bibliotecário (Na verdade ele não é nomeado, mas dá no mesmo…). O “meio” do sexto dia é bem legal, seja falando das “relíquias” guardadas no mosteiro (Coisas como um pedaço da cruz de Jesus, o osso de um santo e essas porcarias comuns até hoje) seja nas “visões” de Adso dorgas, que acabarão se tornando bem úteis para Guilherme.

Ainda no sexto dia, conhecemos a história dos bibliotecários (Ou parte dela), que mostra-se uma questão fundamental para a resolução do mistério, tanto das mortos quanto dos livros. Como deixar tudo pro final é mais divertido, temos também “a verdadeira face” do Abade, praticamente enxotando Guilherme e Adso e os proibindo de continuar as investigações. Já chega? Não, ainda temos o sumiço de Jorge, a última excurção à biblioteca e como os dois finalmente conseguem entrar no finis Africae, que parece ser (E é) a fonte de todo o problema.

E assim começa o sétimo dia, com Guilherme e Adso chegando ao local mais bem guardado de todo o mosteiro, e finalmente reencontrando o livro: O segundo livro da Poética de Aristóteles, que trata justamente da Comédia, e que provou ser um excelente inimigo. Após o embate intelectual entra Guilherme e Jorge, acaba-se, por acidente, ateando fogo à biblioteca, destruindo assim os livros, matando os culpados e, por fim, destruindo todo o mosteiro.

O livro termina de forma um tanto quanto… Cruel: Guilherme e Adso partem, enquanto todo o mosteiro arde nas chamas. Temos aí as reflexões de Guilherme, de como a cobiça destruiu o mosteiro, de como o Anticristo está perto (E agiu através de Jorge) e de como ele próprio estava errado em sua investigação sobre as mortes dos monges (Puta plot twist véis). Em seguida, temos o “último fólio”, o epílogo, no qual Adso fala do destino de alguns personagens (Incluindo Guilherme), fala sobre alguns dos acontecimentos “históricos” da época, do que aconteceu com o mosteiro… Enfim, creio que seja o “capítulo” que mais gostei no livro todo, apesar de este não ser exatamente feliz… E devo dizer que foi uma surpresa o que Adso faz com o livro que acaba de escrever… Mas seja como for, acho que não há jeito melhor de terminar este post do que terminá-lo do mesmo jeito que termina o livro:

Stat rosa pristina nomine, nomina nude tenemus.

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