Rota de Fuga (Escape Plan)
Ray Breslin é a maior autoridade existente ao se falar em segurança. Após analisar diversas prisões de segurança máxima, ele desenvolve um modelo à prova de fugas. Quando é preso, Ray é enviado justamente para a prisão que criou. Lá ele precisa encontrar uma brecha não imaginada até então, que permita sua fuga. Arnold Schwarzenegger interpreta um colega de cela de Ray.
Já vou logo avisando: Ray Breslin não é preso por cometer algum crime. Ele é preso por ter sido contratado pra testar a cadeira. Como todas as outras que ele testou. Ele é um testador de segurança de cadeia, se é que isso pode ser considerado uma carreira. Na verdade, ele é sempre preso com um nome falso e um histórico falso, em todas as penitenciárias de segurança máxima que ele verifica, pra analisar a segurança por dentro. Afinal, pra abrir uma prisão totalmente por fora só se fosse o Rambo, não é mesmo?
Mas o que importa é que dessa vez, ele foi parar numa jaula que seguiu todas as recomendações do livro que ele escreveu sobre prisões [Presunçoso sou eu]. E agora, José?
Agora que FODA-SE, porque o filme não é tanto sobre fugir de cadeia, mas sobre o que teria sido o melhor filme de ação de todos os tempos da década de 80: Stallone e Schwarzenegger, dançando de rosto colado escapando do inferno apenas com suas habilidades de fodelões que apanham com um sorriso na cara e derrubam muros com murros.
O roteiro não é tão importante, mais pela falta de uma história desenvolvida do que pelo fato de que as artimanhas utilizadas são totalmente anos 80, época que traquitanas tecnológicas eram coisa de viadinho e os homens de verdade resolviam tudo no improviso. É só ver o MacGyver, aquilo é que era cabra inteligente.
A cena inicial me deixou curioso como caralhos o filho da puta tinha saído de uma solitária, mas depois de explicado o negócio passa de “truque de mágica” a “filho da puta sem costume vai mentir pra lá roteirista do caralho”. Não que isso diminua a diversão pelo filme, óbvio. É o tipo de filme que você sabe que não pode ser realista, sob pena de durar quinze minutos, ou o tempo pro primeiro capanga puxar uma arma.
No caso, o nosso parça Stalonge resolve deixar o Rambo e o Rocky de lado, e parte pra uma coisa mais intelectual. Não questione, o Dolph Lundgren tem mestrado em química. Só que o personagem Ray é tão fodão, mas tão fodão, que manja tudo de engenharia civil, juntamente com improviso de armas, artes marciais e treinamento com armas de fogo, entre outros conhecimentos menores. Tudo isso depois de uma mudança drástica de carreira. Qual? Se virem pra descobrir que não sou eu quem vai contar e estragar o filme [Não que isso seja possível].
Mas isso não é tudo: Contando com conhecimentos de psicologia, antropologia e grande empatia, Ray acaba não só se aproveitando do pobre e inocente Rottmayer pra fazer seu serviço sujo e descolar umas paradas, como ainda leva junto um bucha que ninguém se importa. Porque as minorias sempre morrem cedo. Ou seguram o avanço do inimigo, dá no mesmo. Vai pra vala do mesmo jeito.
Mas o mais divertido é o plot twist dentro do plot twist que o filme enfia na sua fuça, e você nem nota. Sério, quem ia imaginar que -BANG! BANG! BANG!
Cale-se, maldito.
Rota de Fuga
Escape Plan (116 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, 2013
Direção: Mikael Håfström
Roteiro: Miles Chapman e Jason Keller
Elenco: Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, 50 Cent, Sam Neill, Amy Ryan, Jim Caviezel, Vincent D’Onofrio, Caitriona Balfe, Faran Tahir, Jaylen Moore, Jeff Chase e Vinnie Jones
Leia mais em: Ação, Resenhas - Filmes, Rota de Fuga