Quatro Minutos (Vier Minuten)
Traude Krüger trabalha há anos como professora de piano em uma penitenciária. Ao reconhecer o talento musical de Jenny, uma jovem violenta e indisciplinana, presa e condenada por assassinato, resolve se tornar sua tutora e inscrevê-la num concurso de piano. A relação das duas se desenvolve quando a professora de piano também se revela autoritária e intransigente, possuindo interesses pessoais na vitória da menina no concurso.
A principio, achei que ia ser um filme bem meia boca. Mas me surpreendi. Mesmo com o início calmíssimo, Quatro Minutos, além de visualmente belo, tem uma história que prende, mesmo se perdendo em algumas partes.
Traude Krüger é professora de piano numa penitenciária feminina faz muito tempo: sessenta anos. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, Traude está “presa” às aulas. E, nesse tempo todo, ela nunca encontrou alguém como Jenny: Uma detenta condenada por assassinato, que ataca a tudo e todos, sendo muito impulsiva e joselita. Mas que possui uma habilidade incrível ao piano. E essas duas características principais ao mesmo tempo repelem e atraem a velha professora. A princípio, Jenny não quer mais do que tocar suas músicas divertidas, que Traude, numa clara representação do nazismo ali guardado, classifica como “música de negros”: Blues e Jazz. A professora idosa, porém, pede que ela se retire, mas a aluna se recusa, por querer tocar. O guarda que acompanha Traude [E que é aluno dela] tenta retira-la sozinho, ela reage e espanca o gordinho [Sempre é o gordinho que se fode, impressionante].
Depois de se ferrar por se meter com o carcereiro, Jenny é convencida por Traude a participar de um concurso musical. O problema é que, conforme elas convivem, Jenny vai se mostrando mais rebelde e brusca, por conta de um pai violento que a obrigou a estudar música, e isso desperta na própria tia as lembranças da época em que começou na cadeia, lá no tempo dos nazistas. Algumas verdades que eram ocultadas à força são trazidas de volta pra superfície com essa convivência, e as duas acabam criando um laço de companheirismo. E claro que isso só aumenta a vontade da véia de ver a pirralha ganhando. Também por satisfação pessoal. O problema é que, por conta da personalidade de Jenny, alguns inimigos foram criados, e eles não vão deixar barato: Vão fazer o que puderem pra ferrar com as aulas da moçoila… Porra, a cena em que ela é amarrada doeu até em mim. Quem ver vai entender.
No final, tem até superior sendo peitado pra muié tocar. Por que aquela velha teimosa não ia perder tempo pra não ganhar, claro. O título do filme é explicado na cena final, que mostra também uma exibição primorosa de Jenny, que arrepia até os pelos do suvaco. Claro que isso só pra quem gosta de boa música. Pra terminar com a enrolação: Se você achou que ficou meio confuso o que eu falei aqui, vá assistir. O filme não é tão confuso e é muito bom. Nóis recomendãm!
Quatro Minutos
Vier Minuten (112 minutos – Drama)
Lançamento: Alemanha, 2006
Direção: Chris Kraus
Roteiro: Chris Kraus
Elenco: Monica Bleibtreu, Hannah Herzsprung, Sven Pippig, Richy Müller, Jasmin Tabatabai, Stefan Kurt, Vadim Glowna, Nadja Uhl, Peter Davor, Edita Malovcic, Kathrin Kestler, Christian Koerner, Amber Bongard, Dietrich Hollinderbäumer, Dieter Moor
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