Sobre risos e sorrisos
Este é um post safado só para não faltar texto hoje. Sim, é isso mesmo, e a culpa é do PT, mas isso é outra história. A questão é que, várias e várias vezes, há a necessidade de simplesmente sorrir, e há várias e várias formas, intenções, motivos e razões para isso, mas a necessidade é a mesma. Bem, é pra esse momento que você precisa estar preparado. Vem junto.
Pare por um segundo e olhe para si mesmo. Não se mexa, mova apenas os olhos. Aposto que cê taí, sentado nessa cadeira velha e manchada, olhando pra tela do computador com uma cara de quem podia tá matando, podia tá robando mas tá só criando aimbot pro CS 1.4, segurando o mouse enquanto imagina que o scroll é um clitoris (Pronúncia e escrita à ser confirmada).
Mas todo mito vivo precisa de uma ajuda de vez em quando. Este é, hoje, o meu trabalho. Há um momento na vida em que você simplesmente deve jogar no lixo sua dignidade, conceitos, ideais, opiniões e respeito próprio. Este é o momento em que você concorda ligeiramente de cabeça, manda uma palavra genérica e sem real significado como “realmente” ou “de fato” e sorri.
Esse momento pode muito bem acontecer numa festa, numa reunião da sua turma de escola ou até mesmo quando você encontra algum conhecido na rua, mas todos sabemos que você não tem nada disso, então foquemo-nos na situação que pode acometê-lo: Quando você vê alguma merda na TV. Claro que foda-se se você estiver sozinho, mas como as amigas do clube do livro da sua mãe sempre chegam na hora do TOP 15 Trilhas de MMO do Dia (E mudam pra novela, pra Palmirinha ou pra Ana Hickmann), você se vê obrigado à fazer sala pras tias, afinal, elas que fazem o bolo de fubá e a torta de espinafre que será teu almoço por três dias.
Todos sabemos o martírio que é a programação televisiva da tarde. Não, não adianta negar e nem dizer que “só passa na frente da TV”. Você já viu a Ana Maria Braga ensinar a fazer pão de queijo caseiro; você já sabe que A Usurpadora na verdade podia sim andar; e você faz air drum e guitar na abertura de TV Fama. Não tem problema, todo mundo comete erros e tem falhas, mas não é porque você faz essas coisas que você assiste o programa inteiro. Porra, nem os fãs do Raul Gil assistem o programa dele inteiro, só o show de calouros e os chapéus.
Mas tá lá você, o mito, a lenda, sendo privado do mundo e da vida das outras pessoas pelas garras amaldiçoadas da televisão brasileira. Você não pode tocar o foda-se, dizer toda a verdade e ir embora porque aí você teria que lavar sua própria roupa e cozinhar, não… Você está acima disso. Não importa o que os outros acham, você SABE a SUA VERDADE. E só você precisa saber.
Ao balançar a cabeça para cima e para baixo você o faz ironicamente. Ao dizer “é possível” você regozija internamente ao imaginar a reação da Tia Cotinha se você expusesse suas reais opiniões. Ao prometer tirar a cópia da receita de tilápia com batata e açafrão você sente em sua boca o delicioso gosto do Cheetos requeijão e o cheiro do Doritos. Mermão, você salva os seus beagles, e sabe disso! E é isso que importa!
Portanto, meu amigo, se algo abalar sua concentração, se um comentário o desviar do caminho, se uma pergunta particularmente estúpida for feita por um repórter, simplesmente respire fundo, pense que só falta 4685 XP pra você upar seu char e mande ver: Sorria. Você não precisa de protetor solar, isso é pra quem não tem tudo que precisa em casa, o que você precisa é simplesmente paciência. Eu sei, é difícil, você pode ter recaídas, mas cada cicatriz que você carrega é um documento das batalhas que você venceu. Então, relaxe e divirta-se com a burrice, ignorância e alienação alheia: Se os aliens invadirem amanhã, será você quem irá sobreviver… E você ainda terá bolo de fubá.
Nota do editor: Ana Maria Braga passa de manhã.
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