O fim de semana mágico do Demolidor
É assim que eu me lembrarei eternamente destes dois dias incríveis. Assumo que não sou conhecedor profundo do Homem Sem Medo e, assim como o próprio, nunca vi muitas de suas histórias. Pra dizer a verdade, eu só li realmente A Queda de Murdock e Diabo da Guarda. As duas são fodas, mas o Demolidor nunca foi um herói que me despertou muito interesse. Até esse fim de semana mágico quando sua série estreou. E lá vamos nós no poserismo!
Diferente de tudo o que vimos da Marvel até agora, Demolidor é brutal, é sanguinolento, é cruel e é covarde. A série desperta em você o senso de justiça que o próprio Demolidor tem. Você fica puto com as injustiças que acontecem na série e quando aquele cara vestido de preto aparece pra dar uns catiripapos nesses filhos da puta, você tem um orgasmo mais ou menos parecido com o que você teve em Tropa de Elite 2, quando o Capitão Nascimento resolve dar umas porradas no político filho da puta. A porradaria final do 2° episódio pra resgatar o moleque… Malditos ninjas cortadores de cebola!
As cenas de porradaria são incrivelmente fodas, mas elas não são o ponto principal da série. Temos flashbacks da infância de Matt Murdock antes e depois do acidente, que exploram o relacionamento dele com o pai, que era um lutador de boxe que fazia o que tinha que ser feito para dar o melhor pro filho. Ser pai solteiro, boxeador, ter que pagar aluguel e educar o filho são tarefas difíceis em qualquer lugar do mundo, mas na Cozinha do Inferno isso tudo fica um pouco mais complicado.
E pra quem acha que o Demolidor é o cara fodão e inquebrável que desce a porrada em todo mundo sem sequer tomar um peteleco, bem, cê pode assistir o 2° episódio, que começa com o cara todo estraquinado numa lixeira e nos apresenta a Enfermeira Noturna, ou não, que nos quadrinhos já foi namorada do Luke Cage. Olha uma linkada pra futura série do Poderoso. Quer outra? O último adversário de Jack Murdock nos ringues foi Carl Creel, o Homem Absorvente, que andou dando certo trabalho, inclusive funerário, aos Agentes da S.H.I.E.L.D. no início da 2° temporada. E não é só isso. A série cita, de forma bem sutil, a batalha de Nova Iorque, é, aquela de Vingadores, e como ela foi boa para os negócios da máfia. Inclusive para a ascensão daquele que não dizemos o nome, como Rei do Crime. Ou quase isso.
Mas não somente de Demolidor vive a série do Demolidor. Foggy Nelson e Karen Page co-protagonizam a série, embora quem roube a cena mesmo seja Ben Urich. Sem falar do grande vilão da série, Wilson Fisk, que, apesar de amedrontar qualquer um apenas com sua aparência e (Má) fama, menos o Demolidor, por motivos óbvios, é apenas humano, com medos e inseguranças como qualquer outro ser humano.
Demolidor superou todas as expectativas e certamente é a melhor série adaptada de quadrinhos da atualidade (Podem chorar à vontade). A Marvel não poderia ter iniciado essa nova fase de séries de forma melhor. Pode ser que Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro não superem o 10/10 de Demolidor, que era o herói mais conhecido destas 4 séries da Netflix que culminarão em Defensores, mas decepcionar elas não vão.
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