O Agente da U.N.C.L.E. (The Man from U.N.C.L.E.)
Tendo como pano de fundo o início dos anos 1960, em pleno auge da Guerra Fria, The Man from U.N.C.L.E. é centrado no agente Solo, da CIA, e no agente Kuryakin, da KGB. Forçados a deixar de lado as hostilidades de longa data, os dois se unem em uma missão para combater uma misteriosa organização criminosa internacional, empenhada em desestabilizar o frágil equilíbrio de poder através da proliferação de armas e tecnologias nucleares. A única pista da dupla é a filha de um cientista alemão desaparecido, que é a chave para se infiltrarem na organização criminosa. Eles precisam correr contra o tempo para encontrá-lo e evitar uma catástrofe mundial.
Eu não sei o raio do motivo, mas pra mim O Agente da U.N.C.L.E. era uma comédia baseada no mundo dos espiões, tipo Agente 86. E o filme, como ação de espionagem, me surpreendeu positivamente. O que não seria muito difícil, já que eu não conhecia a série dos anos 60 [Que, eu imagino, não era temática, por motivos óbvios].
O filme começa com Napoleon Solo, que é o agente mais boladão da CIA, indo salvar Gaby Teller, por trás da cortina de ferro da Alemanha Oriental de um perigoso agente da KGB, Illya Kuryakin. Mas ao contrário de vocês, eu não sabia nem que o agente soviético tinha nome, pra mim ele era só um fortão aleatório. Qual a minha surpresa [Dentre várias outras] quando eu descubro que o fortão aleatório iria se unir ao protagonista, nosso garboso Super Homem Solo? Sim, eu sei, eu devia ter pelo menos lido a sinopse. Mas pra que receber spoilers na cara quando eu posso me esbaldar na ignorância? Aliás, o pôster protagonizado pela Gaby é um spoiler na sua fuça, então recomendo não ir procurar.
A primeira coisa que me agradou, já que eu não estava ciente de todas as reviravoltas e o escambau, foi que a ação, mesmo sendo coisa que não é qualquer zé ruela faz, tenta ser [Ou ao menos parecer] realista. Não tem nada fora da curva no filme, a suspensão de descrença não é muito alta. Cê tá lá acompanhando e de repente PLAU, uma reviravolta. Que aliás, é a segunda coisa que me fez gostar do filme. Não uma reviravolta, mas a quantidade e qualidade delas. Eu, que me achava o grande decifrador de filmes, tomei tanto pedala desse aqui que me senti um pobre plebeu que nunca desvendou um quebra-cabeça na vida.
E mesmo não sendo uma comédia, o filme tem grandes momentos de humor, como por exemplo a cena de perseguição de barco em círculos dentro de um porto fechado. Ao mesmo tempo que é sutil, é uma ideia totalmente excelente, e como a maioria das cenas graçadas, não precisa apelar pra subterfúgios [A menos, é claro, que você considere tudo como sendo subterfúgio, o que no caso eu só posso mandar você se foder].
Tem também o fator do vilão não ser tapado, e os heróis só se salvarem em alguns casos por sorte. Ou preparação antecipada, como no caso do sofá. Mas nivelar os heróis com os vilões [Seja não tornando os antagonistas burros feito uma porta ou os protagonistas sendo retratados como semi-deuses] deixou a brincadeira melhor. É aquela coisa, ninguém gosta de apelão.
Minhas únicas reclamações: A eterna cena final que deixa um gancho ridiculamente visível pra uma continuação; E o fato de eu não ter uma gaiola acessível pra brincar na lama e no rio feito o Henry Cavill. Malditos atores e seu mundo de diversão sem fim.
O Agente da U.N.C.L.E.
The Man from U.N.C.L.E. (116 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, Reino Unido, 2015
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie, Lionel Wigram, Jeff Kleeman e David Campbell Wilson, baseados na séria de Sam Rolfe
Elenco: Henry Cavill, Armie Hammer, Alicia Vikander, Elizabeth Debicki, Hugh Grant, Jared Harris, David Beckham, Christian Berkel, Guy Potter, Joana Metrass e Christopher Sciueref
Leia mais em: Ação, O Agente da U.N.C.L.E., Resenhas - Filmes