O reboot do Flash
A DC é uma vadia bipolar que ama e odeia seus fãs. Enquanto ela assina o atestado de incompetência nas telonas, ela mostra que sabe muito bem o que fazer nas telinhas. Apesar de tudo isso começar com Arrow, que até hoje não conseguiu evoluir e chegar onde todos queriam que ela chegasse, as outras duas séries da CW que compõem o Arrowverse, como é conhecido o universo compartilhado da DC na TV, são sensacionais. É claro que possuem alguns erros, afinal, qual série não possui? Mas qualquer episódio de Flash ou Legends of Tomorrow são melhores que Batman V Superman – A Origem da Justiça e Esquadrão Suicida. E olha que eu gostei de Esquadrão Suicida, hein.
Após o juvenil do Barry Allen não saber como lidar com as consequências da última temporada, o rapaz veste a roupinha de Flash, volta no tempo, salva a mamãe e muda a porra toda. Pra quem não tá muito ligado, isso é uma adaptação de Flashpoint, evento da DC Comics que resultou no reboot do universo DC e criou os Novos 52. É claro que as consequências da viagem do Flash ao passado na série são muito menores, mas ainda assim, muito importantes.
Barry Allen está vivendo a vida que sempre quis. Sua mãe não morreu, seu pai não foi preso e ele, apesar de ainda ter seus poderes, não precisa ser o Flash, já que nessa nova linha temporal existe outro Flash, o Kid Flash, que por enquanto é só Flash mesmo. Mas é claro que por nunca ter ficado órfão, Barry nunca foi criado por Joe e com isso nunca teve uma amizade com Íris, mas nada que não possa ser resolvido com um convite para um café. Luke Cage feelings. E Joe, pobre Joe, é o cara mais afetado nessa realidade, vivendo longe dos filhos e nos braços da cachaça. Mas o maior problema é que o Barry Happy Allen não é o único que sabe que a linha do tempo original foi alterada, Eobard Thawne, o Flash Reverso, que está preso em uma cela que retira seus poderes, também sabe disso e sabe também que o próprio Tempo não tá nada feliz com a bagunça que Barry fez e que vai dar um jeito de arrumar as coisas. E a questão aqui é: Você viveria em paz sabendo que pra ajeitar a sua vida você arruinou a vida de outras pessoas?
Achava que essa primeira versão do Flashpoint fosse durar mais, mas pelo visto teremos o Flash pulando de realidade em realidade até conseguir reconstruir a linha do tempo original, já que, num dos maiores atos super heróicos já vistos na televisão, Barry abre mão da própria felicidade pelos outros, só que como o Flash Reverso bem disse antes, o Tempo tá chateado e não vai ser tão fácil assim consertar as coisas e tudo indica que tudo só voltará ao normal, ou o mais perto disso possível, com o mega crossover entre Flash, Arrow, Legends of Tomorrow e Supergirl, que deve rolar lá pelo sexto episódio de cada temporada.
E tudo isso seria muito mais emocionante se na verdade esse Flashpoint não fosse apenas uma enorme safedeza pra reviver a Canário Negro e o Capitão Frio, que bateram as botas nas temporadas passadas de Arrow e Legends of Tomorrow. Não chega a ser um grande problema, mas é um problema, porque esse lance de ressurreição é uma das coisas mais irritantes dos quadrinhos e agora das séries. Quando você para de se importar com a morte dos personagens porque alguém vai esmurrar as barreiras do espaço-tempo ou Deus vai intervir, você para de se importar com a história e quando você não se importa com a história você vira uma casca vazia assistindo algo por simples saudosismo dos bons e velhos tempos.
Duvido muito que com todo esse lance de Flashpoint, a introdução do Kid Flash, mega crossover e tendo Flash Reverso e Doutor Alquimia soltos por aí a terceira temporada de Flash decepcione, mas depois que a treta entre Flash e Zoom foram resolvidas com uma corrida eu não chego a botar a mão no fogo por isso.
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