A Classe de Doctor Who
Excelentíssimo Senhor Steven Moffat disse que precisa dar um abraço no filho mais novo e anunciou que não teríamos uma temporada de Doctor Who em 2016, apenas um especial de Natal onde conheceríamos a nova companheira do Doutor, uma vez que Clara não aguentou mais o tranco. Pra compensar a falta de uma nova temporada do Doutor Quem, foi anunciado então um novo Spin Off que se passa em Coal Hill, lugar mega clássico da série, já que nos foi apresentado lá na primeira temporada da série clássica.
A história é mais ou menos a seguinte, três jovens alunos de Coal Hill, Tanya, a jovem CDF que está adiantada na escola, Ram, o super popular jogador de futebol e April, a mocinha sonsa e irritante, passam a ser perseguidos por sombras malignas após terem contato direto ou indireto com o novo aluno da escola, Charlie, que é o príncipe dos Rhodianos, povo alienígena que estava em guerra com os Quill, raça a qual pertence Miss Quill, a nova professora da escola e guarda-costas forçada de Charlie e que agora são os últimos de suas espécies e estão sendo perseguidos pelo Rei das Sombras, que quer algo que o príncipe tem.
O Rei das Sombras e seu povo chegam à Terra graças a uma das fendas do espaço-tempo que cercam Coal Hill após centenas de ataques alienígenas e extra dimensionais que a escola sofreu em mais de cinquenta anos de série. E se ser ameaçados pela própria sombra já não fosse suficientemente ruim, após usar uma arma alienígena dada por Miss Quill, April tem seu coração fundido ao do Rei das Sombras, botando em ação o bom e velho dilema de Coração de Dragão, se um morrer o outro também morre.
Apesar de ser uma série derivada de Doctor Who, o que faz muitos pensarem n’As Aventuras de Sarah Jane e não em Torchwood, a série é uma mistura de Buffy, A Caça Vampiros e Misfits, e tem seu tom de violência e seriedade, com sangue jorrando, membros decepados e genocídios. E apesar do ponto alto ser definitivamente Miss Quill e toda sua antipatia e desprezo a qualquer pessoas que não seja ela, a série só me ganhou de verdade após o ótimo discurso de Peter Capaldi nas últimas cenas do primeiro episódio, que explicou de forma simples e direta o que esperar dos próximos episódios, coisa que a série não tinha conseguido nos quarenta minutos anteriores.
Com um elenco tão diversificado quanto Sense8 e dramas pessoais que vão além do lenga lenga adolescente que estamos acostumados a ver por aí, Class tem tudo pra ter uma vida longa, já que trouxe de volta algo que as séries esqueceram recentemente, o cliffhanger descabelador que te deixa noiado durante seis meses. Enfim, Class não é a melhor coisa que eu já vi, mas tá bem longe de ser a pior e representa muito bem o universo de Doctor Who.
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