Videogame é coisa pra adulto

Games quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Porram, tem cinema demais no Bacon, bora mudar isso aí.

 Essa galera tá muito mão de vaca; nem pra encher a sala pra foto.

Esta história começa em algum momento de 1998, uma época em que eu não ligava grandes coisas pra videogames porque o lado de fora da casa é muito mais legal que o de dentro… As coisa mudam. A questão é que eu tinha um Master System: O PlayStation já existia há uns anos, o Nintendo Siquistifór também e eu tava pouco me importando com tudo isso. Mais ou menos do jeito que faço hoje.

Tudo bem que atualmente eu não saio por aí com meus carrinhos numa sacola pra armar acampamento no local mais propício pra um derby de demolição, mas a minha falta de interesse com os jogos permanece. E isso já tem mais de dois anos. Naquela época a oitava geração de consoles ainda era novidade, o país não estava em crise, o mercado dos jogos pra celular estava em alta, os principais componentes de um computador estavam em um período estável… 2014 foi um ano relativamente bom pra muita coisa, mas já estamos quase em fevereiro de 2017, e muita coisa mudou.

Nesse meio tempo, como já falei antes, a maioria dos laços que eu tinha com os videogames foram cortados: Meu console não dá mais no couro, meu computador não dá mais no couro, não tenho nenhum portátil e não tenho emuladores. Meu celular é bom, mas os jogos disponíveis não são. Os jogos de browser estão um pouco melhor das pernas que uns dois anos atrás, mas considerando que a grande maioria é feita durante o tempo livre da galera, sem ganho financeiro nenhum (E não estou reclamando, mas isso é conversa pra outro dia), e que metade dos países do mundo tão meio mal das pernas… A situação não está boa, e não é só pra mim.

 Olha a criseeeee! É mentiraa!!!!!!!1

E como não pode deixar de ser, juntando a falta de saco pra fazer alguma coisa coma a falta de fundos, a minha situação atual é que eu não sei sequer quando vou jogar os jogos que quero jogar (Aqueles poucos que passam a barreira do desinteresse). Obviamente este passa longe de ser um grande problema na minha vida, mas também quer dizer que eu não vou ter o prazer de fazer algo que gosto: Fiz as contas aqui agora, e ganhei meu PlayStation 2 em 2005, sendo que a sétima geração dos consoles chegou no ano seguinte. Isso torna oficial que eu estou há ONZE ANOS longe das atualidades dos jogos. Pelo menos no quesito importante: Jogá-los. Claro, tive outras plataformas (PC, celular, Game Boy, etc.) nesse meio tempo, mas nenhuma delas eram a novidade, nenhum era atual. Como diria minha mãe, a última vez que eu estive na crista da onda foi há uma década atrás, e eu fiquei lá por menos de um ano.

Sei que isso é uma escolha, afinal esse tempo todo é mais do que suficiente para juntar dinheiro para um computador ou console, mas a verdade é que videogame, no fim, é algo supérfluo e portanto acabo deixando-o de lado. O estranho não é notar que o interesse (E, logo, o esforço) pelo treco tenha mudado, passado por fases e tudo mais, mas sim que atualmente é muito mais difícil começar a jogar (Ou voltar a jogar) do que era há onze anos.

É mais caro e dispendioso jogar videogame do que jamais foi: Você não precisa mais da TV, da plataforma e pagar a conta da energia, você precisa pagar a internet, e a sua TV tem que ser com uma resolução mínima, e você tem contas diferentes pra jogos e empresas, além de ter contas em serviços online diferentes. Agora os requisitos de placa de vídeo se concentram em performances que, há uns anos seriam média: Praticamente não há mais placas de vídeo que garantam só seu monitor, ou ela roda jogos ou é integrada e “não-existente”. Computadores precisam de controles, consoles precisam de headsets, portáteis estão estagnados e/ou seu celular custa três mil temers pra rodar uma cópia fajuta de CS ou você só joga uma cópia fajuta de Age of Empires. Você tem que atualizar seus jogos, tem que baixar patches e tem que fazer login. Lembra quando o que mais demorava pra fazer num jogo era criar seu personagem? Isso acabou, e não porque criar personagem ficou mais fácil.

 São duas da manhã, de jeito nenhum que eu ia ter uma piada boa.

Dá mais trabalho jogar videogame em 2017 que em 1998. E eu não só estou mais velho, mas tenho facilidades práticas agora: Tempo, independência, opiniões mais embasadas, melhor acesso à informação, formas variadas de pagamento tudo isso é muito questionável. Eu não sou mais criança: Deveria ser mais fácil. Deveria ser muito mais fácil. Mas eu não posso, hoje, entrar numa loja, escolher o que eu quero, fazer 18 prestaçõeszinhas, chegar em casa, ligar e jogar. E contanto que eu não contasse pros meus pais eu poderia fazer isso em 1998. Vinte anos atrás era mais fácil jogar videogame. Era mais barato, mais rápido e mais prático.

Se eu nascesse hoje, eu jamais conseguiria jogar videogame.

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