Na Mira do Chefe (In Bruges)

Cinema quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Colin Farrell é um ator dos bons, e creio que muita gente ache interesse no filme por ter ele no elenco, levando em conta que esse nome não ajuda em nada. Ainda bem que existe o site mais quente da galáxia pra dizer “ignorem o título, o filme é bom!”.

Para os matadores Ray (Colin Farrell) e Ken (Brendan Gleeson), Bruges (Bélgica) poderia ser a última parada. Um trabalho difícil fez com que os dois fossem enviados por seu chefe de Londres, Harry (Ralph Fiennes), para esfriar a cabeça antes do Natal na cidade de “conto-de-fadas” por algumas semanas.

Deslocado em meio à arquitetura Gótica, os canais e as ruas de paralelepípedo, os dois matadores ocupam seus dias vivendo como turistas. Ray, ainda assombrado pela carnificina de Londres, detesta o lugar, enquanto Ken, ao mesmo tempo em que fica de olho no comportamento de Ray, delicia-se com a beleza e a serenidade da cidade.

Porém, quanto mais eles esperam pela ligação de Harry, mais surreal torna-se sua experiência, que inclui estranhos encontros com locais e turistas; arte medieval; um ator americano anão (Jordan Prentice) que está filmando um filme de arte europeu; prostitutas holandesas e um potencial romance para Ray na forma de Chloë (Clémence Poésy), que pode ter seus próprios segredos obscuros.

Quando Harry finalmente liga, as férias de Ken e Ray tornam-se uma batalha de vida ou morte recheada de humor negro e com conseqüências surpreendentes.

Eu nem sabia que skinheads ainda existiam.

Humor inglês é muito chato, na minha opinião. Na Mira do Chefe queimou minha língua neste quesito, já que seu humor não é só fino, inteligente, mas é aquela coisa que faz você REALMENTE rir. Isso que é humor, afinal – mas não espere cair na gargalhada: confesso que ainda não sei se este filme devia ser rotulado como comédia, tendo em vista a qualidade E originalidade espetacular que embaralham o humor em drama, suspense E ação. Surpreendente devia ser gênero.

Não é brincadeira ou exagero. Tudo começa a ficar imprevisível de repente, reforçando a sua atenção, te CHAMANDO pra dentro do filme. Que tipo de COMÉDIA faz isso?

Em um momento você vê uma situação hilária com Ray e Ken, ou com Ray e o anão; e num outro momento você vê Ray se lamentando e Ken tentando ajudar, e é aí que rola a parte séria da bagaça, sem aquela coisa absurdamente clichê, como é de praxe nas comédias que puxam um drama. Eu diria que o humor foi inserido no filme para torná-lo ainda MAIS genial, tendo em vista que o drama em si, como dito acima E no pôster, é BEM original. Eu gosto de dar ênfase nisso, afinal, são raras as vezes que os filmes dessa linha realmente trazem algo de novo, falaí.

– É?

Com um elenco espetacular (Clémence Poésy é melhor que sake) e uma história marcante, Na Mira do Chefe atende a todos os gostos, ficando muito acima da expectativa esperada após você ler o título e a sinopse do filme no panfleto de filmes em cartaz do cinema. Esse parágrafo devia ser a resenha, já é o bastante. Encontrei uma certa dificuldade pra falar sobre o filme, até, já que contar qualquer detalhe pode estragar tudo. Ainda bem que a linguagem por aqui me permite dizer isso: ASSISTE ESSA PORRA, FDP!

Na Mira do Chefe

In Bruges (107 minutos – Comédia/Drama)
Lançamento: EUA/Bélgica, 2008
Direção: Martin McDonagh
Roteiro: Martin McDonagh
Elenco: Colin Farrell, Brendan Gleeson, Ralph Fiennes, Clémence Poésy, Jordan Prentice, Jérémie Rénier, Thekla Reuten, Eric Godon

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