A Entidade (Sinister)
Ellison (Ethan Hawke) é um escritor de romances policias que acaba de se mudar com a família. No sotão da nova casa ele descobre antigos rolos de filme, que trazem imagens de pessoas sendo mortas. Intrigado com o que elas representam e com um estranho símbolo presente nas imagens, ele e sua família logo passam a correr sério risco de morte.
Há muito tempo que o público não era agraciado com uma história tão bem escrita, uma atmosfera tão segura e com um filme que se sustenta sem apelar e acaba oferecendo uma fuga aos cli… Ah, foda-se! Vou falar de uma vez: Me caguei assistindo a esta bagaça. E só Deus Zeus pode me julgar!
E podem ir tirando esse sorrisinho irônico da cara! Duvido que cês consigam assistir isso aqui sem desmunhecar nem uma vezinha, seus baitolas enrustidos!
O tormento começa com a chegada da saltitante, serelepe e ululante família… A família… Bom, os putos não têm sobrenome, essa é a verdade. Vou chamá-los de Silva então, pra maior afinidade com o público tupiniquim.
Continuando: O patriarca é um escritor de suspenses que tá há uns bons dez anos sem escrever nada que preste, afinal, o mercado literário andava infestado por vampiros purpurinados e menininhas menstruadas. Já que seu livro mais famoso ajudou a solucionar o assassinato no qual havia sido baseado, o maldito protagonista resolve que seria uma belíssima ideia levar a família pra uma cidade onde ocorrera um crime medonho não solucionado, na esperança de receber uma lufada de inspiração. Como estamos num filme de terror, a casa escolhida é justamente aquela em que o crime aconteceu. Lindo, não?
E é óbvio que porra da casa é amaldiçoada. O escritor encontra uma caixinha cheia de fitas, aparentemente inocentes – Todas etiquetadas com títulos como Churrasco em Família ou Festa na piscina. Mas, quando nosso bravo, corajoso, e nada babaca herói bota o material pra rodar no projetor, descobre filmes mostrando assassinatos que, até então, ninguém tinha nem ideia de como solucionar. Alguns com mais de trinta anos, até.
Como cês devem imaginar, a partir daí é ladeira abaixo pros personagens. Estranhezas acontecem, a família briga, a pirralhinha começa a conversar com uma amiguinha imaginária e afins.
E olha, até mais ou menos uma meia hora, o filme engana. Dá a impressão de ser uma daquelas historinhas pra boi dormir. Sabe, de crianças que foram brutalmente assassinadas mas, como são espíritos puros e inocentes, vão ajudar a pobre família a escapar da maldição em nome dos lanchinhos amanteigados e dos piqueniques no parque.
Realmente pensei que assistiria a duas horas de melação de cueca sobre o poder da amizade e da insituição familiar e mimimi. Só que, de repente, a bagaça dá a volta por cima e, caralhas, há muito tempo que não saía um filme que desse tanto medo. E que quebrasse as pernas da plateia no final. Que final, gente, que final…
Quase dei cinco de nota por que só vi metade do filme – passei o resto em posição fetal, me perguntando por que pindarolas não tava na sala ao lado vendo algum desenho.
A história pode não ser perfeita em tudo – Já vi gente reclamando do roteiro dela, o que sinceramente não faz falta no projeto -, mas cumpre o que promete, que é te assustar. Não incomodar, assustar mesmo. Sem caras feias pulando na tela, nada disso, mas usando bem o ângulo da câmera e a iluminação do cenário. Coisas simples, que não exigem muita firulagem.
Só não serve muito se você quiser usá-lo, na verdade, pra descobrir quem é homem e quem é granola no seu grupo de amigos. Não existe heterossexualidade quando Bhughul entra em cena.
Agora, curicença que eu vou voltar aos meus rituais de purificação espiritual: Assistir vídeos de filhotinhos no Youtube pra me recuperar do trauma.
A Entidade
Sinister (110 minutos – Terror)
Lançamento: EUA, 2012
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson
Elenco: Ethan Hawke, Fred Thompson, James Ransone
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