A História de Watchmen
Bom dia a todos. Cumprindo com minha honrada palavra de evitar que vocês, meros mortais, fossem humilhados por nerds na estréia do escalofodético filme de Watchmen, passei horas de meu precioso tempo traduzindo, organizando e simplificando a história de Watchmen da Wikipédia em inglês (qualquer um sabe que a Wikipédia em português só serve para vagabundo que faz trabalho da escola de última hora) para que vocês não se sintam perdidos no filme. Após conhecer os personagens, chegou a hora de se aprofundar na história.
Para começar, Watchmen não ocorre na nossa realidade (como as outras HQs), e sim num mundo alternativo. Neste, Richard Nixon levou os EUA à vitória na Guerra do Vietnã, e, por isso, passou um longo tempo no poder. Também há outras diferenças históricas e políticas, boa parte dessas devidas a intervenção (e à própria existência) do Dr. Manhattan.
Nesse mundo, existem outras HQs conhecidas nossas, como as do Super Homem, que forneceram inspiração para que um dos personagens (Rorschach) se tornasse um combatente do crime. Estranhamente, essas HQs são substituídas por quadrinhos de piratas (Que estranha sensação de Deja Vu…) quando heróis começam a aparecer na vida real.
Tudo estava normal: os peixes nadavam, os brasileiros vagabundavam e os théos eram sodomizados por chow-chows com salames. Aí, para acabar com a harmonia do mundo, a polícia entra em greve. Para evitar o caos, os heróis assumem o lugar da polícia. E, não tão surpreendentemente, fazem um serviço melhor que a puliça. O governo, então, se sentindo ameaçado e humilhado, reage de modo inesperado: cria a “Lei Keene”, que, visando o controle dos heróis, exige o cadastramento de todos os “justiceiros mascarados”. Com isso, a maioria se aposenta. Outros se revelam para a mídia, visando lucro fácil, e alguns poucos, como o Comediante e o próprio Dr. Manhattan, vão trabalhar para o governo. E, claro, há a resistência, formada por heróis rebeldes que começam a ser perseguidos pela polícia.
A história mesmo começa com o assassinato de Edward Blake, identidade civil do Comediante. Isso chama a atenção de Rorschach, que vai passar a primeira metade da trama contatando os colegas em busca de pistas, considerando quase todo o mundo culpado (pessoalmente, acho que foi o Coronel Mostarda, na cozinha, com o candelabro). Durante as investigações, Rorschac acredita ter encontrado um complô para eliminar todos os heróis e avisa os conhecidos do perigo iminente.
Após o funeral de Blake, Dr. Manhattan é acusado em rede nacional de TV de ser uma ameaça carcinogênica para aqueles à sua volta. Quando o governo dos EUA começa a levar isso a sério, ele resolve tirar umas férias em Marte até que a situação esfrie. Como o Dr. Manhattan era a garantia de força dos EUA, a viagem dele causa uma bagunça na política mundial que culmina na invasão do Afeganistão pela URSS, que pretende lucrar com a visível fraqueza dos americanos no momento. Quando Adrian Veidt, o ex-Ozymandias, escapa por pouco de ser morto, as idéias paranóicas de Rorschach parecem se confirmar. Porém, quem acaba sendo indiciado e preso pela tentativa de homicídio é o próprio Rorschach.
Cansada do relacionamento com o Dr. Manhattan e dispensada pelo governo, Laurie Juspeczyck (Espectral) resolve ficar com Dan Dreiberg (Coruja). Os dois vão se aproximando à medida que vão se desprendendo da profissão de justiceiros. Quando Dreiberg começa a acreditar na teoria de Rorschach, o casal resolve ajudá-lo a fugir.
Liberto, Rorschach se alia ao Coruja para continuar com a investigação da morte do Comediante e descobre que o ex-colega Adrian Veidt pode ser o mentor de tudo isso. Ao ser confrontado pelo casal Dreiberg/Juspeczyck, Veidt revela a verdadeira intenção por trás do assassinato do Comediante: salvar a humanidade ao tentar evitar uma guerra nuclear entre EUA e URSS. Para isso, Veidt havia bolado uma invasão alien falsa em Nova Iorque, que ele esperava que unisse as nações contra um inimigo em comum. Achando a idéia insensível e repugnante, Dreiberg e Rorschach tentam impedir Veidt, mas descobrem que o plano já fora posto em prática.
Quando o Dr. Manhattan volta de suas férias no Planeta Vermelho, encontra Nova Iorque arrasada com ondas de destruiçào em massa e pessoas morrendo em grandes quantidades. Então, ao tentar ajudar, descobre que seus poderes foram limitados por táquions (partículas subatômicas mais rápidas que a luz, que… ah, esquece. Você não vai entender mesmo. Basta saber que elas reduzem os poderes dele) emanados da Antártica. Se teleportando para lá, descobre o plano de Veidt e começa a discutir com ele. Como resposta, Veidt simplesmente mostra transmissões ao vivo de TV que anunciam o fim das hostilidades globais, e, com isso, o fim da Guerra Fria. Com isso, todos concordam que, apesar de basicamente insano e cruel, o plano de Veidt era efetivo, mas a verdade deveria ser escondida para evitar novos confrontos e atos repressivos contra os heróis. No entanto, Rorschach se recusa a mentir e, depois de discutir com o Dr. Manhattan na viagem de volta, é vaporizado. Dreiberg e Juspeczyck assumem novas identidades e começam uma nova vida. Antes de deixar a Terra, Veidt pergunta ao Dr. Manhattan se, no final, a coisa certa foi feita. A reposta de Manhattan, antes de deixar a Terra para sempre, foi: “Nada nunca termina”.
Acredite ou não, essa é a versão mais simples que eu consegui extrair da versão original. Por aí dá para entender a razão de o filme ser considerado impossível de ser reproduzido em qualquer mídia que não seja o bom e velho papel.
Espero que tenha gostado disso, e que ele seja útil no dia três de março do ano que vem, na estréia de Watchmen. Caso contrário, morra.
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