A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street)
Se você nasceu até 1990, com toda certeza você sabe quem é Freddy Krueger. Não menos lendário que o mascarado Jason de Sexta-feira 13, Freddy esteve presente em nove filmes. Hoje, no entanto, eu falarei do nascimento da lenda, o primeiríssimo: A Hora Do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street) de 1984. Mas antes de entrarmos numa discussão sobre os noventa e um minutos de filme, é crucial lembrar e entender o que foi A Hora Do Pesadelo.
A Hora do Pesadelo é uma criação de Wes Craven, dedicado roteirista e diretor no ramo do terror. Rolam diversas especulações sobre a criação da história, desde crianças do Camboja que sofriam com pesadelos e acabaram morrendo durante o sono, à um estudante de Craven que fazia um projeto gravado na rua Elm Street. O fato é que não importando da onde veio sua história, o filme fez tanto sucesso que faturou U$ 25,5 milhões com um orçamento de apenas U$ 1,8 milhão. A produção contou com atores pouco conhecidos, e marcou a estreia de Johnny Depp nas telas. A Hora do Pesadelo foi o filme que todos os adolescentes da década de 80 não perderam por nada, significando dizer que ter visto tal filme era quase um pré-requisito nas rodinhas de discussão. E se tivesse reprise na TV, tenha certeza que todos eles estariam ligados vendo novamente. Agora você me pergunta “Poorra, Jade… Mas o que este filme tem de tão especial?” e eu digo “Filho, nada demais.”. Vamos então, fazer uma análise do filme em si. Já deixo claro que está minado de spoillers e isso não é grande coisa, tendo em vista que todo mundo ou já assistiu ou já sabe a história.
O filme começa da forma mais lógica possível: Com um pesadelo. O pesadelo é de Tina, melhor amiga de Nancy (A mocinha). Mais obviamente ainda, não poderiam faltar dois carinhas bonitinhos para completar um quarteto básico de filme de terror. E lá estão eles, Rod e Glen (Johnny Depp em versão franzina e com carinha de bunda de bebê). Na sequência, a mãe de Tina viaja e ela acaba ficando sozinha em casa. Depois de um mimimi danado, com medo dos frequentes pesadelos, ela convence os amigos a dormirem em sua casa. No entanto, a noite que parecia ser tranquila se transforma numa tragédia quando Tina, ao sonhar novamente com Freddy Krueger (Que ela na verdade não sabe quem é), protagoniza a melhor cena de morte do filme inteiro. Pra mim, o filme todo vale essa cena. Sabe o que é melhor? Você sabe que ali não tem mil efeitos computadorizados e aquela coisa se contorcendo no teto É a atriz.
A protagonista Nancy só descobre pra lá da metade do filme quem é o homem que aterroriza seus sonhos. Sua mãe revela que o homem chamado Freddy Krueger foi um assassino de crianças que conseguiu sair da prisão por brechas na lei (Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência). Revoltados, alguns moradores resolvem fazer justiça sozinhos e jogam Freddy numa caldeira que o próprio assassino escondia em casa. Krueger então, retorna para se vingar, indo atrás dos filhos dos moradores que o assassinaram. Até esse momento já morreram duas pess… COMO ASSIM? SÓ DUAS? É isso mesmo, caro leitor. Em A Hora do Pesadelo não tem um monte de gente esquartejada, não rola chaxina, nem assassinato em massa. Ao todo são somente quatro mortes e digo mais: Só duas mostram sangue. Mas relaxa, o clima de terror é tão bem criado que você acaba até esquecendo esse detalhe. Aliás, é isso que faz este filme ser tão lembrado. O trunfo principal é a atmosfera de pesadelo e a angústia de não ter pra onde correr. A violência é moderada, ótima decisão do diretor Wes Craven. Nem por isso o filme deixa de aterrorizar o expectador na antológica cena onde a personagem de Johnny Depp é sugado pela cama e explode num chafariz de sangue. Virou marca registrada, assim como a trilha sonora cantada por crianças (“One, two, Freddy’s coming for you”). Além do que você nunca mais vai olhar uma camiseta listrada de verde [Nota do editor: Não, não é preto] e vermelho sem lembrar do tio Freddy.
Mas, como nada é perfeito, A Hora do Pesadelo tem lá seus defeitos. Por exemplo, não dá pra esperar muito dos atores, que eram na maioria novatos. Nem dá pra esperar que os personagens não façam merda porque, amorzinho, isso é um filme de terror trash. Dá até pra dar risada em alguns momentos, como quando a protagonista tira uma cafeteira debaixo da cama e se entope de café pra não voltar a dormir. Ou ainda, quando ela dá uma de Macgyver e prepara armadilhas para o assassino (Juro que lembrei de Esqueceram De Mim). Mas tudo bem, A Hora do Pesadelo não é um filme cabeça. Não foi feito pra ser cabeça. A Hora do Pesadelo é simplesmente pra fazer você não cair no sono. Nem que precise tentar te fazer acreditar que se dormir Freddy’s coming for you. A Hora do Pesadelo é sem dúvidas, um clássico do terror. E mesmo que não seja o melhor de todos da série, deu origem à lenda que até hoje rende bons frutos, né mesmo, Chefe?!
A Nightmare on Elm Street (91 minutos – Terror)
Lançamento: EUA, 1984
Direção: Wes Craven
Roteiro: Wes Craven
Elenco: Robert Englund, Johnny Depp, Jsu Garcia, Heather Langenkamp e Amanda Wyss
Leia mais em: A Hora do Pesadelo, Freddy Krueger, Resenhas - Filmes, Terror