A morte de quem já morreu

Televisão segunda-feira, 22 de julho de 2013

Mais um fim precipitado. Mais uma vida resumida a especulações, investigações e sentenças: Drogas. A notícia triste dos últimos tempos foi a morte do ator Cory Monteith, que interpretava Finn Hudson em Glee, seriado musical adolescente. Uma semana depois que o protagonista da série foi encontrado morto, o criador de Glee, Ryan Murphy, se manifestou, falou sobre o ocorrido, e contou um pouco dos novos rumos da trama. Ponto 1: Não, Glee não será cancelada [Nota do editor: MERDA!]. A história terá continuidade, provando que seu foco nunca foi em um único personagem. Ponto 2, e talvez o mais complicado de se lidar agora: Finn vai morrer junto com quem dava vida a ele.

Irônico, porém coerente: Se quem possibilitava que Finn ganhasse vida e tivesse o brilho e força que tinha não possui mais vida, o personagem morre também. A estreia da quinta temporada atrasou em uma semana e deve ir ao ar no dia 26 de setembro. Os primeiros episódios serão especiais e trarão músicas dos Beatles. O terceiro episódio é que será um tanto delicado: É ele que vai retratar a morte de Finn. Não se sabe como será, mas Murphy contou que o episódio está sendo escrito com muito cuidado, e com dificuldade, uma vez que quer se assegurar que, mais do que retratar a morte do personagem, será um tributo a Cory.

Antes de qualquer decisão ser tomada, Lea Michele, noiva do ator e atriz do seriado, foi procurada. Juntamente com o produtor executivo, Brad Falchuk, Murphy perguntou a Lea o que ela queria fazer, e ela estava decidida de que o melhor era reunir todo o elenco e equipe, uma vez que todos amavam muito Cory e estavam todos sentindo sua perda.

Depois desse episódio, não se sabe o que vai acontecer com o rumo da trama. O que se sabe é que muitos ajustes deverão ser feitos, já que agora precisam lidar com uma grande perda.

A morte precoce do jovem ator canadense chocou a todos, principalmente quando se diz que todos estavam engajados em ajudá-lo a se recuperar, e ele mesmo afirmava que não usava mais drogas e queria se curar. Mortes como a de Cory são mais comuns do que gostaríamos, mas já presenciamos várias situações semelhantes. Recentemente, passamos por isso no Brasil, com a morte do cantor Chorão. Uns anos atrás, tivemos Amy Winehouse, Michael Jackson e sua super dosagem de remédios, Kurt Cobain e sua clássica-trágica morte lembrada com fervor de tempos em tempos, e tantas outras pessoas, comuns ou famosas, que colocaram fim em suas vidas, intencionalmente ou não. A morte de Cory mexe com todos, e agora atinge o público jovem, audiência do programa. Quem sabe seu exemplo de como não se entregar ou desistir da vida por uma fraqueza ajude e sirva de modelo, para que não se repita.

A série sempre retrata superações, e mostra que todos tem uma segunda chance ou motivo pra seguir em frente. Talvez seja a hora, mais do que nunca, de mostrar que, mesmo que quem se foi não tenha uma segunda chance em vida, pode ter em memória, e mostrar que quem ficou ainda pode fazer diferente, e melhor.

RIP, Cory.

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