A Senhora do Trílio (Marion Zimmer Bradley)

Livros quarta-feira, 13 de março de 2013

Pois então, após alguns meses de dedicação num projeto, resolvi dar uma pausa e mudar um pouco as coisas. Após obras e obras sobre crimes, assassinatos e detetives, queria algo completamente o oposto: Seres fantásticos, magia, batalhas, castelos e mapas detalhados.

 Sim, trílio existe mesmo.

Vou contar uma historinha procêis: Em 1990 um alemão qualquer resolveu chamar três escritoras de ficção fantástica, Marion Zimmer Bradley, Julian May e Andre Norton (Sim, é mulher), para escrever a história das irmãs Haramis, Anigel e Kadiya. Começou assim a Série do Trílio, com o livro O Trílio Negro. Julian May escreveu sozinha as duas continuações diretas, O Trílio de Sangue e O Trílio Celeste. Andre Norton escreveu a retcom O Trílio Dourado e, finalmente, Zimmer Bradley escreveu o que seria, cronologicamente, o último livro da série, mesmo sem fazer parte da história principal. É sobre este que estamos falando aqui.

 “Zimmer”, segundo o Google Imagens.

Ou seja, o único livro da série que eu tenho e que já li, é o último. Em uma palavra: Spoilers. Segundo a Wikipédia um amigo meu, já que 4 dos 5 livros da série foram escritos separadamente, há várias e várias contradições, erros e o caralho a quatro. Véi, porra, completa falta de comunicação, companherismo e respeito à obra, mas né.

A Senhora do Trílio acontece 900 anos depois do primeiro livro da série: Haramis é a única das três irmãs que está viva, e agora é a arquimaga de Ruwenda (O lugar e tals…). Certo dia, ela acorda e se dá conta de que tá pra bater as botas e que, diferente do que aconteceu com ela mesma, quer treinar sua sucessora. Ela então encontra quem deverá sucede-la: A princesa Mikayla. Acontece que ser arquimaga “não é questão de escolha”, então foda-se o mundo e bora botar a pirralha para trabalhar.

Como sempre, no começo tudo está bem: Haramis sequestra a garota, o amigo dela, Fiolon, e o guia dos dois, leva para sua torre no meio das montanhas geladas e tal. Mas, claro, dá merda: Haramis começa a dar uns piripaques, o que fode com o treinamento de Mikayla e praticamente com a vida de todo mundo na Terra, já que é trabalho da arquimaga manter tudo em ordem.

 Não tem imagem desses troços, então cês vão ver flor mesmo.

“Não vou falar mais, para não estragar a surpresa”, mas sério, não há muito o que contar. A história é bem simples, ligeiramente clichê e rasa. Esse é o principal problema da coisa: Falta conteúdo. Para quem já leu os outros livros da série, creio que este seja legal, afinal é um “bônus”, mas para quem, assim como eu, não leu, é chato.

Não é um livro muito grande, eu li num dia só, e não fica arrastado nem cansativo graças à linguagem e ao estilo de escrita. Entretanto, é como se o livro todo fosse os primeiros capítulos de um livro de fantasia qualquer. Pequenos problemas surgem, são resolvidos, algumas brigas, um ou outro fato novo, mas nada… Grande. Nada importante de fato. O tempo todo eu queria que parasse de me contar sobre o “dia-a-dia na torre” para a história começar de verdade, mas isso nunca acontece.

A história não impõe nenhum momento crítico, e quando isso acontece, é rapidamente resolvido. De novo, não li a série, mas há coisas que ficam fora do lugar: Um mundo mágico, com abutres gigantes e várias raças diferentes, em que o grande problema da pessoa mais poderosa da história é uma “doença mental”. E não algo como “futuro e passado se misturaram e a deixaram louca”, mas como um “simples” derrame cerebral. Os personagens são legais, mas você não se importa com eles, com a Terra, com as situações e com nada.

 Eu não esperava esta imagem, mas é bem por aí.

Se você está a fim de ler mais de mil páginas de uma série cheia de erros para entender este livro, vai na fé, mas eu não estou. Se algum dia os livros caírem na minha mão, leio sem problemas, mas fora isso, este livro não me deu vontade alguma de conhecer o resto da história. É um livro divertidinho, que serviu para eu descançar um pouco do outro projeto, mas não vai muito além disso… Mó viadão esse Fiolon, inclusive.

A Senhora do Trílio


Lady of the Trillium
Ano de Edição: 1999
Autor: Marion Zimmer Bradley
Número de Páginas: 324
Editora: Rocco

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