A trilha sonora de Harry Potter
Como vocês devem saber, todos os filmes da série tiveram uma trilha sonora criada diretamente para o filme e todas as músicas são apenas tocadas (À excessão das músicas d’As Esquisitonas no quarto filme, mas a coisa foi uma merda, então esqueçam delas). E como você também deve saber, todas elas tem nomes feios e óbvios.
Aposto que todos vocês se lembram de quando ouviram pela primeira vez o tema principal de Harry Potter, enquanto surgia o logo da Warner Bros. e o Dumbledore apagava os postes de luz em Privet Drive (Tá, eu peguei o nome da rua no Google). Hedwig’s Theme é a única música que aparece em todos os filmes, mesmo apresentando versões diferentes, e o criador dela é o fodão John Williams, que fez, além da trilha sonora d’A Pedra Filosofal, a trilha d’A Câmara Secreta e d’O Prisioneiro de Azkaban (E todos os Star Wars, Jurassic Park, todos os Indiana Jones e Tubarão 1 e 2, mas esses são sucessos menores). O primeiro filme conta com uma trilha de 19 faixas, o segundo com 20 faixas e o terceiro com 21 faixas, o que não só demonstra a criatividade como a paciência do cara.
O Cálice de Fogo (Quarto filme) ficou por responsabilidade de Patrick Doyle, cujo único filme na carreira dele que eu conheço é O Diário de Bridget Jones. Pois é. Sinceramente não sei porque chamaram ele para fazer a trilha do filme, tudo bem que o Willians estava ocupado fazendo o Episódio III de Star Wars, mas com tanta gente por aí precisava ser exatamente ele?! Apesar de tudo, ele não foi o responsável (Não o direto responsável) pelas músicas d’As Esquisitonas. Do The Hippogriff foi feita por Jarvis Cocker (Sim, do Pulp) e por Jason Buckle (Do All Seeing I), enquanto This Is the Night e Magic Works foram feitas só pelo Coker. Além dos dois, Jonny Greenwood (Do Radiohead), Steve Mackey (Também do Pulp), Steven Claydon (Do Add N to (X) – sim, esse é o nome da banda) e Phil Selway (Também do Radiohead) fizeram parte do assassinato da trilha sonora do quarto filme.
Quem assumiu a composição da trilha no quinto filme (A Ordem da Fênix) foi Nicholas Hooper, que fez um trabalho bem melhor que o Doyle, compondo também a trilha do sexto filme (Harry Potter e o Enigma do Príncipe – sempre gostei mais da tradução “Príncipe Mestiço”, não que isso importe). Acho que o maior acerto dele foi ter reutilizado temas anteriores, como a própria Hedwig’s Theme, além de The Patronus Light e The Dementors Converge (Ambas do terceiro filme – falei que os nomes eram idiotas), nas quais “deu um toque próprio”, modificando-as, o que, diferente do que costuma acontecer, não as estragou.
E eis que chegamos à Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1. A trilha sonora ficou por conta de Alexandre Desplat, como deu para notar, um francês, que tem um monte de filme caça-bilheteria-hipster na carreira, como A Bússola de Ouro, Lua Nova (Exatamente o qual você está pensando) e O Curioso Caso de Benjamin Button. Desplat foi o primeiro pau no cu de rejeitar Hedwig’s Theme, colocando-a só em partes sem importância (E de forma bem rápida) e nos trailers, pois “Hedwig’s Theme é parte da infância dos personagens, e eles já estão crescidos agora!”. A Parte 1 conta com 26 faixas enquanto a Parte 2 conta conta com 25 faixas, também compostas pelo Desplat (E sem Hedwig’s Theme também), sendo que essa segunda parte foi lançada dia 16 de Junho, quase um mês antes do lançamento do último filme, que estréia dia 15 de Julho (Sim, daqui há alguns dias).
Não sei se vocês vão lembrar, mas láá em 2001, quando saiu o primeiro filme e teve todo aquele boom em relação à Harry Potter, uma das grandes “chamadas” era que a trilha toda do filme foi composta com exclusividade. Bem, 10 anos se passaram e obviamente a coisa mudou, afinal, depois de 8 filmes com trilhas exclusivas a coisa perde a graça. Seja como for, a trilha ainda merece um certo destaque: Não é todo filme que tem todas as suas músicas tocadas inteiramente por uma orquestra completa e se sai bem nisso, sem que a música tome conta do filme ou que fique apagada. Claro que eu gostaria que fosse John Williams cuidando da trilha sonora nesses dois últimos filmes (Do mesmo modo que queria, de forma um tanto quanto inocente, lá em 2004, que fosse o Spielberg cuidando d’O Prisioneiro de Azkaban), mas não se pode ter tudo na vida. Aliás, você que está aí querendo pegar sua vizinha fã de Harry Potter mas não entende porra nenhuma da “saga do menino bruxo”, leia nosso guia completo para ver o último filme da série (Aqui, aqui e aqui). De nada.
Lembro muito pouco da Parte 1, já que só assisti o filme uma vez e li o livro há mais tempo ainda, o que faz com que eu mal lembre do trabalho do Desplat. Espero sinceramente que o último filme tenha não só uma boa trilha sonora, mas uma boa direção, bons efeitos tecnicos e uma boa atuação: Mesmo eu me decepcionando em todos os filmes, bem que gostaria de terminar de ver a franquia com uma decepção menor. Acho que o David Yates (O diretor) fará um bom trabalho (Como fez n’A Ordem da Fenix) e quanto ao elenco, creio que depois de 10 anos fazendo a mesma coisa é um bom tempo de aprendizado. De um jeito ou de outro, devo ir assistir o filme na estréia, ver o bando de idiotas fazendo cosplay e gritando a cada cena do filme… Eu sou um merda mesmo.
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