Adaptações, ou esses filmes de heróis aí.
Desde muito tempo, os desenhos, histórias em quadrinhos, e porque não, livros, foram a principal fonte de inspiração para roteiristas de filmes e séries. Muitos escritores são completamente fissurados nesse tipo de mídia, e na maioria dos roteiros escritos por eles, os mais fanáticos podem identificar certas homenagens nos roteiro. Quem, ao assistir “Matrix”, no fim do primeiro filme, ao ver Neo voar, não passou pela cabeça a imagem de Super-Homem? Ou assistir um episódio de 24 horas, e pensar em Jack Bauer como um daqueles policiais de “Sin City”, fazendo de tudo para cumprir seu objetivo?
Muitos filmes de heróis que temos por aí hoje, que você com certeza já deve ter assistido, como “X-Men”, “Homem-Aranha”, “O Justiceiro”, “Transformers”, “O Incrível Hulk”, não foram os primeiros de uma nova safra de cinema.
Tudo começou há muito tempo atrás, em uma galáxia distante pra variar um pouco, nos Estados Unidos. Se você tem mais de 20 anos, já deve ter visto os filmes antigos do Hulk. A história hoje não é novidade pra muita gente, mas mesmo assim, vou contar. Bruce Banner, um cientista depois de ser bombardeado com raios gama, tem alterações em seu corpo, e quando fica nervoso, puto da vida, se transforma em um cara verde completamente descontrolado que destrói tudo pela frente. Na primeira versão desse filme, Bruce Banner era interpretado por um tal de Bill Bixby, o que ninguém deve se lembrar. Mas com certeza, o cara que interpretava o Hulk, o Lou Ferrigno, você deve ter alguma lembrança. Nessa época, o que importava não era como que o personagem seria, mas sim, a história do filme. Isso de prezar a historia era mais da época antiga, quando não existiam efeitos especiais decentes para passar para a tela o que se queria exatamente. Faça uma comparação desse filme novo do Hulk, que tem o Eric Bana no papel de Banner, e veja qual é o mais natural, o que mais parece ser um doutor mesmo. E eu prefiro o cara pintado de verde ao monte de pixels que é o Hulk nessa versão nova.
Temos ainda o Flash, Barry Allen, o cara mais azarado que eu já vi em quadrinhos, pois deve seus poderes ao ser atingido por um raio logo após derrubar uns produtos químicos nele. Tudo isso dentro de um laboratório. Foi um filme pra TV, que serviu de piloto para uma série, e que foi de muito sucesso nos Estados Unidos. Há alguns boatos por aí que está em produção um novo filme dele, mas com essa onda de filmes de heróis, tudo é possível.
Muitos outros filmes desse tipo vieram depois desses, ou até antes deles, mas esses são os mais lembrados até hoje, que ainda passam na tv. Veio ainda, o filme do Justiceiro, com Dolph Lundgren no papel de Frank Castle. O filme, que tinha de tudo para ser um sucesso, pois o personagem na época estava fazendo muito sucesso, não cumpriu as expectativas, e foi um fracasso. Outros filmes vieram, mas nenhum mais conseguiu fazer o mesmo sucesso do que antes, o que fez a indústria do cinema mudar de estilo, indo atrás de outros tipos de inspiração. Nessa época, meio fraca de adaptações, tivemos apenas os filmes do Batman, que foram dirigidos por Tim Burton. E alguns outros que tentaram ir na onda, reviver o movimento, mas acabaram fracassando.
E essa foi a grande época das adaptações. Hoje em dia, mais exatamente do ano de 2000 para cá, começou novamente a onda de adaptações. A primeira, que chamou a atenção de todo mundo, com certeza foi o filme dos “X-Men”, que com seu pouco orçamento, conseguiu passar para o publico o mesmo clima das histórias em quadrinhos. Seguido por ele, veio ainda “O Senhor dos Anéis”, filmada por Peter Jackson, mas que teve sua produção iniciada muito tempo antes. “O Homem-Aranha”, de 2002, foi o que impulsionou os outros filmes de heróis que temos hoje em dia.
Se você curte ver na tela seus personagens preferidos, como o “V”, Homem Aranha, Wolverine, Ciclope, Batman, e todos os outros, você tem que ficar agradecido, pois tudo isso começou há muito tempo atrás, numa época em que o cinema era um lugar difícil para os heróis amados por todos hoje em dia, e que os verdadeiros heróis eram os diretores que arriscavam sua carreira dirigindo e adaptando filmes para um publico que é exigente ao extremo, que não aceita uma mudança que seja com seu personagem amado.