Animações e suas adaptações para os video-games

Games sexta-feira, 29 de junho de 2012

Não sei vocês, mas pessoalmente gosto bastante de animações, e o mais importante: Sem boiolagens de Dreamworks vs Pixar. As animações começaram seu desenvolvimento quase no mesmo período que os video-games, mas enquanto estes seguiram múltiplos caminhos, as animações se focaram muito mais num público infantil, coisa que mina quase totalmente a chance de termos excelentes jogos baseados em animações.

 MEU.DEUS.

Toy Story saiu em 1995, o PSOne foi lançado um ano antes. Essas duas coisas marcariam o começo da tecnologia 3D/CGI no cinema e nos jogos, sendo que de lá para cá, entre os dois grandes estúdios foram mais de 30 filmes, e os jogos passam de 5 mil só entre PS1 e PS2. O que se esperaria disso é que jogos baseados nesses filmes tivessem amplo desenvolvimento, fossem leais à história do filme, enfim, que fossem bem feitos.

 Mas eles não são.

Sim, eu sei que há um grande problema quando se trata de adaptações de jogos para filmes, mas aqui é justamente o oposto. Há um pensamento estúpido que diz que se algo é uma animação ou um jogo, essa coisa é feita para crianças. Ok, não dá para negar que as crianças são o público alvo, mas diversas animações (Bem como jogos) já provaram que são infinitamente mais complexas e maduras, sendo, na verdade, para os pais que levam seus filhos no cinema. Wall-E, Up e Monstros vs. Aliens são provas disso.

Basta pegar as adaptações de algumas animações para achar um padrão: São jogos plataforma, de aventura, nos quais você precisa pegar moedas e itens mágicos, dar pulo duplo e cair de bunda em cima dos inimigos. E isso é tremendamente ridículo. Isso é Crash Bandicoot, e eu gosto de Crash, mas gostaria de ver coisas novas nessa área, com os filmes sendo “respeitados” e bem aproveitados. Bee Movie daria um excelente jogo de exploração; Monstros vs. Aliens devia misturar puzzle com combate em mapas grandes e abertos; Como Treinar o seu Dragão tinha que ser open world total, baseando-se tanto no filme como no livro, te deixando criar um personagem próprio e treinar, desde o começo, o próprio dragão; Up seria um jogo de aventura baseado em exploração; Carros merecia ser um jogo de corrida decente; todos os Toy Story deveriam ter um lado de RPG de ação; e a lista continua.

Ao invés disso eles ficam presos em mecânicas pobres e ultrapassadas, não apresentam desafio nenhum (E enfiam um monte de “extras” para tentar resolver isso), tem gráficos pobres, câmeras horríveis. Várias vezes eles sequer tem os mesmos dubladores do filme. E isso tudo só estraga a experiência do filme em si. Lembro quando saiu Por Água Abaixo, que eu, ainda assistindo o filme no cinema, já comecei a pensar em como seria legal um jogo bem feito dele (Coisa que comecei a fazer em toda animação que assisti a partir daí), e não para minha surpresa, quando comprei o jogo, terminei-o em poucas horas, sem ter feito nada de interessante, e, por consequência, sem nenhum sentimento de superação ou, no mínimo, de merecimento pela “tarefa concluída”.

A Dreamworks tem 5 filmes já planejados para os próximos anos, a Pixar tem 4, a Disney tem 4 também. Madagascar 3 e Era do Gelo 4 (Já deu a hora desses dois PQP!) já estreiaram, e ainda esse ano sai Brave (“Valente” aqui no Brasil), que eu estou com uma vontade foda de assistir. Considerando o histórico dos dois primeiros, já desisti dos respectivos jogos (Se forem lançados), mas estou ansioso para ver o que farão com Brave, que tem um potencial gigante, que, se bem aproveitado, pode fazer um jogo melhor que o filme, que já será incrível (E sim, digo isso antes mesmo do lançamento).

Deve-se parar de pensar nas adaptações como simples “extenções” do lucro, uma parcela, e passar a se concentrar nesse mercado, que cresce a cada ano e ouso dizer tem muito mais potencial que o cinema. Muitos bons filmes já foram desperdiçados, e agora, que essa “indústria” já tem 20 anos, é mais do que na hora de começar a pensar nela como uma parte necessária, ou até mesmo intrínseca, da criação de um filme de animação. Esses dois “mundos” tem tudo para dar certo, para se complementarem, e não só os produtores e estúdios ganham com isso: Espectadores e jogadores também, e não sei vocês, mas eu faço parte dos dois.

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