Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them)
O excêntrico magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne) chega à cidade de Nova York com sua maleta, um objeto mágico onde ele carrega uma coleção de fantásticos animais do mundo da magia que coletou durante as suas viagens. Em meio a comunidade bruxa norte-america que teme muito mais a exposição aos trouxas do que os ingleses, Newt precisará usar suas habilidades e conhecimentos para capturar uma variedade de criaturas que acabam saindo da sua maleta.
Eu, apesar de ter lido todos os sete livros do Harry Potter, nunca tinha visto nenhum filme. Afinal, se você leu o livro, pra que ver o filme? Pra se decepcionar? Não, valeu. Dito isso, eu não tinha a menor expectativa pra assistir Animais Fantásticos e Onde Habitam, já que, além de não esperar nada de um filme, eu espero menos ainda de um filme vindo de um livro que saiu de uma série de outros livros e só virou filme pra preencher um vazio existencial de um povo que não tem nada melhor pra fazer. E olha só, não é que se você não espera muita coisa, as chances de decepção são mínimas?
Vamos começar pelo protagonista: Eu gostei do Newt Scamander, ele é um biólogo bem realista [Quem tem biólogo em casa sabe], mas o Eddie Redmayne me deu a impressão de estar assistindo A Teoria de Tudo [Que eu jurava já ter resenhado aqui, estranho] de novo. Não sei se é tique do ator, se é falha de interpretação, querendo deixar a boca torta pra avisar que o personagem não tem traquejo social, ou se é só frescura, mas sei lá. Esperava mais da interpretação. Pelo menos não comprometeu.
Sigamos em frente. Apesar de ter sido baseado num livreco que era pra ser só um bestiário, o filme tem um enredo complexo, com uma espécie de pré-Voldemort que fugiu da Inglaterra e tá tocando o terror nos Estados Unidos. Terra de gente que se acha e, no entanto, não consegue pegar o cabra. E o tal do Gellert Grindelwald, que é mau feito pica-pau, tá sendo passado pra trás na ruindade por uma criatura do capeta que destroi tudo por onde passa. Já que nenhum humano poderia destruir tanto, segundo o povo do filme. Esses caras com certeza nunca viram um brasileiro em ação.
Alheio à essa destruição, tá lá o Newt com seus bichos, até que é encontrado [Ou descoberto] por Porpentina Goldstein. E só agora eu descobri que o nome da personagem é Porpentina, durante o filme ela só é chama de Tina. Mas o que importa é que ela pega Newt no pulo [Ou com a mão na massa, ou peidando na farofa, escolha sua expressão favorita] e rola aquela clássica antipatia que só pode dar em romance. Sempre é previsível, e sempre fica meio forçado.
Como não poderia deixar de ser, tem de ter um alívio cômico. Que no caso nem é tão alívio, nem cômico. Apesar de ser engraçado, Jacob Kowalski é só o cara que queria abrir uma padoca. Ou é doceria? Rotisserie? Enfim, ele queria vender comida, e é arrastado pra um mundo de bruxaria, que alguém trouxa, ou não-mag como dizem os americanos, imaginaria. E tem o romance também, mas porra, quem não se apaixonaria por Queenie Goldstein?
Um dos plot twists provavelmente é previsível, e olha que eu nunca capto essas coisas, mas mesmo assim me toquei do que tava acontecendo. Já o outro, talvez pela minha credulidade, foi totalmente impactante pra minha pessoa. Não que seja difícil me enrolar, eu achei a parada bem montada mesmo. Talvez a J.K. Rowling escreva melhor do que eu queira admitir. Mas o que importa é que os bichinhos são maneiros, e dá pra levar uns pirralho pra matar tempo, ou a patroa pra fazer uma média, ou ambos, sei lá da sua vida, mermão.
E vão ter no mínimo mais dois, então prepara os bolsos.
Animais Fantásticos e Onde Habitam
Fantastic Beasts and Where to Find Them (133 minutos – Aventura)
Lançamento: EUA, Reino Unido, 2016
Direção: David Yates
Roteiro: J.K. Rowling, baseada no livro de… J.K. Rowling
Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Alison Sudol, Colin Farrell, Ron Perlman, Ezra Miller e Johnny Depp
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