As bandas da minha cidade são mais do balacobaco do que as da sua (Recife)
Como todo quase mundo no mês passado resolveu fazer texto homenagem as músicas que julgavam serem as piores possíveis, o lance agora é mostrar músicas piores ainda. Vocês já devem ter visto que agora estamos falando das bandas da cidade onde vivemos. Eu tive sorte nesse quesito. Tem muita banda aqui em Recife. Muita banda ruim e muita banda boa. Vejam (E ouçam) algumas delas no restante do texto.
A cena músical recifense sempre foi forte. Tivemos muitas cenas boas, como a finada Manguebeat, a pós-mangue, a cena indie (Muitas bandas que cantavam em inglês), a cena cult (Muitas bandas derivadas da antiga e ainda na ativa Mundo Livre SA), a cena hardcore, a cena metal, a cena post-rock e a atual e auto-proclamada cena “Beto“. Claro que não tem só isso. Recife tem muito mais. Sem mais delongas, bora ouvir música!
Alhev de Bossa
Foi uma banda de post-rock recifense, que tocava um som instrumental bastante caótico, mas muito bem resolvido, com influências da música brasileira, mais especificamente, da bossa nova. Já encerrou suas atividades, mas deixou algumas saudades.
Mellotrons
A banda já acabou, voltou, mudou de estilo, acabou de novo, deu um tempo, voltou… Sabem como é, a vida de músico é uma grande bosta e você precisa parar de enrolar de vez em quando. Uma das bandas mais antigas da cena. E uma das melhores.
D Mingus & a Fantástica Kazoo Orquestra
O inventivo D Mingus é uma das coisas mais interessantes de Recife, desde antes, quando ainda era membro de uma banda de post-rock (Os finados Monodecks), eu sentia ao escutar suas músicas que ele faria algo assim. Aqui é facilmente identificável as influências que vão de Secos e Molhados a Kraftwerk, mas ainda assim percebe que o som do rapaz é bem autêntico.
Matheus Mota e Grupo Varal
Meu primo. Quando eu conheci, obviamente não dava nada. Mas aquele moleque franzino cresceu e tá aí, muito mais que me enchendo de orgulho, tá compondo e tocando algumas das melhores músicas que poderiam haver nessa cidade. E continua franzino.
Zeca Viana
Já fez andar diversos projetos nessa cidade. Polidriver, Asteroide B-612, Volver (Como baterista) e a carreira solo, que o fez viver alguns anos em São Paulo. Mas o lugar dele é aqui e é aqui que ele vai fazer tudo acontecer. Atualmente é o idealizador do projeto Recife Lo-fi.
Juvenil Silva
Recentemente lançou o disco Desapego, sua visão pessoal do rock psicodélico dos anos setenta, de Jimi Hendrix, do T-Rex de Marc Bolan ou ainda de Cream, o famoso grupo de Eric Clapton, Jack Bruce e Ginger Baker. Se gostou das influências, procure mais do cara.
Aninha Martins
Atriz e cantora, ainda está muito verde, tendo feitos poucos shows. Mas domina o palco como poucas cantoras veteranas conseguem, mostrando sua linda voz em canções de jovens compositores pernambucanos, como German Ra e Hugo Coutinho. Atenção ao disco dela, que deve ser lançado em breve.
Ex-exus
Formada por alguns integrantes da antiga Comuna, os caras estão em fase de finalização do primeiro álbum Xô, produzido por Alex Antunes.
Sabiá Sensivel
Banda que conta com os já citados Hugo Coutinho, o talentoso baterista Vicente (ex Embuás) e German Ra, e mais uma penca de gente talentosa. É praticamente apelação isso, muita gente aqui significa muito talento junto e vocês não fazem idéia do que eles são capazes.
Jean Nicholas
Um dos maiores representantes da cena Beto, que na verdade representa a cena maldita do Recife, ou ainda, a cena experimental. Ele é um dos idealizadores do festival A Noite do Desbunde Elétrico, ao lado de Juvenil Silva.
Marcionílio Nery
Ex Canivetes, agora anda por aí destilando suas interpretações viscerais e seus remelexos epiléticos inspirados em Mick Jagger e Jim Morrison. Não consegui achar nenhum clipe do cara, então foi um da antiga banda dele.
Rua
Nunca consegui conferir um show dessa galerinha, mas acompanho de longe (Tão longe, tão perto) a trajetória dessa turma e sei que eles fazem valer cada segundo de suas gravações. Baladas introspectivas e rocks modais pesados fazem parte do estilo sonoro da banda.
Clube do Acaso
Segundo os integrantes, a banda surgiu do acaso. Mas, não por acaso que todos nós buscamos na música os sentimentos mais importantes pros melhores momentos de nossas vidas?
Bandavoou
Sou suspeito pra falar desta banda, já que dois dos integrantes já dividiram o palco comigo diversas vezes. Mas de todas aqui, com certeza é a banda que deposito as maiores expectativas. Não deixe de ouvir.
Jean Klein
Blues, muito blues. De Robert Johnson a Steve Ray Vaughan, são essas as influências desse galego cabra da peste. Some tudo isso as influências mais pesadas, como a os solos de guitarra a lá Jerry Cantrel ou riffs destruidores ao melhor estilo de Tony Iommi. Atualmente o cara está montando uma banda de improvisos, a partir do material demo gravado e postado na net.
Lucas do Amaral
Já vi esse cara tocar hardcore, metal, new metal, grunge, punk, bossa nova, samba, pagode, já vi até ele imitando o Zacarias dos Trapalhões. E tudo isso muito bem. Atualmente, ele manda ver uma banda chamada Estela Folk. Mas o melhor de tudo é quando ele está assim, de boa na lagoa, completamente a vontade.
Todos esses artistas fazem parte da cena recifense, seja qual for o nome que ela tiver. E muitos outros, que eu não pude citar por falta de tempo ou de espaço no post, como Claudio N, EnioOhomemborba, HBV, Luyde, A Banda de Joseph Tourton, A Banda do meu vizinho, entre tantas e tantas outras…
PS. Esqueci de um monte de gente.
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