As melhores aberturas de seriados
Lá ia eu, pronto pra ver Deadwood, mais uma série que me fora recomendada. Afinal, um seriado western, da HBO, não é algo que pode ser simplesmente ignorado. E qual é a primeira coisa que aparece na tela quando se resolvemos assistir um episódio de algum seriado, crianças? Sim, o logo da emissora uma abertura. E por mais que alguém venha com aquele mimimi de julgar um livro pela capa e tudo o mais, essa abertura inevitavelmente influencia de alguma forma a nossa percepção de tudo que virá a seguir (A não ser que seja algo tão foda quanto Breaking Bad, que nem de abertura precisa). E se algumas aberturas conseguem ser tão sem graça como a de Deadwood, que quase me fez desistir da coisa toda, outras provocam justamente o efeito contrário.
Boardwalk Empire
A abertura de Boardwalk Empire nem é nada de tão especial assim, tirando a sua qualidade técnica assustadora. Mas ela consegue um feito quase impossível: Nós faz acreditar que o Steve Buscemi é realmente foda. Tipo, é o Steve Buscemi, cara. Apenas um dos caras mais bizarros a já por os pés em Hollywood. E mesmo assim, nesses minutos iniciais, a gente já aceita o Nucky Thompson como dono de Atlantic City, do tráfico de bebidas, e até de um pedaço do oceano em frente ao calçadão. Parece a coisa mais natural do mundo.
Aliás, a segunda temporada da série ta aí, e eu lhes asseguro, é a melhor coisa passando na TV no momento.
My Name Is Earl
My Name Is Earl era um seriado bacana. Acompanhava a história do tipico white trash Earl, que ao quase morrer atropelado depois de ganhar na loteria, resolve usar seus recursos pra consertar tudo que fez de errado na vida. Sabe como é, carma e talz. Mas por que eu tou explicando tudo isso? Em 30 segundos, a abertura consegue nos deixar por dentro de tudo, permitindo que os episódios sejam despretensiosamente vistos em qualquer ordem, sem problema algum. Afinal, apesar de muita gente se esquecer disso, um seriado de humor só precisa ser engraçado.
The Walking Dead
The Walking Dead conseguiu a incrível façanha de ter uma abertura melhor que a série em si. Sério, olhando pra essa introdução, é impossível não se lembrar da HQ e esquecer das repetidas decepções da primeira temporada. Que tão se repetindo na segunda, aliás. Boa, já que estamos aqui, vamos aproveitar pra falar mal do seriado. Porra Walking Dead, ousadia pra mostrar dois caras abrindo a barriga de um zumbi tá sobrando, né? Mas cadê coragem pra explorar aquela trama que revolve ao redor das complexas transformações nas relações entre um grupo de pessoas vivendo no limite? Conseguiram deixar o troço todo com cara de drama familiar comum, cheio de personagens vazios e sem graça… Pronto, fim do momento desabafo.
Twin Peaks
Taí uma abertura que capta perfeitamente todo o clima do seriado. Enquanto mostra o panorama da cidadezinha de Twin Peaks, a música meio onírica já nos deixa com a impressão de que tem algo errado no ar. Como não poderia deixar de ser em algo vindo da mente do David Lynch. Pena que o diretor teve que abandonar a série na segunda temporada. A história sobre o assassinado de Laura Palmer introduziu todo um novo universo cheio de possibilidades e acabou como o maior desperdício da história da TV. Mas calma, mesmo com o cancelamento precoce, um fã mais exaltado financiou um filme com a promessa de uma conclusão decente pra trama. Pena que o Lynch usou a oportunidade pra fazer um prequel da série, levantando mais questões ainda.
Além da Imaginação
A série que definiu a cara da ficção científica contemporânea tinha uma abertura legal desde o começo, mas foi só depois das primeiras temporadas que a introdução definitiva foi implantada. Uma série de imagens enigmáticas descrevendo vagamente a tal twilight zone, aliadas a icônica narração do do criador, Rod Serling, foram suficientes pra compor uma das aberturas mais clássicas e referenciadas de todos os tempos. Tanto que rendeu até uma paródia sensacional do Futurama, olha só:
Carnivale
Porra, a HBO é foda. É só ver esses créditos iniciais, que já contextualizam perfeitamente os principais elementos de Carnivale: A grande depressão, que por si só já é interessantíssima, e o circo, com direito a todo o misticismo que cerca esse ambiente. E a mescla desses elementos é tão perfeita na série quanto na abertura, servindo de palco pra uma luta do bem contra o mal que definirá o destino da humanidade. O problema é que a que a mesma emissora que nos brinda com tudo isso é a mesma que cancela a série depois de duas temporadas…
Dexter
Dexter é uma série que mesmo quando tá ruim, é boa. Tipo nessa sexta temporada. Mas isso não vem ao caso. Nenhuma abertura conseguiu definir tão bem um protagonista quanto essa pequena mostra do início do dia do nosso serial killer favorito. Vemos um Dexter frio e calculista acordar, assassinar um mosquito, limpar perfeitamente todos os vestígios de sangue depois de se barbear, dilacerar o bacon, massacrar os ovos e castigar seus cadarços. E então, ele finalmente veste seu disfarce e sai de casa, como um cidadão exemplar. É perfeito.
Os Simpsons
Há, nem venham dizer que desenho não vale, Os Simpsons já superaram essa coisa de rótulos há muito tempo, pra se tornar a melhor coisa que já passou pela vossa televisão. E o que dizer da abertura? As centenas de couch gags diferentes já são um show a parte. Claro que eu tou falando da abertura clássica, não essa nova em HD. Que nem é ruim, mas representa perfeitamente a decadência terrível dessas novas temporadas, que transformaram a série em algo com personagens rasos, forçados e sem graça. Que definitivamente não são Os Simpsons. Sério, olhem só a comparação aí de cima. Os personagens perderam até as expressões faciais! Meu deus, o que essa série se tornou?! Acabemos esse post com um minuto de silêncio, em memória dos bons, velhos e verdadeiros Simpsons, por favor.
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