As novas crias de Arquivo X
Em alguma coluna passada, eu havia comentado que não existia mais séries com temáticas similares ao inesquecível Arquivo X (1993-2002). No entanto, nesta temporada, duas séries se apresentam com temas bastante familiares para os excers, Eleventh Hour e Fringe.
Ambas séries pertencem, por nossas bandas, ao canal Warner. Inclusive Eleventh Hour já está em exibição pelo canal às segundas no horário de 22h, enquanto Fringe ficou para o ano que vem.
Ambas trabalham, principalmente, com o lado científico que Arquivo X mostrava em suas investigações semanais, pelo menos por enquanto, não há menção de eventos sobrenaturais e, muito menos, de extraterrestres. A maior diferença até aqui entre as séries é que Elenveth Hour não evoluiu sua trama além do formato caso da semana enquanto, Fringe, mesmo um pouco abaixo do esperado, já ilustrou em seus episódios a possibilidade de uma grande conspiração e, a princípio, corporativa e não governamental.
Eleventh Hour é a nova produção de Jerry Brukheimer, responsável por CSI e Cold Case. Não se trata de uma série criada por ele, mas de uma versão americana de uma produção inglesa de 2006 (de fracasso retumbante), exibida pelo canal ITV e estrelada por Patrick Stewart, de “Jornada nas Estrelas: A Nova Geração”. Eleventh Hour, no entanto, é uma série complicada de se assitir, não pelas questões abordadas nos episódios (como, por exemplo, criogenia, manipulação de vírus e agrotóxicos), mas pela qualidade e ritmo da série. Até o momento, a dupla formada pelos atores Rufus Sewell e Marley Shelton, é de uma infelicidade ímpar, principalmente, por Marley. A agente do FBI, Rachel Young, não tem função na trama, além de servir de babá para o biofísico Jacob Hood, falta um aprofundamento de ambos personagens.
Com dois problemas graves dentro de uma série (elenco e roteiros) fica difícil indicar a Eleventh Hour para alguém, no máximo, dá pra comentar e quem tiver interesse ou curiosidade, dê uma espiada. Você pode se perguntar então porque eu ainda assisto a série, e eu, no máximo, posso responder curiosidade quanto às questões cientifícas mostradas em cada episódio, mas sem maior vínculo ou expectativa.
Quanto à Fringe ocorre o oposto, mesmo ainda não tendo estourado, pelo menos em audiência, Fringe já conseguiu ultrapassar as barreiras da televisão (especialidade de seu criador J. J. Abrahms, de Lost), com discussões na internet sobre detalhes da cada episódio. Não esqueçam que Fringe mesmo tendo casos isoldados a cada episódio possui uma grande conspiração sendo construída, chamada de Padrão. Um dos grandes destaques para mim são as aberturas dos episódios, não lembro de ter observado isto em outra série, as sequências são alucinantes e muito tensas, fantásticas mesmo.
No entanto, Fringe, tem um grande problema em suas mãos, a protagonista Anna Torv, não possuiu muito carisma e nem mesmo talento para encarnar a agente Olivia Dunham, a atriz não consegue escapar muito da meia dúzia de caras e bocas que tem. Isto sem contar com o sorrisinho sempre sarcástico de Joshua “Pacey” Jackson, menos mal, que os veteranos Lance Reddick (de Lost) e John Noble (O Senhor dos Anéis) carregam o elenco menos qualificado nas costas.
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