Assassin’s Creed
Por meio de uma tecnologia revolucionária que destrava suas memórias genéticas, Callum Lynch (Michael Fassbender) experimenta as aventuras de seu ancestral, Aguilar, na Espanha do século XV. Callum descobre que é descendente de uma misteriosa sociedade secreta, os Assassinos, e acumula conhecimentos e habilidades incríveis para enfrentar a organização opressiva e poderosa dos Templários nos dias de hoje.
Eu não sei como andam os jogos de Assassin’s Creed atualmente, sei que foi lançada coisa pra caralho, aparentemente um personagem-chave morreu [E eu não vou falar quem é, já que eu nem joguei então não posso afirmar nada]. Mas tão prometendo filme da parada desde os idos de 2011, e a produção que ia ser da Sony com a Ubisoft melou, e a Sony caiu fora porque a Ubisoft queria poder censurar o criativo. Foi então que a Fox viu uma oportunidade e falou: É aqui que eu cago! O que, você achou que finalmente um filme baseado em um jogo ia ser bom? Quanta ingenuidade. Quase tanta quanto a minha, que não tava acompanhando a produção e pensava: Olha, parece que dessa vez vão acertar um filme baseado em jogo. Ledo engano.
Pois bem, a despeito de ser um conceito extremamente interessante [Inquisição espanhola], temos dois problemas básicos com essa produção: O primeiro, é que mesmo sendo cheio de referências aos jogos e tudo mais, é de uma canastrice sem fim. Porra, o “salto de fé” [Leap of faith] é tratado como um evento extremamente relevante, sendo que no jogo cê faz isso pra descer de um prédio toda santa vez, já que eu duvido que alguém tenha paciência pra descer tudo na unha toda vez. Mas não é só isso, tem outras coisas, mas que se eu falar aqui vai ser um belo de um spoiler na sua fuça, e eu acho que você não quer isso. Se quiser, me avisa que a gente dá um jeito.
A outra coisa problemática é o tamanho da história. É uma história de jogo que tentaram enfiar em um [Ou dois… Talvez três] filme. Não cabe, cara. Cada jogo tem cerca de 17 horas só de cutscene [Sim, eu tirei essa informação da bunda], sem contar o desenvolvimento dentro do próprio jogo, e ai os trutas querem enfiar tudo isso em uma hora? Não fode. Mesmo que cê faça uma franquia só de filmes baseados no jogo, cê vai precisar de uns seis filmes pra contar uma história só? Isso não é vida. Bom, não pra quem quer ver um ciclo completo no cinema, pra quem quer acompanhar essas merdas indefinidamente é ótimo, e pro estúdio também é muito bom, já que gera uma fonte de renda infinita: Os trouxas.
Claro que, se você for no cinema pra ver o filme sem saber bulhufas sobre os jogos, talvez ache o filme divertido. Porra, é a história de um ninguém que, através de memória genética, ganha os poderes de ser um assassino fodão, também conhecido como “o escolhido” em qualquer filme da saga do herói. Mas mesmo assim, corre o risco de achar que, como sempre, um ou mais personagens são burros pra caralho [O que é regra pra maioria das obras de ficção funcionar, tomar no cu]. E falando em personagem burro, alguém me explica como que a Marion Cotillard ganhou Oscar? Puta que pariu, não bastava a morte dela no Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, a atuação dela em Assassin’s Creed chega a doer.
Mas o que haveria de se esperar de um filme que tem como protagonista Michael Fassbender? Nada contra, ele só não me convencia nem como Magneto, e mesmo assim a galera paga um pau pro cara. Coisas que acontecem no mundo e eu não consigo explicar. Se bem que quem engole James McAvoy de Professor Xavier vai realmente gostar de qualquer coisa. Nem o vilão do Jeremy Irons consegue segurar o rojão. Ainda mais que, em pleno 2016 [O filme é do ano passado, noob], uma sociedade secreta em busca de dominação mundial não ia usar armas de fogo? Bitch, please.
Mas o mais interessante, na minha cabeça, é a utilidade da Maçã do Éden. Conversando com o Castrezana, que não faz ideia do que acontece nos jogos, ele me perguntou: “Tá, mas o que essa porra faz?” O que eu respondi com o que é falado no filme, que tem o segredo pra recodificar o código dos humanos suprimindo o livre arbítrio, ao que ele retruca: “Mas e ae, cê faz o que com isso?” O que é uma ótima pergunta, já que os Templários aparentemente tentam suprimir livre arbítrio faz milênios, seja através de política, capitalismo, religião ou surra de bunda, e nada funcionou. Transgênicos agora são a solução? Porra, até vilão do 007 faz melhor, minha gente. E antes que cê venha reclamar de que eu tou querendo muito num filme que se baseia em memória genética, é bom lembrar que essa parada existe de verdade, só não da forma apresentada. Já livre arbítrio é um conceito um pouquinho mais complexo, que talvez possa nem existir, dependendo da teoria em que você acredita.
No fim das contas, se tivessem utilizado a premissa do filme pra fazer um jogo, seria muito melhor aproveitado, mesmo com os prováveis bugs/problemas/falta de preocupação com qualidade da Ubisoft. Mas quem se importa, olha ali o Animus que é um braço robótico ao invés de uma câmara de imersão, UHU! Ah, quebrou, que triste. Parece até que foi feito pela Ubisoft.
Assassin’s Creed
(115 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, França, Hong Kong, Reino Unido, 2016
Direção: Justin Kurzel
Roteiro: Michael Lesslie, Adam Cooper e Bill Collage, baseados na série de videogames criada por Patrick Désilets, Corey May e Jade Raymond
Elenco: Michael Fassbender, Marion Cotillard, Jeremy Irons e Brendan Gleeson
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