Vídeo-games: os próximos 25 anos – 2033

Games quinta-feira, 18 de outubro de 2007 – 14 comentários

Esse post faz parte de uma série em 6 partes. Veja o primeiro post aqui.

Previsões para 2033

Ok. Me permitam agora viajar totalmente na maionese, me apoiando nas informações daquele artigo original do Cracked.com.

Fui lá conferir, e parece que a Sony realmente patenteou a idéia de transmitir imagens e sons diretamente para o cérebro através de ondas ultrassônicas. Parece mágico demais né? Mas nem é, um monte de animais usam ultra e infra som para se comunicar. Um ultra ou infra som é simplesmente um barulho alto ou baixo demais para o ouvido humano processar, mas que tem efeitos diferentes se emitido em direção a alguns materiais como paredes, metais e cérebros.

Estetoscópio com base em ultra-som. Um dos utensílios médicos que se aproveita das propriedades de transmissão de informação que o som de alta frequência e amplitude tem.

A idéia é a mesma da implantação de eletrodos que eu falei antes, só que nesse caso você nem precisa daqueles plugues que aparecem em filmes como Existenz e Matrix. Só precisa apontar o aparelho emissor para a cabeça e já era; transmissão instantânea e não invasiva de qualquer tipo de conteúdo que você possa imaginar: jogos, livros, filmes, músicas, treinamentos de novas habilidades…enfim, tudo que possa ser reduzido á algum tipo de informação codificada.

Isso não vai mais ser virtual, você vai entrar lá de verdade. Pelo menos é no que o seu cérebro vai acreditar.

Dá pra acreditar? E se eles descobrirem um comprimento de onda ultrassônica que mire direto nos centros de prazer? Você sabe, a gente joga vídeo-games porque isso de alguma forma estimula os nossos centros de prazer, seja matando zumbis em Resident Evil, roubando carros em GTA ou construindo casas e relacionamentos em The Sims. As narrativas dos jogos se tornam mais complexas para satisfazer a nossa necessidade de participar de uma história crível em forma de jogo; um enredo que nos envolva e aumente o prazer de acompanhá-lo. Como uma novela, ou um livro mesmo.

A partir do momento em que um aparelho consegue mirar diretamente nos centros de prazer, não existe mais um motivo para se fazer todo um invólucro narrativo, um pacote de historinhas que entregam a sensação de prazer. Manja drogas? Você sabe como o ecstasy funciona e porque nego usa até “fritar”? O MDMA (princípio ativo do ecstasy) simplesmente libera de uma vez só todas as substâncias responsáveis pela sensação de prazer no cérebro. O cara sente um prazer desgraçado e não consegue fazer mais nada da vida a não ser tentar sentir mais prazer, tocando em coisas, dançando, pegando em pessoas, etc. O Treta fez um pequeno vídeo compilando o comportamento desses seres em estado alterado decorrente da ativação exagerada dos centros de prazer.

E você sabe por que eles finalmente voltam ao estado “normal”? Porque depois de uma dose elevada de ecstasy as substâncias químicas que ativam os centros de prazer simplesmente ACABAM. E não adianta tomar mais, porque não tem mais neurotrasmissor para utilizar com fins de prazer. Os caras só param de tomar a parada porque ela não faz mais efeito. O prazer acaba compulsoriamente; é tipo uma trava de segurança evolutiva que faz o cara voltar ao mundo real e se preocupar com coisas importantes como comer e respirar.

Transfira essa lógica para um aparelho que mira diretamente na área de prazer do cérebro: todo mundo vai ficar utilizando a porra do aparelho até morrer ou acabar a pilha. Você não precisa mais de vídeo-games. Também não precisa mais de filmes, músicas, cinema, sexo, comida saborosa, NADA. Pelo menos vai acabar o drama da pirataria na internet.

Basicamente você não vai mais precisar se mexer para ter prazer. Entre no seu tanque e fique lá gozando eternamente.

Finalmente vamos atingir o que foi mostrado no filme Matrix, mas não na forma de mundo tecno-apocalíptico como na visão pessimista do filme. Vai ser uma utopia computadorizada, onde vamos viver em tanques nutrientes, só alternando entre descargas de prazer intensas e períodos de coma. Os períodos de coma servirão para recuperar os neurotransmissores que vão permitir novas descargas de prazer a assim por diante. Nos períodos de coma provavelmente vão rolar simulações de interações com os outros seres humanos que ainda estão por aí. Tenho a impressão de que o cérebro humano precisa de relações com outros seres humanos, para manter um fio de sanidade. Mas essas relações podem ser simuladas, e não precisam ser verdadeiras.

Por favor, simulem minhas relações com essa moça aqui, ok?

Isso vai continuar até o corpo não agüentar mais a vida no tanque nutriente e todos nós virarmos imensas uvas-passa rosadas em conserva. Se não aprendermos RÍPIDO a transferir nossos cérebros para computadores, estou prevendo que a humanidade vai acabar em mais ou menos 30 anos.

Bom, espero que vocês tenham gostado dessa projeção realista e fundamentada sobre os próximos 25 anos gamers. Muitos de nós sobreviverão para ver essas mudanças e isso definitivamente é o que deve acontecer até 2033.

Depois disso não sei o que vai acontecer, mas estou triste por descobrir que daqui a 25 anos os vídeo-games vão acabar. Bom, pelo menos também não vai ter mais aquele exame de próstata degradante.

Portanto, jogue mais vídeo-game AGORA. A vida é curta. Play more. Play hard.

Vídeo-games: os próximos 25 anos – 2028

Games quarta-feira, 17 de outubro de 2007 – 6 comentários

Esse post faz parte de uma série em 6 partes. Veja o primeiro post aqui.

Previsões para 2028

Mais alguns anos á frente e o próprio conceito de “vídeo-game” vai deixar de existir. Se a coisa toda se tornou uma simulação tão real, é óbvio que já deixou de ser um jogo. O mesmo sistema eletrônico envolvendo os eletrodos e os projetores de imagens evidentemente vai ser utilizado para várias outras funções além do entretenimento. Com um hardware desses (o termo exato nesse caso é wetware, um hardware que se mesclou com a interface orgânica humana) é possível operar equipamentos pesados á distância, participar de reuniões virtuais (que serão reais?) e seu urologista vai poder fazer o seu exame de próstata enquanto você estiver dormindo, com um horário pré-agendado. Você apenas vai acordar com uma leve dor na parte posterior, ou um sorriso no rosto. A sua reação depende de se os metrossexuais já terão dominado ou não o mundo daqui a 20 anos. Não deixe isso acontecer.

Aos poucos vamos poder abrir mão da parafernália que queima nossos olhos e cérebro.

Se a parada dos eletrodos der certo, é bem provável que a tecnologia de scanning do cérebro continue se desenvolvendo, e estaremos a um passo de conseguir a criação de imagens através de informação enviada diretamente para o córtex, sem precisar de uma projeção na retina. Isso seria ainda mais econômico do que o projetor, porque você não precisa nem de luz para provocar a imagem, basta enviar os sinais elétricos na configuração correta para as partes específicas responsáveis pelo processamento visual. Você também vai ter os softwares ocupando muito menos espaço, já que não precisa armazenar os vídeos do “jogo” em formato .avi, por exemplo; você vai mandar apenas uma série de impulsos elétricos que vão gerar aquele filminho diretamente no cérebro; mais ou menos como o telefone transforma eletricidade em voz. Ou você achava que a voz passava pelo fio do telefone até chegar do outro lado?

Aqui a coisa começa a sair de controle. Tentem me acompanhar.

Imagine agora que o mesmo wetware que manda os impulsos geradores de filminhos consegue também ativar os seus centros de memória. É fácil ativar os centros de memória, eles fazem isso como teste em cirurgias do cérebro; só precisa de uma descarga elétrica em um ponto específico para que o paciente escute e veja coisas que não existem na sala de cirurgia, que estão sendo resgatadas da memória. Cara, você vai conseguir colocar a sua professora de português da 4a série como o chefe final de DOOM! Você vai poder personalizar totalmente o seu jogo, se é que isso ainda vai se chamar jogo.

Quando eu puder personalizar meu jogos, eu serei o Chuck Norris em um Guitar Hero ambientado no Vietnã. Mal posso esperar.

Parece piração demais? Então lembrem do Second Life, que já existe hoje em dia fazendo um sucesso desgraçado, embora eu não entenda o porquê: no SL uma das maiores atividades dos usuários (que inclusive gera comércio com dinheiro de verdade) é ficar criando objetos do mundo real, para colocá-los dentro do jogo e poder viver a vida ideal lá dentro. Você compra um jet-ski que foi criado por alguém e pode andar de jet-ski na porra do mundo virtual.

Second Life e seu poder de realização de sonhos bizarros.

Agora imagine um sistema que acessa suas memórias e vai substituindo paredes, chão, mesas, ambientes e personagens pré-definidos do jogo por tudo aquilo que você já tem armazenado no seu cérebro. Isso não é mais um jogo, isso virou um remake da sua vida. Você vai poder carregar o pacote de expansão “férias em Plutão” e levar a família toda pra passear. Você vai poder dar um load em “World of Warcraft XXX” e vai fazer sexo com ELFAS, cara! Não quero nem pensar nos novos fetiches e modalidades de sexo que vão aparecer.

Sexo tradicional é uma coisa tão careta. O pessoal do Second Life é que sabe se divertir.

A seguir: Previsões para 2033.

Vídeo-games: os próximos 25 anos – 2023

Games terça-feira, 16 de outubro de 2007 – 1 comentário

Esse post faz parte de uma série em 6 partes. Veja o primeiro post aqui.

Previsões para 2023

Mais 5 anos adiante e o próximo passo, evidentemente, é abrir mão dos joysticks. Já não precisamos mais dos consoles, nem dos monitores, então pra que usar só os dedos pra apertar uns botões e FINGIR que você está matando zumbis com uma faca? É como jogar Guitar Hero usando o joystick: simplesmente não faz sentido e não oferece nem um terço da diversão de empunhar e fazer sons com os gestos iguais ao de tocar uma guitarra.

Guitarra-joystick de Guitar Hero.

Crianças, já temos o Wii em mãos, que faz algo que nós achávamos que seria impossível há meros dois ou três anos atrás. Daqui a 15 anos, na pior das hipóteses, o reconhecimento de movimentação do Wii vai estar tão avançado e sensível, que você vai poder fazer um exame de toque de próstata á distância naquele seu amigo do peito, que tem medo de ir ao médico.

Câncer de próstata no alvo dos games.

Sim, porque eu tenho certeza de que os urologistas se divertem tanto enfiando o dedo lá onde o sol não bate, que eles não vão fazer nenhum esforço pra mudar esse exame pelos próximos 100 anos ou mais. Eu também tenho certeza de que nos Congressos de Urologia eles se reúnem para assistir vídeos onde aparecem as caras de surpresa ou dor dos pacientes, conforme os dedos vão entrando. Urologistas são todos uns motherfuckers.

E.T. foi inspirado em um exame de próstata que o Spielberg fez.

Mas voltando ás formas de controle então. A idéia de uma melhora no reconhecimento da movimentação é o mínimo que podemos esperar. A hipótese mais interessante é pensar que teremos eletrodos diretamente ligados no cérebro de alguma forma, e que poderemos controlar o que acontece no jogo só PENSANDO na movimentação, ou simulando o movimentos com as mãos, caso o sistema não esteja tão avançado assim. A última hipótese é mais provável e fácil de implementar: quando você faz algum movimento com seu corpo, isso dispara uma certa configuração ou “desenho”no cérebro, das áreas que foram ativadas com aquele movimento específico.

Diferentes atividades exigem diferentes partes do cérebro.

Bastaria então ter eletrodos que pudessem ser “treinados” para reconhecer esses padrões (assim como você “treina” o seu celular para ele reconhecer sua voz), e a cada vez que você desse um soco no seu irmão mais novo, ele socaria da mesma forma no jogo.

Acessório indispensável para os games da próxima geração.

Lógico que isso vai cansar pra cacete. Imagine um jogo como Street Fighter, onde você tivesse que efetivamente desempenhar todos os socos e chutes necessário para vencer o adversário? Mas é lógico que não vamos jogar Street Fighter com esse tipo de tecnologia; os jogos serão adaptados ao hardware. É necessário cuidado, entretanto, senão vamos acabar com um monte de clones de Cooking Mama, já que a única coisa que esse bando de gamers sedentários consegue fazer é jogar e comer.

Cooking Mama 12: sempre a mesma coisa.

Assim, a tecnologia que requer que você apenas PENSE na movimentação é muito mais interessante, porque permite que você faça coisas que seriam impossíveis se dependessem apenas do seu corpo gordo, fétido e pelancudo. A única dúvida que eu tenho é se será possível pensar em coisas que você nunca fez, como voar ou comer a Silvia Saint, e se isso se realizaria no jogo. Será que o cérebro é capaz de simular e transmitir como informação algo que o corpo nunca experimentou? Ironicamente, os vídeo-games podem se tornar um forma de pesquisa científica e avanço sobre o conhecimento do cérebro, quando atingir este nível de tecnologia. Você vai poder virar para sua mãe ou ir até o túmulo dela pra dizer: “Eu FALEI que vídeo-game não era só um brinquedo de criança, sua velha!”

A seguir: Previsões para 2028.

Vídeo-games: os próximos 25 anos – 2018

Games segunda-feira, 15 de outubro de 2007 – 6 comentários

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Previsões para 2018

Estamos abandonando rapidamente os televisores CRT, esses aparelhos enormes que todo mundo tem em casa, com um tubo de imagem pesado e que não gera imagens alta definição.

Fadado a sumir de circulação.

Os monitores de plasma e LCD estão caindo de preço muito rapidamente, e indicando uma mudança de tendência nos métodos de projeção de imagens e vídeos. Daqui a dez anos é bastante provável que nos libertemos de vez da ditadura do monitor para que uma imagem exista, passando a projetar as imagens diretamente em nossa retina.

Pra que gastar um monte de energia projetando imagens em uma tela se tudo tem que passar pelo olho mesmo?

O equipamento já existe e funciona; se você duvida, busque a matéria original no site que eu indiquei no começo dessa série. O projetor é muito mais prático, porque você pode levar seu projetor para qualquer lugar, já que ele ocupa um espaço ridículo. Também é mais econômico, porque você só precisa gerar luz suficiente para ativar os cones e bastonetes do seu olho, que não precisam de muita intensidade de luz para reconhecer formas e cores. E, estou chutando, essa tecnologia vai cansar menos o olho, devido á quantidade mínima de luz que vai emitir; a luz ambiente provavelmente vai ser mais intensa do que a da projeção.

Outra vantagem enorme é no tamanho dos arquivos a serem projetados. Como a imagem que você projeta é extremamente pequena, você não precisa de gráficos e vídeos que ocupam um espaço imenso de HD, para ter qualidade na imagem. Compare os arquivos de PSP com os de PS2, por exemplo. Nenhum jogo de PSP ocupa mais do que 1,8 gigas, enquanto no PS2 eles podem ocupar um DVD dual layer inteiro (um dvd com quase 10 gigas de capacidade), com qualidade semelhante. Isso acontece porque a tela do PSP é menor, portanto os vídeos e gráficos não precisam ter uma resolução tão grande e detalhada como se fossem ser projetados em uma TV de 42 polegadas. E os jogos de Nintendo DS então? Eles possuem uma qualidade semelhante aos jogos do Playstation 1, e todos cabem em um cartão de memória do tamanho de um selo.

Esse é o cartão de um jogo de NDS.

Agora imagine o tamanho de arquivos que precisam ser projetados na retina, que tem mais ou menos as dimensões da sua unha do dedo mindinho. Nós vamos precisar de cada vez menos espaço físico para armazenar jogos.

Vamos adiante: combine essa tecnologia com a capacidade de enfiar um PS3 em algo do tamanho de um celular, e você já não precisa mais de “consoles caseiros” como o PS3, que ocupam o espaço que uma porra de um vídeo-cassete ocupava em 1982. O próprio termo “console caseiro” não vai mais fazer sentido, pois todos serão “portáteis”. Seu celular Sony Ericsson V19 já vai sair de fábrica com um PS3 embutido, um fone de ouvido e um projetor de retina bluetooth, pra você poder jogar no ônibus. O celular vai ser o joystick. Sensacional.

Aliás, não sei se vocês estão sabendo, mas alguns players de MP3 de marcas duvidosas já vêm de fábrica com emuladores de Nintendo 8 bits embutidos, que você joga na telinha do próprio MP3 player.

Falta pouco pessoas, falta pouco.

A seguir: Previsões para 2023.

Vídeo-games: os próximos 25 anos – 2013

Games domingo, 14 de outubro de 2007 – 3 comentários

Esse post faz parte de uma série em 6 partes. Veja o primeiro post aqui.

Previsões para 2013

Falta pouco para se enfiar um World of Warcraf em um console portátil.

Quando estivermos entrando na próxima década, é bastante provável que se consiga introduzir o poder de processamento de um PS3 ou de um Xbox360 em um console portátil. Hoje em dia o melhor que temos é um PS2 enfiado em um Playstation Portable, o que já é bastante impressionante, se você pensar bem (lembre-se de que em 2001 o PS2 tinha quase o tamanho do PS3 atual). Mas com algo como um PS3 portátil, nós poderemos jogar coisas como o Spore em qualquer lugar, como durante a aula na faculdade ou o meu preferido: jogar enquanto larga um barro.

100% de aproveitamento de um tempo que poderia ser perdido.

A combinação desse poder de processamento com o avanço das tecnologias wireless de transmissão de dados vai permitir que você jogue World of Warcraft enquanto espera na fila do banco, por exemplo. É só uma questão de tempo para que o acesso wireless esteja amplamente disponível, com transmissão de dados em alta velocidade. Hoje em dia já temos internet wireless gratuita em alguns shoppings, hotéis, aeroportos e apartamentos com vizinhos que não criptografam suas conexões.

A ampla oferta de acesso á Web vai fazer com que os distribuidores de jogos prefiram disponibilizar os downloads de seus jogos, ao invés de passar pela encheção de saco de gravar um dvd, botar em uma caixinha e ter que distribuir isso pelas lojas do mundo inteiro. É muito mais simples cobrar uma taxa do usuário para que ele simplesmente baixe o jogo e instale na máquina. O custo final do produto fica menor, o que deve refletir também em um corte nos preços dos jogos.

O advento dos hard disks nos consoles também deve fazer com que essa tendência atinja os gamers ainda na geração Xbox360 e PS3. Isso já acontece com alguns jogos como GranTurismo HD, que foi lançado apenas como um download disponível para os donos de PS3. Bastava entrar na rede, baixar e jogar.

Ok, foi um demo de GT5, mas você entendeu a idéia.

Creio que existe uma tendência de expansão nesse procedimento, já que muitos gamers, principalmente no Brasil, já estão acostumados com os jogos piratas, sem caixinha, manual, etc. E mesmo no Brasil, onde a pirataria impera, existem muitos assinantes de MMO’s (jogos online), que pagam caro para jogar. Me parece uma idéia mais interessante do que comprar o jogo, porque você só paga enquanto quer jogar. Ou enquanto acha que a sua diversão vale dinheiro. Cansou? Quer jogar outra coisa? Baixa outro jogo e paga por outro serviço temporário. Nada de ficar com jogos encostados que você já terminou e não tem mais motivo pra jogar.

Depois de um tempo, onde você enfia tanto jogo?

Outra enorme vantagem desse sistema é que você não está comprando um produto acabado; como existe uma comunidade de muitos jogadores pagando mensalmente pelo jogo, ele pode estar em constante expansão. O desenvolvedor tem grana para manter uma equipe que continue criando cenários, quests, personagens e itens que não existiam quando você assinou o serviço, o que mantém o jogo sempre “novo” em algum sentido. E, o melhor, atendendo ás demandas dos jogadores, que sempre terão as melhores idéias de como o jogo pode se tornar ainda mais divertido.

Serão mudanças importantes para a cena gamer, já que mudam radicalmente o conhecido processo de comprar um console e depois montar um enorme biblioteca de jogos, que acabam virando relíquias ou lixo mesmo. O processo todo deve ficar mais dinâmico, atendendo mais prontamente aos desejos dos jogadores. Ao mesmo tempo, deve diminuir a oferta de de jogos caça-níquel como… bom, como todos os da EA por exemplo, que lança o mesmo jogo todo ano. Ao invés de comprar o Fifa 05, 06, 07 e 08, você “assina” só um deles e vai fazendo os upgrades subseqüentes, com novos campos, novos jogadores, novos passes e dribles, etc.

Creio que as coisas tendem a mudar muito e melhorar em um futuro bastante próximo.

A seguir: Previsões para 2018.

Vídeo-games: os próximos 25 anos – 2008

Games sábado, 13 de outubro de 2007 – 6 comentários

Eu gosto de vídeo-games; tenho um interesse sincero por eles. Provavelmente um interesse até maior do que é saudável ter.

O fato é que eu aprecio vídeo-games o suficiente para já ter trabalhado profissionalmente com isso (e espero um dia trabalhar de novo), e gosto de ler e discutir sobre o assunto. Acredito que o jogo eletrônico é uma forma de entretenimento que deve se fazer cada vez mais presente nas nossas vidas daqui por diante.

Se você é como eu, e curte pensar sobre games além de jogá-los, gostaria de trazer á sua atenção um artigo muito interessante que li recentemente no Cracked.com:

The Next 25 Years of Video Games

Você acha que isso é o pior que pode acontecer daqui a 25 anos? Tsc, tsc.

Por que indicar um artigo de outro site? Porque os caras que escreveram esse artigo (David Wong e Steve Woyach) são muito mais perspicazes e visionários do que eu, e vocês não merecem ficar lendo só as merdas que eu escrevo. Esse artigo é tão bom que eu achei importante fazer com que mais gente entre em contato com ele. Se você lê inglês, vá direto para lá. Para você que não lê inglês, fique com a minha versão extremamente particular, distorcida e expandida de tudo que o artigo original aborda. Serão 6 posts, um por dia, explorando o que deve acontecer em intervalos de 5 anos até 2033. Minha previsão no final é um pouco diferente do artigo original, mas que graça teria se eu simplesmente traduzisse o artigo, não é mesmo?

Previsões para 2008

Nossa viagem pelo próximo quarto de século video-gamístico começa pelo game Spore (que está em desenvolvimento desde que eu nasci, pelo jeito, e com lançamento previsto para muito breve) no qual você vai começar como uma bactéria ou algo tão insignificante quanto. Depois, você vai fazendo a evolução deste organismo até que ele domine um planeta, desenvolva sua tecnologia e comece uma expansão interplanetária e intergaláctica.

Esse jogo vai ser piradaço.

Lembra como esse conceito era sedutor pra cacete em Civilization, mas a parte espacial nunca era tão emocionante assim? Você passava anos para construir a maldita nave que ia levar sua civilização até Alpha Centauri, e quando você finalmente conseguia, o jogo acabava! Frustrante. Não é á toa que foi necessário lançar um jogo chamado “Alpha Centaury” logo depois, a fim de satisfazer a sede de expansão dos jogadores.

Frustrante final de Civilization (1990)

Aparentemente Spore vai conseguir realizar suas fantasias mais lisérgicas de dominação universal. E o jogo vai ser muito louco graças ao elemento online, onde cada usuário terá sua civilização particular de monstros verdes com pênis gigantes. Nem todos serão assim, lógico; alguns jogadores mais ousados vão gerar civilizações de monstros roxos piratas-zumbis com pênis gigantes, mas esses gênio criativos serão a exceção.

Eu tive a idéia primeiro, ok?

A piração total é que o universo de jogo vai se expandindo conforme novos jogadores entram, criando algo de dimensões absurdas, com zilhões de planetas habitados por criaturas bizarras para você destruir, cada um criado por um usuário diferente.

Um planeta personalizado

Mesmo o Freelancer, da Microsoft, tinha limites físicos e maneiras de limitar a sua exploração do universo. No caso de Spore, provavelmente será a primeira vez que você não vai conseguir achar os limites físicos virtuais de um jogo. Imagine: um jogo maior do que a sua capacidade, paciência e tempo para explorá-lo. Cara, isso vai ser revolucionário.

Em seguida, temos o PS3 Home, a versão da Sony para o maldito Second Life, que deve ser anunciado ainda em 2008. Aparentemente será algo menos fantasioso e estúpido que o SL, mas qualquer tipo de universo virtual desses me dá ânsia de vômito.

PS3 Home. Mais um game escapista onde você pode fingir que é magro e macho de verdade.

Mas, se tratando da Sony, eu diria para prestarmos atenção no que eles têm a oferecer. Apesar de todos os problemas no trato com o consumidor a Sony revoluciona o mercado desde o lançamento do walkman, e mundos virtuais ainda têm muito a ser desenvolvido.

A seguir: Previsões para 2013.

Pirataria nos games. Fugir da briga é para os fracos.

Nerd-O-Matic quinta-feira, 11 de outubro de 2007 – 13 comentários

A coluna da semana anterior saiu simultaneamente no Ato ou Efeito e no Gamehall, e pude experimentar vários tipos diferentes de recepção ao texto que foi apresentado.

Gostaria de agradecer a todos que tiveram a paciência e disposição de continuar a discussão nos comentários, concordando, discordando e argumentando de forma coerente. Queria lembrá-los de que NÃO estou escrevendo um artigo científico sobre o assunto e nem sendo pago para agradar a segmentos específicos ou a qualquer tipo de pessoa. Aos ignóbeis que simplesmente não gostaram do que leram ou que se sentiram pessoalmente ofendidos, deixo as palavras do mestre Alborghetti:

“Não tenho o rabo preso com vagabundo nenhum nesse estado e nem nesse país. Quem gostou, gostou. Quem não gostou que se dane; vá para o diabo que te carregue”.

Quero manter esse texto com um tamanho que não desestimule a leitura, portanto vou me ater a apenas UMA questão. A quem ainda acompanha essa discussão com genuíno interesse e um mínimo de tolerância á opinião alheia, gostaria de discutir a figura abaixo:

“Gravações caseiras de fitas estão matando a música. (E são ilegais)”.

Muitos de vocês podem ser novos demais para lembrar, mas até a década de 90 as pessoas realmente usavam fitas cassete. E quando as fitas virgens foram colocadas á disposição do público pela primeira vez, em conjunto com os gravadores de fitas, a indústria fonográfica decretou que seria a morte dos LPs e da indústria musical como um todo. Afinal, você emprestava o LP de um amigo, gravava em uma fita e não precisava comprar o LP. Lembra vocês de alguma coisa que acontece hoje em dia?

Pois é, a música comercial continua por aí. E posso estar errado, mas acho que o número de bandas também não diminuiu e as gravadoras continuam ganhando dinheiro. A indústria musical não me parece exatamente falida, apesar de toda a pirataria e das fitas virgens.

Vejam, não estou dizendo que quem copiava os LP`s em cassetes estava certo ou errado. Como falei em algum dos comentários, estou evitando fazer julgamentos já que eu mesmo ainda não entendo a questão de forma completa. Mas me parece bastante evidente que era errado dizer que quem gravava suas fitinhas piratas ia acabar com a indústria e com a música dos grandes artistas. O tempo provou isso, não é questão de opinião ou do que “eu acho”.

Mas isso é música. Voltando á nossa discussão sobre softwares, vamos pensar em quem seria uma das maiores prejudicadas com a pirataria, para verificar o argumento de que a pirataria acaba com a indústria de softwares (jogos são softwares, não esqueçam). Será que existe algum software mais pirateado do que o Windows no planeta inteiro? Podemos pelo menos concordar que o sistema operacional da Microsoft é um dos softwares mais pirateados do mundo? Creio que concordamos. Agora me digam: ao longo de mais de duas décadas de pirataria do Windows (o primeiro Windows foi lançado em 1985), o Windows acabou? A Microsoft faliu? A Microsoft está mal das pernas? Ela parou de lançar novos produtos por causa da pirataria e dos salafrários que copiavam ao invés de comprar?

Acho que não.

Essa é uma das conclusões a que eu cheguei, pensando e escrevendo esse texto e o da semana passada: usar cópias não oficiais de jogos pode até ser errado por motivos éticos e morais, mas definitivamente não acaba com a indústria em questão. Parece um contra-senso, não parece? Mas os dados históricos não mentem, nem no caso da indústria fonográfica e nem no caso da Microsoft. E acredito com todas as forças que isso se estende á indústria dos games.

Descobri que isso acontece por um motivo muito simples: Quem compra os produtos piratas não tem dinheiro para comprar o original e, portanto, não compraria o original de qualquer forma.

Vamos desenvolver isso.

Se você tem grana suficiente, você vai querer o pacote completo, principalmente porque isso significa garantia e direitos do consumidor, no caso dos produtos oficiais. Você paga não só para ter o produto original, com manual, bonito, na caixinha, mas porque existe de fato um grande valor agregado a este produto. Ele faz MAIS por você do que o produto pirata. Nos casos dos jogos isso significa também poder jogar online, acesso ás áreas restritas de sites do desenvolvedor, patches, upgrades, etc.

Porém, se você não tem os recursos para comprar o original, você simplesmente não compra. Como você pode ser culpado por não comprar alguma coisa que você não compraria de qualquer jeito, por não ter recursos para tal? É como dizer que a fábrica da Ferrari vai falir porque pouca gente compra Ferrari, preferindo um genérico em seu lugar, como um Uno Mille. As pessoas compram Uno Mille porque não têm recursos para uma Ferrari. As pessoas compram produtos piratas porque não têm recursos para comprar o original. Portanto, de qualquer forma, não seriam compradores do produto e não alimentariam a indústria em questão. Quem compra o produto pirata não é público-alvo da indústria dos originais, porque é simplesmente pobre demais para fazer parte dessa indústria.

Uma das argumentações que me parecem comuns contra o que escrevi aí em cima, é aquela que diz: “se o cara tem a grana pra comprar um produto pirata, então ele deveria deixar de comprar 10 produtos piratas para comprar um produto original”. Mas isso é falacioso, porque o desejo humano não funciona desse jeito. Ninguém quer o mínimo possível. Todo mundo quer sempre o máximo possível de benefício de qualquer coisa que faça. Pode chamar de lei de Gérson, desvio de caráter, natureza humana ou o que preferir, mas simplesmente é a forma como o indivíduo funciona. Como eu falei antes, estou analisando os fatos, e não a moralidade das ações humanas.

Outra contra-argumentação que vejo surgir nesse momento é de que se o cara quer alguma coisa então ele deveria “dar um jeito”, “economizar”, “trabalhar”, para poder comprar o original do produto que quer, ao invés de gastar com o produto pirata. Mas junte o desejo natural do cara com a indústria da propaganda, que desperta e exacerba o desejo sobre coisas que muitas vezes ele nem sabia que existia ou queria. Claro que não dá pra botar a culpa na propaganda por coisas que esse cara faz errado. Mas não é por esse mesmo motivo que um jovem pobre te assalta no semáforo e gasta toda a grana em um tênis Nike, ao invés de comprar comida? Pelo menos ele alimentou a indústria dos tênis originais, não é? Ele queria muito o tênis e “deu um jeito” de conseguir comprar o original. Um cidadão exemplar.

Agora você tá achando que era melhor ele ter comprado o tênis pirata né?

Tá bom, eu confesso que estou sendo deliberadamente manipulador e distorcendo a argumentação. Mas não importa se eu estou certo ou errado. Eu nem quero estar certo ou errado, como falei desde o começo. Eu só quero que vocês percebam que questão não é tão simples a ponto de se dizer “pirataria é roubo, e roubo é sempre errado”; isso é apenas um julgamento moral, cristão, que você recebeu a fim de manter a ordem social. Dizer que “roubo é errado” não serve para entender a questão como um todo. É por causa desse tipo de visão estreita que a questão não se resolve.

Novamente me estendo demais sobre o assunto, e não gosto de fazer post enormes; eles ficam muito chatos e as pessoas começam a comentar sem ler.

Alguns comentários e argumentos interessantíssimos surgiram nos comentários da coluna anterior. Alguns deles são tão bons e melhores que os meus, que eu me sinto na obrigação de reconhecê-los em um próximo post. Portanto, se você quer comentar, se esforce para não fazer ataques pessoais, e sim para trazer alguma contribuição coerente á discussão, ok?

Radiohead Zoa Grandão: mostrando a bunda para as gravadoras.

Música quarta-feira, 10 de outubro de 2007 – 22 comentários

Vocês todos deveriam estar sabendo, mas alguns de vocês nunca sabem. Eu não sei em que caixão da Transilvânia vocês vivem para não saber desse tipo de coisa.

Mas enfim, hoje, 10 de outubro, é o dia oficial do lançamento-download do novo album do Radiohead. O álbum se chama “In Rainbows” e você pode conferir maiores detalhes no site dos caras.

Sempre gostei desse urso cheirado que eles inventaram

Você não gosta de Radiohead? Foda-se você. Essa notícia é quente não só por ser um lançamento de um novo álbum dos caras, mas porque é o primeiro álbum da história onde VOCÊ decide quanto quer pagar pela parada. Isso mesmo. Você vai lá no site, faz a sua oferta (Você pode escolher pagar até mesmo 0 libras) e daí recebe o link para fazer o download do álbum.

Evidentemente o download também já está comendo nas torrents, como nesse link aqui. Não sabe usar torrents? Dá uma sacada nesse post que eu fiz.

É um momento emocionante, pois não sabemos que tipo de reações isso vai provocar na indústria fonográfica. Veja, independente de você gostar ou não deles, Radiohead é uma PUTA banda, altamente pop e mainstream, que conseguiu chegar no topo das paradas fazendo música esquisita para freaks. Isso, por si só, já é um contra-senso. Agora os caras resolvem chutar a bunda das gravadoras, lançando um álbum e passando uma mensagem clara de que o CD é só uma espécie de folder de divulgação da banda, já que eles ficam com uma parcela ínfima das vendas. Todo mundo sabe que banda ganha grana fazendo show, e não vendendo cd. Uma banda que se fiou por anos nas gravadoras e que agora resolve mostrar a bunda para todas elas de uma vez só. Isso é muito FDP, pirata e subversivo.

Uma salva de tiros para os motherfuckers.

Se você quer saber mais sobre a banda e sobre essa incrível jogada de marketing, dá uma olhada nesse artigo em inglês do The Independent, que eu achei espetacular.

Agora vamos ver se a porra do album é bom mesmo, ou se os caras simplesmente fizeram um ajuntado de sons esquisitos que valem efetivamente as 0 libras que a maior parte do pessoal vai decidir pagar por ele. Esperem pela minha resenha nos próximos dias.

Fast-food Reviews 012: Playstation Portable

Games domingo, 07 de outubro de 2007 – 1 comentário

Não sabe como funcionam essas reviews? Veja a introdução aqui.

Final Fantasy Tactics: The Lion War

Esse jogo não precisa de foto. Se você não conhece ainda, só lamento.

Final Fantasy VII foi o jogo que me fez comprar o Playstation 1, há mais de dez anos atrás, e de bônus eu trouxe o Final Fantasy Tactics, sem saber direito o que era. Depois viciei na parada, gastei um mês inteiro pra conseguir terminar o jogo, e mais algumas dezenas de horas para descobrir todos os segredos e jobs que o jogo oferecia.

FFT fez escola, apontando os rumos para quase todos os RPG’s estratégicos que surgiram na última década. No próprio PSP fomos agraciados com Jeanne D’Arc, que bebeu na fonte, e me trouxe uma experiência muito próxima do que FFT havia me proporcionado há anos atrás.

A agora ele chega para o PSP. O precursor, the real thing.

O jogo foi todo modificado para se adaptar ao PSP. Logo de cara já é possível observar a melhora de visualização que a tela widescreen traz: campo visual aumentado, mais espaço para os menus e cutscenes cinematográficas. Aliás, as cutscenes são um show á parte; especialmente desenhadas para essa versão, ficaram diferentes de tudo que eu já vi antes, pelo menos no PSP. Lembram um pouco as melhores cenas de Okami, com aquela qualidade de cenas pintadas a mão. Além de serem bonitas, aprofundam ainda mais a relação entre os personagens e esclarecem um pouco a história, uma das mais complexas de toda a série Final Fantasy.

Na parte técnica, confesso que senti os gráficos como algo meio velho e ultrapassado. Provavelmente porque eles SÃO velhos. Ou então porque fiquei mal-acostumado com o belíssimo cell-shading de Jeanne D’Arc. Mas rapidamente me acostumei e voltei a admirar a beleza do jogo, sempre dentro do padrão Square de qualidade. Afinal, são gráficos melhores do que de muitos jogos do próprio PSP.

Em termos de jogabilidade nada foi modificado. E nem poderia. É exatamente a mesma experiência excelente do original. Conteúdos, jobs e personagens novos foram adicionados, mas tenho certeza que você vai querer descobri-los por si mesmo.

Julgamento final: Ou você ama Final Fantasy Tactics ou odeia. Seria piada eu recomendar ou não esse jogo, porque quem conhece certamente não vai deixar passar. Mas para quem não conhece e tem curiosidade por ouvir falar, essa é a melhor oportunidade para conhecer o pai dos jogos turn-based contemporâneos.

Hot Pixel

Esse é só um dos mini-games do jogo. Não imagine que Hot Pixel é todo assim.

Já jogou alguma das versões de Wario Ware? Lembra como ele ficava no limite exato entre um jogo extremamente divertido e um jogo extremamente retardado?

Hot Pixel cruzou a linha. Ele é um clone retardado de Wario Ware. Você até pode se divertir por uns 5 minutos com os mini-games extremamente derivativos e sem personalidade que o jogo oferece, mas é muito fácil de se irritar com o protagonista que escolheram: uma espécie de skatista com problemas mentais, que não tem um décimo do carisma de Wario.

O jogo podia ser bom. Ele utiliza alguns conceitos de retro-gaming que poderiam ficar muito legais se unidos por um tema comum. Ou uma história interessante, pelo menos. Mas nada disso foi feito, então o jogo deve descer pelo ralo. Sem comentário adicionais.

Julgamento final: Evite como se fosse um clone retardado da sua última namorada.

Crush

Mais um jogo respeitável exclusivo para o PSP.

Eu sempre falo que o Nintendo DS é o console onde os jogos inovadores aparecem. Mas Crush prova que o PSP também pode ser uma plataforma inovadora. Dead Head Fred, que eu apresentei aqui, foi um dos jogos mais diferentes que eu vi no PSP, talvez junto com LocoRoco. Crush junta-se a esses nomes, por não ter um gênero definido e ser extremamente divertido.

É uma mistura de puzzle com plataforma. Mas isso nem começa a descrever o que é o jogo. Ele possui um enredo interessantíssimo, e o seu personagem está, na verdade, resolvendo os puzzles para resolver seus próprios problemas inconscientes, literalmente esmagando (crushing) os problemas. E mesmo com um enredo tão interessante, a jogabilidade ainda brilha mais que a história.

O interessante de Crush é que ele altera o cenário entre 2D e 3D ao toque de um botão. Certas coisas você só pode fazer com o cenário em duas dimensões, enquanto outras coisas só funcionam em um campo tridimensional. O legal é que você muda de dimensão á hora que quiser, podendo manipular o ambiente da forma que achar melhor. É um recurso que fica visualmente impressionante e extremamente divertido de jogar. O puzzle mais original que vi nos últimos tempos.

Julgamento final: Totalmente recomendado para quem gosta de puzzles, pois tem aquela qualidade obsessiva e viciante dos melhores jogos desse gênero. Se você não gosta de puzzles pense duas vezes; apesar das screenshots, ele não é um jogo de ação e nem de plataforma.

Fast-food Reviews 011: Nintendo DS

Games sábado, 06 de outubro de 2007 – 3 comentários

Não sabe como funcionam essas reviews? Veja a introdução aqui.

Kurupoto Cool Cool Stars

Joguinho motherfucker sem-vergonha

Eu sempre gosto de dar uma olhada nesses joguinhos puzzle, por mais bizarros que eles pareçam á primeira vista. Foi por causa desse espírito aventureiro que descobri jogos como Picross, do qual eu já falei aqui.

Infelizmente a maioria dos jogos puzzle é uma desgraça. Os Meteos e Lumines que consigo garimpar de vez em quando são a exceção. Mas fazem valer a pena a encheção de saco que é a busca.

Kurupoto é um puzzle a ser evitado; já começa pelo tema e design extremamente infantis: as estrelas caíram do céu e você tem que resolver puzzles para ajudar elas a voltarem e formarem constelações. Seria fácil ignorar a história se o jogo fosse legal, mas não é. Você simplesmente gira a tela com o L e o R enquanto tenta fazer uma bolinha chegar até um alvo, evitando blocos que rolam pela tela impedindo de chegar até o objetivo. Depois de 10 minutos fica bastante repetitivo, e você pára de pensar para resolver os puzzles, simplesmente girando a tela até a bolinha chegar lá. O jogo com certeza é voltado para iniciar crianças pequenas e um pouco burras nas artes dos puzzles.

Julgamento final: Ignore.

Freshly Picked Tingle’s Rosy Rupeeland

Capitalismo homo-afetado

Tingle é um personagem peculiar dos jogos Zelda; meio homossexual e afetado, e como se isso não bastasse, ainda veste um colant verde. Bom, podia ser um colant rosa, né? As coisas sempre poderiam ser piores, então é melhor não reclamar.

Freshly Picked… é um rpg bizarro baseado em um personagem homo-afetado. Apesar da premissa um pouco estranha, eu gostei do jogo. Ele tem personalidade, o que, no fim das contas, é o que eu procuro nos jogos ultimamente. Já não me interessam mais os clones de jogos existentes, eu quero ver coisas diferentes. E nesse jogo tudo é diferente, desde o estilo de jogo, passando pelos personagens, até os objetivos do enredo, que sempre incluem as rupees (o dinheiro em Zelda) de algum modo. O jogo é tão capitalista que você paga até pra FALAR com os outros personagens do jogo. Você paga pra tudo, até pra apanhar: quando você entra em alguma batalha e é atingido, você perde um certo número derupees, ao invés de perder parte de uma barra de energia.

Um jogo esquisito, que chama a atenção mais pelos elementos bisonhos e capacidade de surpreender o jogador do que propriamente por uma jogabilidade excepcional. Me pareceu um jogo experimental, para forçar mesmo os limites tradicionais de um rpg. E dentro desse objetivo ele é bem sucedido. Se você quer um RPG mais tradicional, fique mesmo com o The Legend of Zelda: Phantom Hourglass, do qual vou falar no próximo Fast-Food de DS.

Julgamento final: Indicado para jogadores mais maduros, que já viram muita coisa em termos de RPG. Vale mais pelas surpresas do que pela jogabilidade.

Crash of the Titans

A volta inesperada do mascote cheirado da Sony

Olha só quem voltou aos consoles: Crash Bandicoot, o mascote da Sony! Que irônico ver esse personagem no DS. Foi mais ou menos o mesmo choque de ver Sonic pela primeira vez em um console da Nintendo.

Peguei o jogo sem muitas expectativas, pois sabia que o desenvolvedor do jogo não era a Naughty Dog, responsável pelos jogos incríveis de Crash no Playstation. Mas por mais que eu não quisesse gostar do jogo, acabei me rendendo. Felizmente os desenvolvedores não tentaram fazer um port maquiado de algum dos Crashs originais, e fizeram algo que é ao mesmo tempo inovador e familiar aos fãs da série. Você ainda segue por um cenário 3D bastante limitado e ainda é um jogo de plataforma, coisas que me agradam. Mas os desenvolvedores implantaram também maneiras novas de interagir com os inimigos, e agora você pode capturá-los e montar neles, utilizando então as habilidades próprias de cada um.

Também é possível fazer upgrade das habilidades de Crash e utilizar itens de recuperação ou modificação de status durante as fases, bastando tocar com a caneta em algum dos itens no seu estoque. Você pode dar uma parada e recuperar energia, por exemplo, sem ficar dependendo de encontrar ou não o item durante a fase. Achei uma implementação muito interessante, considerando o estilo do jogo. Além disso, o design das fases ficou criativo e até bonito, dentro das limitações do DS para lidar com 3D. Cheguei mesmo a sentir um déja-vu de Playstation 1 no ar. A sensação de nostalgia só não foi completa porque o direcional do DS é infinitamente pior do que o Dual Shock do Playstation.

Julgamento final: Garante umas horinhas de diversão, mesmo que você não seja fã do Crash. Totalmente indicado para quem jogava Crash no Playstation e gostava.

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