O Reino Proibido (The Forbidden Kingdom)

Cinema quinta-feira, 28 de agosto de 2008 – 5 comentários

Um adolescente americano obcecado com os filmes clássicos de kung-fu faz uma extraordinária descoberta em uma pequena loja de penhores em Chinatown: o lendário bastão de monge, a arma perdida do sábio guerreiro, o Rei Macaco. Com a relíquia em mãos, o adolescente é inesperadamente levado ao incrível Reino Proibido. E na companhia dos mais poderosos guerreiros, segue na perigosa missão para libertar O Rei Macaco e devolver a harmonia ao povo da Montanha dos Cinco Elementos.

Clichezão, hein? Filmes de kung-fu costumam ser meio repetitivos, fato. Mas que outro filme reuniu Jackie Chan e Jet Li? Só isso já faz com que o filme precise ser visto. Mas ele não só precisa, como merece ser visto. Porrada entre os dois macacos chineses. Porrada dos dois lutadores contra terceiros. Piadinhas marotas. E os dois ensinando um moleque a lutar kung-fu.

Claro que tem toda uma história, com o moleque, Jason, que é um viciado em filmes de kung-fu de Hong Kong. Ele vai todo dia na loja de penhores de Hop ver se consegue algum filme que não tenha visto pra sua coleção. Como ele já é amigo do velho Hop, ele sai fuçando pela loja, como sempre, até se deparar com um bastão, o qual o dono da loja conta a história: Ele ganhou de seu pai, que ganhou do pai dele, na espera do verdadeiro dono vir busca-lo.

Jackie Chan rasta? WTF?

Só que, por um acaso do roteirista destino, Jason acaba entrando num rolo quando os valentões [Porque sempre tem que ter um valentão?] resolvem assaltar a loja. Então, no meio do assalto, ele é mandado junto com o bastão para a China imperial, ou algo assim. E lá encontra Lu Yan, um viajante que o salva diversas vezes. E os dois vão, tentar levar o bastão de volta ao dono, se juntando à Pardal Dourado e ao Monge Silencioso, que não é tão silencioso assim.

“Sim, eu faço piadinhas!”

Ah, sim, é contada a história do Rei Macaco também, claro. Ele foi enganado pelo Guerreiro de Jade por acreditar que a luta entre os dois seria justa, sem magias nem nada, e foi transformado em pedra. Só que, antes de ser transformado, ele mandou o bastão pra bem longe, pra evitar que o Guerreiro ficasse com a bagaça. Então, depois de muito se porrar com os soldados, e de Jason aprender bastante kung-fu, a ponto de se achar que pode ganhar do Guerreiro, eles conseguem devolver a arma pro Rei. Claro que tem uma surpresa/reviravolta/chame como quiser, o fato é que cê fala: “Porra, como eu não pensei nisso ANTES?”. Pelo menos comigo foi assim. E, apesar de ser previsivel em partes, o filme é muito, MUITO bom mesmo. Faz tudo o que se propôs, e até mais. Mas pra saber esse mais [Que é bastante coisa], cê vai ter de ir no cinema.

“Tão olhando o que? Vão ver o filme logo!”

Porra, o filme é muito bom. Pra quem gosta, claro. Se você quer ver algo profundo e que te faça pensar, cê tá na sessão errada. Esse filme é pra quem gosta de lutas mentirosas acontecendo, com um só cara derrubando todos os soldados que aparecem.

O Reino Proibido

The Forbidden Kingdom (113 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: Rob Minkoff
Roteiro: John Fusco
Elenco: Jackie Chan, Jet Li, Michael Angarano, Bingbing Li, Yifei Liu, Juana Collignon, Morgan Benoit, Jack Posobiec, Thomas McDonell, Zhi Ma Gui

Estréias da semana – 29/08

Cinema quinta-feira, 28 de agosto de 2008 – 3 comentários

Trovão Tropical (Tropic Thunder)
Com: Jeff Kahn, Robert Downey Jr., Anthony Ruivivar, Jack Black, Jay Baruchel, Brandon T. Jackson, Ben Stiller, Eric Winzenried, Steve Coogan, Valerie Azlynn
Cinco atores tão gravando um filme de guerra, e acabam entrando numa guerra de verdade. Mas não se engane, é uma comédia. E das boas, ao que parece.

O Reino Proibido (The Forbidden Kingdom)
Com: Jackie Chan, Jet Li, Michael Angarano, Bingbing Li, Yifei Liu, Juana Collignon, Morgan Benoit, Jack Posobiec, Thomas McDonell, Zhi Ma Gui
Um moleque que viaja nos filmes de kung-fu encontra uma arma lendária que pertenceu ao Rei Monkey numa loja de penhores. Ai ele é teleportado pra China antiga, onde tem a ajuda de um viajante e de um monge pra devolver a arma ao seu verdadeiro dono, que derrotará o Guerreiro de Jade. Não fez muito sentido? E dai? Tem Jackei Chan e Jet Li, lutando entre si e juntos!!!

Uma Mãe para o Meu Bebê (Baby Mama)
Com: Amy Poehler, Tina Fey, Greg Kinnear, Dax Shepard, Romany Malco, Sigourney Weaver, Steve Martin, Maura Tierney, Stephen Mailer, Holland Taylor
Kate Holbrook tem 37 anos, uma carreira foda e quer um bebê, mas descobre que é infértil. Contrata então Angie Ostrowiski para ser sua “barriga de aluguel”, só que de uma hora pra outra a grávida aparece e diz que não tem onde morar. E no fim todos tem sua lição de moral e vivem felizes para sempre.

O Nevoeiro (The Mist)
Com: Thomas Jane, Jay Amor, Kevin Beard, Andre Braugher, Gregg Brazzel, Dodie Brown, Taylor E. Brown, Julio Cedillo, Derek Cox-Berg, Kip Cummings
Vários tipos diferentes ficam presos num supermercado, por conta de um nevoeiro que liberta criaturas abissais do fundo da mente de Stephen King. Mortes bizarras garantidas.

Shortbus (Shortbus)
Com: Sook-Yin Lee, Paul Dawson, Lindsay Beamish, PJ DeBoy, Raphael Barker, Peter Stickles, Jay Brannan, Alan Mandell, Adam Hardman, Ray Rivas
Comédia-padrão onde vários jovens de Nova York encontram-se numa espécia de clube do sexo com o nome de Shortbus. Como por exemplo a terapeuta sexual que nunca teve um orgasmo e recebe a ajuda de uma dominatrix.

Os Desafinados (Os Desafinados)
Com: Rodrigo Santoro, Cláudia Abreu, Selton Mello, Ângelo Paes Leme, Jair de Oliveira, André Moraes, Alessandra Negrini, Michel Bercovitch, Renato Borghi, Vanessa Gerbelli
História alternativa pra contar o início da Bossa Nova: Na década de 1960, cinco amigos músicos formam uma banda chamada ”Os Desafinados” em meio ao conturbado processo político do Brasil, e vão para Nova York, com o sonho de tocar no Carnegie Hall. Lá, conhecem a filha de um brasileiro com uma americana, que se junta ao grupo.

U2-3D (U2-3D)
Com: U2 [Dã]
Redução de 85 minutos dos shows feitos no Brasil, na Argentina, no México e no Chile durante a turne “Vertigo”, do U2. Pra quem é fã é um prato cheio, ver a banda tocando ao vivo em três-dê. Pra quem não é, bom… Tem outras coisas passando.

Um Crime Americano (An American Crime)

Cinema quinta-feira, 21 de agosto de 2008 – 7 comentários

Um Crime Americano é baseado na história real que chocou a nação em 1965. O filme reconstrói um dos crimes mais chocantes já cometidos a uma só vítima. Sylvia e Jennie Fae Likens, as duas filhas de um casal, que trabalha em um parque de diversões, são deixadas para uma estadia demorada em Indianápolis, na casa Gertrude Baniszewski, uma mãe solteira com sete crianças. Tempos difíceis, e as necessidades financeiras de Gertrude, obrigam-na a fazer este arranjo antes de perceber como esta obrigação levará sua natureza instável a um ponto de ruptura e horror.

Filmes de tortura já são meio revoltantes. Filmes de tortura de garotinhas bonitinhas, como a Juno [A Ellen Page, não o atillah] são muito revoltantes. Mas um filme de tortura de garotinhas por uma véia FDP e um monte de pirralho, baseado em fatos reais, é o que?

Tudo começa mostrando a vida de Sylvia Likens e sua irmã, Jennie, filhas de um casal que trabalha em feiras estaduais, aquelas feiras americanas que vocês provavelmente já viram nos Simpsons. Acontece que, como eles viajam muito, não tem com quem deixar as filhas, mesmo elas não querendo ficar com ninguém, mas acompanhar os pais. A mãe de Betty, avó das meninas, chega a ser considerada, mas sabe-se lá porque descartaram a idéia. E acabam deixando as filhas com Gertrude Baniszewski, que já tem outros trocentos filhos, por uma módica quantia de 20 doletas por mês. Acontece que Gertrude é uma doida varrida, que tem um senso próprio de verdade e justiça. Quando um dos pagamentos atrasa, por exemplo, ela resolve punir as duas, como se fosse culpa delas.

“Eu te espanquei, mas não é nada pessoal, você sabe, né?”

Mas Sylvia e Jennie fazem amigas, como Paula, que até conta um segredo para Sylvia, que essa usa pra salvar a amiga em determinado momento. Isso devia ser bom, certo? Mas não é. Paula fica putinha, e resolve falar pra mãe que Sylvia anda espalhando “mentiras” sobre ela. E quem é a mãe de Paula? Yeah, Gertrude. Que basicamente deixa as duas se estapearem no meio dos outros moleques. Quando a “boataria” [Já que não é nenhuma mentira] começa a rolar mais pesada, Gertrude resolve punir a garota de um modo mais exemplar: Oficialmente, manda-la para um reformatório. Mas na verdade ela é trancada no porão de Gertrude. E começa a ser torturada por Gertrude. Até que a véia se cansa, e começa a supervisionar as torturas feitas pelas crianças. E puta que pariu, como você fica com raiva desses pivetes. Eles fazem coisas extremamente cruéis sem a menor pena ou remorso.

O filme é praticamente todo baseado nos depoimentos do julgamento. E é lá que você vê a loucura de Gertrude. Ela foi a última a depor, depois de todos os seus filhos. Todos concordaram que Sylvia foi torturada, por todos eles, e sem motivo aparente. Menos Gertrude, que insiste que todos lá são mentirosos, inclusive seus filhos. Ela alega que Sylvia era uma péssima garota, que era má, coisa que você vê que não é verdade no decorrer do filme. E não há muito mais o que falar do filme sem estragar tudo. Mesmo que você saiba como vai terminar, vá ver. Se não sabe nada sobre ele, vá ver também, mas não pesquise sobre. Quanto menos você souber, melhor.

“Meritíssimo, a ré é uma FDP…”

Mas não recomendo que você vá ver se tiver estômago fraco ou for sensível. As torturas são gratuitas e agressivas. O filme é, com o perdão do clichê, um tapa na cara, principalmente de religiosos. Do espectador, de modo figurado, é claro. Sylvia sofre de outras maneiras. Ou tinha tapa também? Não me lembro, muitas torturas em um curto periodo de tempo…

Um Crime Americano

An American Crime (92 minutos – Drama)
Lançamento: EUA, 2007
Direção: Tommy O’Haver
Roteiro: Tommy O’Haver, Irene Turner
Elenco: Ellen Page, Catherine Keener, Hayley McFarland, Ari Graynor, Evan Peters, Bradley Whitford, Hannah Leigh Dworkin, Scout Taylor-Compton, Carlie Westerman, Nick Searcy

Reflexos da Inocência (Flashbacks of a Fool)

Cinema quinta-feira, 21 de agosto de 2008 – 6 comentários

Joe Scot (Daniel Craig) é um astro de cinema em crise, que vive uma vida sem regras a base de excessos como alcool, drogas e sexo. A notícia repentina da morte de seu melhor amigo de infância leva o ator, perdido em sua realidade, voltar a um passado que lhe incomoda, devido a algumas passagens vividas durante a adolescência agitada e cheia de loucuras para a época. Amores perdidos e proibidos além de decisões tomadas repentinamente tornam difícil a volta para a cidade natal.
Agora será necessário enfrentar uma realidade que o colocará frente a frente o passado jamais esquecido e um presente com caminhos tão errados quanto os tomados quando jovem.

Parece filme cabeça, certo? Pois não é. Por increça que parível, o filme é divertido, e ao mesmo tempo, é um filme FDP. Por que FDP? Continua lendo ae, caraio.

Uma das primeiras cena é extremamente foda. Um menage [!] com duas gostosas e Joe. Só que ele não guenta muito, e as duas vão embora aloprando o cara.
Nisso chega sua secretária, Ophelia, que tá cansada de limpar as cagadas que o chefe faz. E quem não ficar puto de chegar no trabalho todo dia e encontrar o chefe estirado, com a BUNDA BRANCA pra cima, em um ambiente infecto? Só sua mãe, que limpa seu quarto. Depois de negociar uma encomenda de pó, ele recebe uma ligação da mãe, avisando que seu amigo de infância, Boots, morreu. Do nada. Sem razão ou motivo aparente.

Bateu as botas. Sacou?

Abalado com essa morte, ele vai tratar de negócios com seu agente e um diretor num almoço de negócios. O diretor o corta do filme, ele fica puto com o agente e os dois batem boca. Por fim, ele vai pra praia e se joga no mar, se perdendo em lembranças enquanto bóia por ae.
São as lembranças da adolescência de Joe, na Inglaterra. Quando era um bom garoto, que gostava de David Bowie e outros cantores estranhos da estranha década de 70.

Mas é ai que o filme começa a ficar interessante, já que mostra como o bom garoto se transformou num FDP de marca maior. Você acompanha a trajetória do moleque fazendo o que moleques fazem melhor: Cagadas que vão marcar sua vida. Coisas que não devia ter feito e fez, coisas que devia ter feito e não fez. Consequências. Eu cheguei a pensar, boa parte das vezes: “Caraio, não é que é? Eu sou reflexo do que eu fiz e deixei de fazer.” Cê fica puto com a cara de pau do pirralho, com a idiotice, e ao mesmo tempo se identifica, porque faria algumas coisas do mesmo jeito.

Não parece, mas ele é boa. Muito boa.

Menção honrosa: Evelyn, gordinha muito foda. Ela é casada, mas fica tentando o jovem Joe. E consegue. Afinal, que garoto de 15 anos ia recusar uma gostosa, mesmo que ela fosse casada? Cê recusava? Tanga.
Inclusive, por conta de uns chupões, ele se ferra com Ruth, uma gostosinha que ele tava a fim.
O problema é que, mesmo ninguém descobrindo o rolo, ele teve consequências desastrosas [Fora a bota de Ruth] na vida de Joe. Tanto que foi o gatilho de um evento que o levou até onde ele está. E não, eu não vou contar, o filme é bom e cês deviam ir ver.

Depois dessas lembranças todas, ele vai até o funeral do seu amigo. E lá encontra a mulher de Boots, Ruth!
Sim, ela se casou com Boots, porque Joe tava muito ocupado fazendo outras coisas. Mas não isso que você pensou, seu sujo.
Joe até tenta uma aproximação, mas Ruth meio que recusa. Talvez pelo que ele fez no passado. Joe então faz o que poderia fazer. O que? Cê acha que eu vou spoilerzar? Não quero ser linchado!

Ah, os anos 70

O que me irritou foi que não houve uma conclusão, no final. Quer dizer, o filme se concluiu, mas a história ficou devendo algumas explicações. Mas tudo bem. Nem sempre a vida nos explica as coisas mesmo.

Reflexos da Inocência

Flashbacks of a Fool (124 minutos – Drama)
Lançamento: Inglaterra, 2008
Direção: Baillie Walsh
Roteiro: Baillie Walsh
Elenco: Daniel Craig, Harry Eden, Eve, Miriam Karlin, Jodhi May, Helen McCrory, Olivia Williams, Felicity Jones, Keeley Hawes, Sid Mitchell

Estréias da semana – 22/08

Cinema quinta-feira, 21 de agosto de 2008 – 4 comentários

O Procurado (Wanted)
Com: James McAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie, Terence Stamp, Thomas Kretschmann, Common, Kristen Hager, Marc Warren, David O’Hara, Konstantin Khabensky
Wesley Gibson é um bundão. Um merda. Um nada. Quase um théo. 25 anos nas costas, criado pela mãe, depois do assassinato do pai. Até que Wes conhece Fox, uma assassina da Fraternidade, e por acaso uma gostosa de primeira. Fox vai treinar o moleque pra ser um assassino fodão da Fraternidade. E pra vingar a morte do pai. Filme baseado [E não adaptado, VSF] na série Wanted, criada por Mark Millar e J.G. Jones.

Reflexos da Inocência (Flashbacks of a Fool)
Com: Daniel Craig, Harry Eden, Eve, Miriam Karlin, Jodhi May, Helen McCrory, Olivia Williams, Felicity Jones, Keeley Hawes, Sid Mitchell
Joe é um ator famoso, cheio da grana e babaca que recebe a notícia de que seu melhor amigo de infância/adolescência morreu. Por conta disso, volta à sua cidade natal para o funeral, entra em parafuso e começa a se lembrar de acontecimentos do passado.

Um Crime Americano (An American Crime)
Com: Ellen Page, Catherine Keener, Hayley McFarland, Ari Graynor, Evan Peters, Bradley Whitford, Hannah Leigh Dworkin, Scout Taylor-Compton, Carlie Westerman, Nick Searcy
Vocês podem ler a descrição do Eric, se quiserem. Mas ele é noob. Tanto que o filme só estréia agora, no fim de Agosto.
Enfim, em 1965, Sylvia e Jennie Fae Likens, filhas de um casal que trabalha naquelas feiras estaduais americanas, são deixadas pelos pais com Gertrude Baniszewski, uma nativa de Indianápolis. Não de graça, é claro. Só que Gertrude é uma maluca, que acha que pode castigar as filhas dos outros, torturando até a morte.

Mandela – A Luta pela Liberdade (Goodbye Bafana)
Com: Joseph Fiennes, Dennis Haysbert, Diane Kruger, Shiloh Henderson, Tyrone Keogh, Patrick Lyster, Faith Ndukwana, Mehboob Bawa, Garth Breytenbach, Adrian Galley
Um carcereiro branco, racista e sul-africano, em plena época de apartheid, conta a história de sua convivência com um prisioneiro negro que ele vigiou por trinta anos: Nelson Mandela.

Nossa Vida Não Cabe Num Opala

Cinema quinta-feira, 14 de agosto de 2008 – 2 comentários

Nossa Vida Não Cabe Num Opala acompanha um patriarca de classe média baixa paulistana, recém-falecido, que, sem se dar conta, assiste à luta pela sobrevivência de seus quatro filhos e ao desmantelamento familiar. Os quatro irmãos Castilho se equilibram entre a ilusão do sucesso e a aspereza do mundo real.

Com uma sinopse dessas, esse filme parece uma grande bosta, não? Vamo lá, podem admitir. Ainda mais se tratando de filme brasileiro. É foda, não costuma sair muita coisa que preste. Pelo menos eu acho isso.

Mas eu bem que achei que o filme é bonzinho.

O filme mostra a família de Oswaldão, que morreu recentemente. Nela já não havia mãe há muito tempo, e agora sem pai, os 4 irmãos tem de se virar pra conseguir sobreviver. Assim como o pai, Monk [O irmão mais velho, e mais responsável] e Lupa [Irmão do meio, totalmente sem noção] são puxadores de carro, caminho que Slide [O irmão mais novo] pretende seguir também, apesar de não ter a menor habilidade. A irmã, Magali, toca teclado numa churrascaria, e vive sendo assediada por todo tipo de zé ruela.
Inclusive por Gomes, empresário de boxe e dono do desmanche para quem o pai vendia os carros roubados, por conta de uma dívida, que inclusive não foi paga, o que obriga os filhos a se submeterem ao puto. Inclusive, em uma tentativa de roubo, Dercy Gonçalvez faz uma aparição hilariante, sua última no cinema.

“Enche o tanque, campeão!”

A relação entre os irmãos também é explorada. Monk vive com uma garrafa de whiskey na mão, totalmente largado. Lupa é um total sem noção, mas ótimo puxador de carros. Slide não tem a mesma manha, e com isso se ferra bonito, por tentar ser ladrão. Magali, a única que tem um trabalho honesto, não o aguenta mais, por conta de tanta pentelhação de bebum na seca. Todos estão na merda, e nem por isso se afastam. É uma relação de irmãos como quase toda, onde um enche o saco do outro, só pelo prazer de irritar, mas quando necessário, faz o que pode pra ajudar/proteger a família.
O único problema é Gomes: É um fiadaputa de marca maior, que, não contente em encher o saco da irmã, vive querendo foder os irmãos, pagando pouco pelos carros roubados, ou tentando jogar um contra o outro.
Oswaldão, mesmo morto, aparece bastante. Pelo menos uma vez pra cada filho, tentando se explicar, se justificar, e também mostrar uma alternativa, um caminho que preste. Caminho esse que nem sempre é possivel trilhar.
A mãe dos caras, [que não tem nome] numa pequena aparição, mostra que, mesmo tendo ido pro hospício, não esqueceu daquela molecada.
Sílvia, a mulher com quem os três irmãos saem, e que molda a história que conta conforme se desenrola a trama, é uma bela metáfora pra repetição da vida: A mesma oportunidade [Ou danação] se mostra para os três, com leves disfarces e ajustes.
O enredo é denso, e usa bastante de “flashbacks ao contrário”, ou seja, de cenas que podem acontecer no futuro. Não que todas realmente aconteçam. E mostra algo interessante: Uma visão, muito restrita, de que as ações de cada personagem, mais do que influenciar a si mesmo, influenciam todos ao seu redor, numa simplificação da teoria do caos.
A trilha sonora, feita por bandas independentes nacionais, principalmente sulistas, colabora para dar o tom do filme: Pessimista porém rápido, sem tempo pra reflexões profundas, porque a vida não vai parar pra te esperar.

“Puta que pariu! Morri, caralho!”

Conclusão: O filme diverte e prende. Não é a melhor maravilha do mundo, mas tem humor e drama bem balanceados, fazendo rir para quebrar o peso de determinadas situações. Você vai passar raiva, mas isso é bom, já que é a idéia do filme: Não é um filme da Disney, os vilões muitas vezes ganham no mundo real.

Nossa Vida Não Cabe Num Opala

Nossa Vida Não Cabe Num Opala (104 minutos – Drama)
Lançamento: Brasil, 2007
Direção: Reinaldo Pinheiro
Roteiro: Di Moretti, baseado em peça de Mário Bortolotto
Elenco: Leonardo Medeiros, Milhem Cortaz, Gabriel Pinheiro, Maria Manoella, Jonas Bloch, Maria Luísa Mendonça, Paulo César Pereio, Dercy Gonçalves, Marília Pêra

Quebrando Regras (Never Back Down)

Cinema quinta-feira, 14 de agosto de 2008 – 4 comentários

Situado no agitado mundo das artes marciais, o filme conta a história de Jake Tyler, um garoto durão que precisa aprender que na vida cada um tem a sua luta. Para Jake – nascido em Iwoa -, Orlando parece um paraíso. Chamado de “o garoto novo” com seu jeito calado e suas roupas de lenhador, Tyler não está fazendo muitos amigos, mas isso não o incomoda. Quieto e isolado, ele sofre silenciosamente a recente morte do pai. Porém, não demora muito até que o passado conturbado voltar a perturbá-lo.

Depois de ver uma sinopse dessas, o que você esperaria do filme? Nada que preste, certo? Pois você está errado!!!

A cena inicial mostra um jogo de futebol americano com Jake ferrando com o outro time. Até ai tudo bem, já que essa é a função dele. Mas quando um dos adversários o provoca, falando de seu pai recentemente morto, o futebol é ignorado, e o campo vira um ringue, mas o round termina em nocaute rapidamente. Jake tem a mão pesada. Como seu irmão ganhou um tipo de bolsa pra jogar tênis em Orlando, os dois se mudam para lá, juntamente com a mãe.
Chegando lá, ele vai pra escola local. Por ser de Iowa, é considerado meio caipira, e não se enturma. E ai começa a treta. Numa típica cena loser, o moleque vai almoçar na arquibancada do campo, e na volta encontra um grupinho vendo dois moleques se estapearem. Jake ajuda o que tá apanhando, mas é escurraçado, por que ele não quer ajuda. Tá apanhando porque gosta tá numa espécie de clube de luta.

KD PEITO, BAJA? KD?

Ai começa a putaria: Ele acha que Baja tá dando bola pra ele, mas ele não sabe que a loira é namorada de Ryan, o mané bom de briga. Ela convida o roceiro pra ir numa festa, e ele fica se achando, pensando que conquistou a gostosinha. Mas chegando lá, ele descobre que era tudo uma arapuca pra fazer ele lutar, já que um vídeo de sua ação no campo de futebol tá rodando a internet. O cara se recusa a lutar, mas Ryan usa o mesmo estrategema [Ó, falei bonito] que foi usado no futebol: Falar do papai do moleque. Com isso, ele se emputece, vai pra cima e apanha legal. Apanha MESMO, já que ele se recusa a desistir e só para quando desmaia.
Então, Max, também conhecido como “o moleque que tava apanhando e ele tentou ajudar”, o leva pra casa e indica um lugar pra treinar: a academia de Jean Roqua.
A partir dai, por um bom tempo, o filme se torna uma versão teen de Rocky. Treinamento, treinamento foda, treinamento do caralho, até que o moleque fica fodão no Jiu Jitsu.

“Pra dançar créu, tem que ter disposição!

Com o treinamento, ele fica amigo do negão, que é brasileiro e treinou com os Gracie [Pra quem não sabe, a família Gracie é sinônimo de Jiu Jitsu no mundo todo]. Eles criam um vínculo de amizade e Roqua meio que vira o pai que Jake não tem mais. Só que chega uma hora que o baitola Ryan, depois de tanto ouvir que Jake treinou e tá fodão e blá blá blá, quer uma nova luta com ele. Só que uma das regras de Roqua é: Não faça xixi no tatame! Não lute fora do ringue, ou sem regras, ou algo assim. Só que o loiro com cara de cu usa de métodos sujos pra convencer o outro a lutar. E se eu contar mais, é capaz de vocês encherem o saco por spoiler, pra variar. Sem contar que, como é previsivel, ele fica com a loirinha no final, o vilão não é mais tão vilão e todo mundo tá feliz, resolvendo seus problemas. Bem Malhação, mesmo.

“Tá de castigo, moleque…”

Quebrando Regras, por mais clichê que pareça [E até seja], é um filme legal, que faz o que se propoe, e até mais. Talvez porque eu goste de pancada comendo solta e de histórias de superação. Mas filme brainless é pra isso mesmo, pra não pensar, só sentir. [UI!]

Quebrando Regras

Never Back Down (110 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, 2008
Direção: Jeff Wadlow
Roteiro: Chris Hauty
Elenco: Sean Faris, Amber Heard, Cam Gigandet, Evan Peters, Leslie Hope, Djimon Hounsou, Wyatt Smith, Affion Crockett, Neil Brown Jr., Lauren Leech

Estréias da semana – 15/08

Cinema quinta-feira, 14 de agosto de 2008 – 2 comentários

Star Wars: The Clone Wars (Star Wars: The Clone Wars)
Com: Samuel L. Jackson, Grey DeLisle, Anthony Daniels, Matt Lanter, Tom Kane, Corey Burton, Ian Abercrombie, Ashley Drane, Matthew Wood
Animação que conta o que aconteceu entre os episódios II [O Ataque dos Clones] e III [A Vingança dos Sith], o filme é basicamente os três primeiros episódios da nova série animada do Cartoon Network, ou seja, conta a mesma merda que vai passar na TV em breve.

Quebrando Regras (Never Back Down)
Com: Sean Faris, Amber Heard, Cam Gigandet, Evan Peters, Leslie Hope, Djimon Hounsou, Wyatt Smith, Affion Crockett, Neil Brown Jr., Lauren Leech
Um brigão transferido tenta ficar em paz na nova escola, mas é atraido por uma moça numa arapuca para entrar num clube secreto de luta. Depois de tomar uma coça, resolve treinar pra arrebentar o palhaço que capotou ele. Mistura de Karatê Kid com Rocky.

Zohan – O Agente Bom de Corte (You Don’t Mess with the Zohan)
Com: Adam Sandler, John Turturro, Emmanuelle Chriqui, Nick Swardson, Lainie Kazan, Ido Mosseri, Rob Schneider, Dave Matthews, Michael Buffer, Charlotte Rae
Zohan era um agente secreto do Mossad [agência de inteligência israelense], até se cansar e forjar sua morte, pra voltar com uma nova [E maravilhosa] identidade: Emmanuelle Chriqui, uma moçoila um famoso cabeleireiro de Nova York que atende a personalidades como a cantora Mariah Carey.

Cashback (Cashback)
Com: Sean Biggerstaff, Emilia Fox, Shaun Evans, Michelle Ryan, Stuart Goodwin, Michael Dixon, Michael Lambourne, Marc Pickering, Frank Hesketh, Erica Ellis
Ben é um estudante de Artes que tem insônia desde ter sido chutado pela namorada, e por isso arruma um bico noturno num supermercado. Ali encontra vários tipos de doidos que fazem pulsar sua veia artística. Em seus devaneios, ele para o tempo para apreciar cada cena interessante que capta, principalmente Sharon, uma tímida caixa que trabalha com ele e que talvez tenha a solução para sua seca insônia.

Nossa Vida Não Cabe Num Opala (Nossa Vida Não Cabe Num Opala)
Com: Jonas Bloch, Milhem Cortaz, Dercy Gonçalves, Maria Manoella, Leonardo Medeiros, Maria Luisa Mendonça, Marília Pêra, Paulo César Pereio, Gabriel Pinheiro, Adilson Rodrigues
Pai de família desajustada morre, deixando 4 filhos perdidos no mundo. O que não o impede de tentar ajuda-los. Não que adiante muito, já que os filhos são umas antas.

Show de Bola (Show de Bola)
Com: Luís Otávio Fernandes, Thiago Martins, Lui Mendes
Um carioca quer ser jogador de futebol profissional [Que novidade], mas vive numa favela violenta [Que novidade], e tem de mudar seus planos depois de cometer um crime [Que novidade].

Olho de Boi (Olho de Boi)
Com: Genésio de Barros, Gustavo Machado, Angelina Muniz, Cacá Amaral
Filme sem pôster que mostra Modesto, que se embrenha na mata com Cirineu, para atestar se Evangelina, mulher do primeiro, está mesmo o traindo com seu irmão, numa releitura improvavel de Édipo Rei em plena caatinga.

Estréias da semana – 08/08

Cinema quinta-feira, 07 de agosto de 2008 – 7 comentários

Encarnação do Demônio (Encarnação do Demônio)
Com: José Mojica Marins, Débora Muniz, Milhem Cortaz, Jece Valadão, Luís Melo, Rui Resende, José Celso Martinez Corrêa, Raymond Castile, Giulio Lopes, Eduardo Chagas
Zé do Caixão está de volta, na continuação que demorou mais tempo que você assumir que é tanga, tentando procriar e fazer seu filho perfeito. Será que ele encontrará uma mulher digna de levar adianta seu sangue? Ele ira conseguir se livrar dos fantasmas do passado? Ainda tem pãozinho no mercadinho ali da esquina?

Asterix nos Jogos Olímpicos (Astérix aux jeux olympiques)
Com: Gérard Depardieu, Clovis Cornillac, Benoît Poelvoorde, Alain Delon, Vanessa Hessler, Franck Dubosc, José Garcia, Stéphane Rousseau, Jean-Pierre Cassel, Elie Semoun
Asterix e Obelix descobrem as Olimpíadas, que acho que vocês já conhecem e é travada entre atletas gregos e romanos, e, só para chatear os romanos, decidem participar, já que possuem a poção que os torna invencíveis.

Violência em Família (Suburban Mayhem)
Com: Emily Barclay, Steve Bastoni, Laurence Breuls, Michael Dorman, Anthony Hayes, Geneviève Lemon, Robert Morgan, Susan Prior, Mia Wasikowska, Lawrence Aitchison
Katrina, que é mãe solteira de uma pirralha, quer porque quer matar o pai, já que o véio ameaça chamar a assistência social para levar a filha embora.

Lemon Tree (Etz Limon)
Com: Hiam Abbass, Doron Tavory, Ali Suliman, Rona Lipaz-Michael, Tarik Kopty, Amos Lavie, Amnon Wolf, Smadar Yaaron, Danny Leshman, Hili Yalon
Um filme chato pra caralho sobre uma dona de casa que vê seus limoeiros ameaçados pela mudança do ministro da Defesa de Israel para a casa ao lado.

O Grande Dave (Meet Dave)
Com: Eddie Murphy, Sherman Alpert, Allisyn Ashley Arm, Elizabeth Banks, Paul Basile, Karen Berg, Nick Berman, Marc Blucas, Jane Bradbury, Yvette Nicole Brown, Scott Caan
Um monte de mini-aliens pilota um Eddie Murphy robótico pra salvar seu planeta. Só que o robô começa a dar problemas, já que fica excitado com uma gostosa. Estranho seria se não ficasse.

Mais do que Você Imagina (My Mom’s New Boyfriend)
Com: Antonio Banderas, Meg Ryan, Colin Hanks, Selma Blair, Thomas Joseph Adams, Tom Adams, Aki Avni, Austin Barton, Barry Barton, Hannah Barton
Um agente do FBI recebe a nojenta missão de espionar a própria mãe com o namorado, já que eles são suspeitos de ter roubado um anel.

À Caçada (The Hunting Party)
Com: Lejla Hadzimuratovic, Terrence Howard, Richard Gere, Gordana Vukres, James Brolin, Sanela Seferagic, Damir Saban, Aleksandra Grdic, Jesse Eisenberg, Scott Anderson
Três jornalistas de TV manés vão em uma missão não-autorizada numa tentativa de encontrar o maior criminoso de guerra da Bósnia. Só que eles são confundidos com agentes da CIA e passam a ser perseguidos no meio do fogo cruzado.

Lemon Tree (Etz Limon)

Cinema quinta-feira, 07 de agosto de 2008 – 2 comentários

Salma, uma viúva palestina, vê sua plantação ser ameaçada quando seu novo vizinho, o Ministro de Defesa de Israel, se muda para a casa ao lado. A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do Ministro, e, por isso, precisam ser derrubados. Junto com o jovem advogado Ziad Daud, Salma resolve levar o caso à Suprema Corte de Israel e tentar salvar sua plantação. Sua determinação faz brotar o interesse de sua vizinha Mira Navon, esposa do Ministro, que é mantida isolada em sua nova casa e em sua vida infeliz. Apesar de suas diferenças, as duas desenvolvem um forte laço. Essa viagem pessoal de Salma a conduz por uma profunda, complexa, caótica e, por vezes, engraçada batalha, onde todos os envolvidos se encontram solitários em suas lutas pessoais pela sobrevivência.

Essa é a resenha do filme. Só de ler essa porra você já desanimou, certo? Pois é, eu também. Só que esqueceram de citar que o filme é chato. Muito chato. Realmente chato.
O filme começa mostrando a mulher, Salma, colhendo limões no seu limoeiral [Essa palavra existe?], que é de onde ela tira o sustento dela, blá blá blá. Ai aparece o ministro da Defesa, que vira seu vizinho, e com isso, os israelenses declaram que o filme é muito ruim aquele monte de pé de limão pode facilitar um atentado contra o ministro e sua familia, ou, no caso, sua mulher. Então, eles cercam o maldito bosque de limoeiros [Tou cansado de inventar sinônimos pra bosque de limoeiros] até uma decisão sobre o corte ser tomada, e impedem a muié de entrar lá. Só que ela continua entrando, porque os soldados são uns bunda-mole de coração de manteiga. Enquanto isso, a mulher do ministro, Mira Navon, sensibilizada com a história, dá uma declaração que ferra o marido, puxando a opinião pública pro lado da viúva. E então, sai a decisão: resolvem que haverá apenas uma “poda preventiva”, ou seja, diminuir o volume de folhagens, ou seja lá o que for. Só que, como a gente tá falando de políticos, ou seja, uns sacanas, no final cortam TODOS os limoeiros. Sim, isso é um spoiler. O que não é algo ruim, já que eu tou é te livrando de um filme ruim, se foder.

Olha a cara de tédio dos próprios atores!

Não consigo ver nada de bom no filme, no máximo você vai sair da sessão com vontade de tomar limonada. Ou de fazer uma bateria de limão. Ou enfiar um limão no rabo do diretor.
Recomendo que você vá apenas se tiver com um caso grave de insônia. Ou, como sempre, se você for um metido a entendedor de filmes cabeça.

Lemon Tree

Etz Limon (106 minutos – Drama)
Lançamento: Israel/ Alemanha/ França, 2007
Direção: Eran Riklis
Roteiro: Suha Arraf e Eran Riklis
Elenco: Hiam Abbass, Doron Tavory, Ali Suliman, Rona Lipaz-Michael, Tarik Kopty, Amos Lavie, Amnon Wolf, Smadar Yaaron, Danny Leshman, Hili Yalon, Linon Banares, Jamil Khoury, Makram J. Khoury, Loai Nofi, Ayelet Robinson

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