Popload, indies e música

Música sexta-feira, 05 de junho de 2009 – 0 comentários

Neste fim de semana acontece o Popload Gig, o festival que, teoricamente, promete preencher a lacuna de 2009 para grandes eventos musicais.

Como vocês sabem, nesse ano não teremos Tim Festival, Festival Terra, Claro Que É Rock nem nada parecido com isso.  continue lendo »

Matadouro 5 (Kurt Vonnegut)

Antípodas da Mente sexta-feira, 15 de maio de 2009 – 0 comentários

Pois é, mais uma daquelas loucuras habituais, que vocês já estão começando a se acostumar em me ver chamando de geniais.
No entanto, por mais que vocês não tenham gostado de nada que eu indiquei até agora, duvido que vocês não se sintam atingidos, de alguma forma, por este livro.
Matadouro 5 é uma história trágica escrita de forma hilariante. Ou poderia dizer uma história hilariante escrita de forma trágica.
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Pois então…

Antípodas da Mente sexta-feira, 08 de maio de 2009 – 0 comentários

Resolvi contar algo que vivi durante minha passagem pela Ásia.

Alguns amigos íntimos já sabem, mas vale a pena repetir que estudei durante cinco anos em um colégio interno na Índia. Na época meu pai era um empresário gorducho e metido da Embraer (isso foi logo antes dele ser acusado de desviar dinheiro e iniciar a decadência da minha família que terminaria com esse mesmo gorducho, agora 10 quilos mais magro, pendurado na cristaleira da sala com uma corda em volta do pescoço); portanto viagens eram freqüentes. continue lendo »

Do Inferno (Alan Moore)

Antípodas da Mente quinta-feira, 30 de abril de 2009 – 2 comentários

Muito se fala de V de Vingança. Muito se fala (agora principalmente com o filme) de Watchmen.
Inegavelmente, são as duas obras mais conhecidas de Alan Moore e aquelas que o tornaram mundialmente consagrado no mundo dos quadrinhos e, por que não, na literatura.

Alguns fãs admiram seu trabalho mais recente em Lost Girls e relembram a genialidade de A Piada Mortal.
Mas poucos falam de Do Inferno. Por quê?
Por conta da péssima adaptação hollywoodiana?
Por ser um tema menos popular aqui no Brasil? continue lendo »

Will Eisner no Sesc Vila Mariana (SP)

Antípodas da Mente quinta-feira, 23 de abril de 2009 – 0 comentários

Trata-se de uma resenha e de uma crítica.
Iniciada no dia 23/04, está sendo apresentada no Sesc da Vila Mariana a exposição Em Torno de Will Eisner, com curadoria de Álvaro de Moya.
A mostra, que dura até o dia 26/04, conta com material autografado, capas originais e conta um pouco da história do principal pioneiro na criação das histórias em quadrinho modernas, com destaque para as Graphic Novels.
Caso sua mente precise ser refrescada, sua criação mais famosa acaba de ganhar uma adaptação chula para o cinema: The Spirit.

Will Eisner pode ser considerado, sem sombra de dúvidas, como o criador das Graphic Novels (Novelas Gráficas, em tradução literal) – de modo completamente natural, ao ser questionado por seu editor “what the heck is that?”.
Ele falava de Um Contrato com Deus, considerada historicamente a primeira obra do gênero, e só havia uma resposta à pergunta:
It’s a Graphic Novel!

No entanto, apesar da importância histórica de Will Eisner para a história da Nona Arte, o Sesc Vila Mariana decepciona Muito pelo espaço destinado à exposição.
Montada no meio de uma sala de convivência, você é obrigado a passar por sofás e mesinhas para acompanhar a parede onde estão montados os cartazes, capas e documentos de Eisner.
Não só isso, como o acervo completo ocupa simplesmente uma parede.
Não só isso, há um estúdio de ensaio para bandas do outro lado da parede, exatamente onde está colocada a televisão com a gravação da entrevista com Álvaro de Moya. Você simplesmente não ouve nada.
Não só isso, metade do acervo é formado por cartinhas entre Eisner e Álvaro de Moya, numa clara demonstração egocêntrica do curador em demonstrar “oh! eu o conheci pessoalmente! fomos amigos!”
Patético.

Ainda assim, a exposição vale a pena para os fãs de quadrinhos em geral e para os interessados em design gráfico – as antigas capas, especialmente as de Spirit, surpreendem pela inventividade.

Fica a dica.
Mas acaba dia 26 agora.
E para quem se interessar: The Spirit

Um quarto.

Antípodas da Mente quinta-feira, 16 de abril de 2009 – 0 comentários

Eu peso trinta e seis quilos.
No entanto, sou alto. Meço exatamente um metro e oitenta e dois centímetros. Minha garra ossuda fecha-se com força em volta do pescoço de mais uma puta. Ela chora baixinho, mas os mamilos permanecem endurecidos.
Eu a levanto pelo pescoço com facilidade e a deposito gentilmente em meu estômago. O buraco em meu tórax mastiga feliz a carne macia e eu gozo.
A mão esquerda rapidamente procura o pacote de cocaína no chão. Ele é jogado com pressa pra dentro de minha cavidade, juntamente com um punhado de latas de cerveja, e eu entro em êxtase. Prazer.

Incontáveis unhas já quebrei, sentado nesse trono de madeira, arranhando de prazer, arranhando de fome. Fome. O meu estômago ronca, está vazio. Sempre. O buraco arreganha os dentes, mastigando o nada e pode-se ver a garganta secando, enrolando-se, espremendo-se. Sede.

Levanto-me. Os joelhos estalam sob um peso negativo, metafísico, e o suco gástrico escorre da boca de meu estômago. Meus olhos estão injetados. Agarro a Europa com minhas garras e a enfio buraco adentro. Sento-me nas rochas de um oceano vazio, exatamente onde antes era Dresden.
Estico a mão para alcançar a África, mas desisto. Só um pouco da Somália me fará feliz. E talvez algumas guerras étnicas no Congo. Todos triturados pelos dentes de meu estômago, a boca da barriga babando de prazer e mais fome, a língua reptiliana estalando. Fome.

Meus velhos amigos tornaram-se somente alguns incômodos pedaços de carne presos entre os dentes. Devoro os novos lentamente, saboreando o gosto do desconhecido.
Desinteresso-me depois de mastigar metade de suas cabeças, mas termino a refeição por educação. Tédio.

Um sagaz observador, antenado nas velhas e novas tendências das lendas morais, poderia visualizar o final de minha história: eu acabo por devorar a mim mesmo, arrancando pedaço por pedaço.
Sinto muito. A falta de três dedos de minha mão esquerda marcam a tentativa falha, o gosto ruim e podre ainda atormenta o fundo da língua chicoteante da boca de meu estômago.
Eu continuo aqui. Arranhando. Comendo. Bebendo. Cheirando. Gozando. E querendo mais.
Mais.

Cromofobia (David Batchelor)

Livros quinta-feira, 09 de abril de 2009 – 0 comentários

Hoje resolvi mudar.
Não vou falar sobre um livro de literatura, dentro dos padrões com os quais vocês já se acostumaram.
Esse livro é, de uma forma bem geral e distante, um livro sobre arte. Mais especificamente, um livro sobre a cor dentro da arte.
Na teoria.

Na prática, David Batchelor consegue a façanha de passear por pintura, arquitetura, literatura, linguística, drogas alucinógenas e filmes, tudo isso com um objetivo: discorrer sobre a natureza da Cor dentro da cultura humana.
Cromofobia é um livro que surpreende.
Com o intuito de desvendar a origem e as razões do teórico medo (ou aversão) às cores, o autor vai fundo nas principais produções culturais da humanidade – de Moby Dick a Wim Wenders; de Joseph Conrad à mescalina. continue lendo »

Pirâmide, A (Ismail Kadaré)

Livros quinta-feira, 02 de abril de 2009 – 1 comentário

Enquanto vemos proliferar por aí trilogias, quadrilogias e sextologias de romances históricos, mostrando de forma heróica a Roma Antiga, Gengis Khan e outras figuras e lugares de forma completamente infantilizada, ainda encontramos pérolas da literatura que ousam pela inventividade e inventam através da ousadia.
A Pirâmide é justamente um desses livros. Um romance que nada tem de histórico, mas possui toda a força de uma boa crítica política, eternamente atual.

Ismail Kadaré, para quem não sabe, é um escritor albanês conhecido pelo livro Abril Despedaçado (que teve, inclusive, adaptação para o cinema). A maioria de seus romances se passa na Albânia, seja na idade média, seja no século XX, quando o país passava por um arrasador regime comunista.
Com exceção dA Pirâmide….aparentemente.
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Senhor Das Moscas, O (William Golding)

Livros quinta-feira, 26 de março de 2009 – 1 comentário

Um clássico.
Um hipotético bombardeio nuclear atinge a Inglaterra e um grupo de crianças de vários colégios é metido num avião, enviado para longe.
O avião é atingido no fogo cruzado, e cai em uma ilha deserta do pacífico, com a morte do piloto e dos professores.
A partir daí, começa a luta de simples garotos (entre 12 e 6 anos) para se estruturar em uma sociedade minimamente racional e sobreviver até o resgate.
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Marcador de Página, O (Sigismundo Krzyzanowski)

Livros sábado, 21 de março de 2009 – 1 comentário

É, o nome é quase impronunciável.
Mas não é para falar de fonética que serve esse texto; nem para te ensinar a pronúncia de sobrenomes poloneses.
Esse artigo é sobre um dos melhores livros já escritos e, infelizmente, um dos menos conhecidos.

Seis contos.
Você vai ler aqui apenas sobre três, e eu deixarei o resto por sua conta. continue lendo »

confira

quem?

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