Como roubaram minha idéia pro Primeira Fila dessa semana (antes mesmo de eu botar a idéia pra fora, esse Paulo Jr. leitor de mentes!), vou falar só de uma parte específica do Globo de Ouro: Heath Ledger.
Pequena biografia
Prazer, eu já morri.
O senhor Heath Andrew Ledger nasceu no dia 04 de abril de 1979 em Perth, Austrália e morreu no dia 22 de Janeiro de 2008.
Duas considerações sobre o novo quadro: 1- Se trata de um lugar pra falar de filmes clássicos, e não tome somente “Casablanca” por isso. 2- NÃO PERGUNTE a causa, motivo, razão ou circunstância do senhor Bogart ser TANGA. Dito isso, vamos ao primeiro filme.
*Pega um copo de leite e coloca Beethoven pra tocar*
Como disse na última coluna, essa semana vou ajudar VOCÊ, pão-duro desgraçado, a escolher que filme assistir em 2009. Pelo menos você poderá economizar um pouco de espaço no seu computador ao ir direto à fonte assistir alguma coisa. Como sei que você vai choramingar que não quer perder seus R$5,00 seu tempo vendo um filme ruim, vou dizer aqui quais são as minhas apostas mensais até julho de 2009. continue lendo »
Devido às várias reclamações sobre os preços do cinema, na primeira coluna desse ano (que quase foi debizada), ao invés de fazer retrospectivas deprimentes, darei 11 conselhos, desses que você não vai cumprir como qualquer outro conselho que te deram ou promessa que você tenha feito esse reveillon, seu doente. Depois de uma frase que quase valeu como parágrafo, ei-los: continue lendo »
Não sou a maior fã de filmes natalinos, ao contrário de outros membros da equipe do AoE – vide comentários desse texto. Só que isso não impede que eu tenha sentido a falta desse gênero de filmes esse ano.
Não teve absolutamente NENHUM lançamento de filme natalino em 2008. Nenhum Papai Noel perdido, ou desmemoriado, ou a procura de uma esposa/substituto. Nenhuma rena falante caída do céu. Nenhum pobre elfo zangado (já notaram que elfos sempre são zangados?) reclamando que está sem emprego desde o último Senhor dos Anéis. Nem mesmo uma criancinha miserável choramingando porque descobriu que nem todo mundo é filho de Papai Noel. continue lendo »
A locadora não era minha, não conhecia o dono e não sei da vida do carinha do balcão (aliás, achava que ELE era o dono). Por isso, e só por isso, liguei o foda-se passei por cima da simpatia ao sofrimento do proprietário e COMPREI 15 FILMES POR R$90,00!! RÁ!!
John Malkovich é casado com Tilda Swinton, que tem um caso com George Clooney, que pega a Frances McDormand, que não sabe que ele é casado com Elizabeth Marvel. Nesse filme, todo mundo pega todo mundo (menos John Malkovich, que é corneado; e Brad Pitt, que gosta de tomar sucos energéticos e dançar ao som de músicas suspeitas).
O paint ainda funciona!
Mas não é essa a história do filme… Vamos começar de novo.
John Malkovich interpreta Osbourne Cox, um simpático senhor que é despedido da CIA. Ozzie resolve usar o tempo livre pra escrever um livro de memórias. Por acaso do destino, um CD com rascunhos do tal livro acaba parando numa academia de ginástica, onde Linda Litkze (Frances McDormand) e Chad Feldheimer (Brad Pitt) trabalham. Os dois desconfiam dos números e telefones e números e telefones e números [/spoiler] no CD e ali veem uma forma oportunidade de arrancar dinheiro do ex empregado da CIA. Mas é claro que eles não tem a menor noção de como fazer uma boa chantagem (noobs…) e isso, por mais clichê que seja, acaba arrancando umas boas gargalhadas.
A direção fica por conta de Ethan e Joel Coen, os mesmo de Onde os fracos não tem vez. Diz a lenda que os irmãos escreveram os dois filmes alternadamente durante o mesmo período. Particularmente, acredito que eles escreveram “Onde os fracos não tem vez” enquanto dormiam ou…sei lá, jogavam paciência e “Queime depois de ler” no resto do tempo. Enquanto o fodão do oscar desse ano não tem nenhum clímax, o novo filme é rápido e cheio de clichês momentos marcantes.
No final, você vai chegar a mesma conclusão que uns personagens do filme chegaram: que não tem como tirar uma moral dali. Dá pra pensar em toda uma crítica à sociedade consumista, em como vivemos num mundo que só liga para aparências ou em como a humanidade tem facilidade de varrer a sujeira pra debaixo do tapete, mas fazendo isso você vai acabar perdendo algumas boas piadas do filme, tipo as dancinhas e gags do Brad Pitt e a cara de “OMG” da personagem de Frances McDormand ao ver George Clooney num banquinho de praça, depois de pegar altos dragões em encontros cegos. Então acho que o melhor é desligar o cérebro e se divertir.
Queime depois de ler
Burn after reading (96 minutos – Comédia) Lançamento: EUA, UK, França Direção: Ethan e Joel Coen Roteiro: Ethan e Joel Coen Elenco: George Clooney, Frances McDormand, John Malkovich, Tilda Swinton, Elizabeth Marvel e Brad Pitt
Atrás de idéias pra escrever um texto com urgência, um amigo sugeriu escrever sobre a decadência e o ressurgimento do “Cinema Subversivo”. Meu primeiro pensamento foi: Q
MOMENTO HOUAISS
sub.ver.são s.f. 1 Revolta contra ordem estabelecida 2 Pertubação
Traduzindo pra quem tem problemas com dicionários, Cinema Subversivo é aquele que foge do padrão “American Way of Life” no cinema.
AUGE(s) E DECADÊNCIA(s)
A própria invenção do cinema foi uma coisa subversiva, então é natural que os primeiros subversivos sejam os primeiros roteiristas e diretores da sétima arte. Entre eles, destaco Luis Buñuel. Um Cão Andaluz (Un Chien Andalou, 1929) e A Idade do Ouro (L´âge d´or, 1930) são filmes que me deixaram de queixo caído quando os assisti num museu em Madri. Foi como se nunca tivesse visto um filme antes na vida, e como se todos os outros filmes fossem ridículos perto dele. Isso é subversão. Claro que parei de desenhar corações com o nome do Dalí umas horas depois, mas com certeza os filmes me pertubaram.
Depois dos anos 30 o cinema descambou pros musicais e houve a primeira decadência. Não que eu não goste de musicais, na verdade gosto muito, mas isso é só porque tenho personalidade bipolar. O que interessa é que o subversivo foi deixado de lado, em produções menores. Foi então que surgiu um diretor marcante: Stanley Kubrick. Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971)apresentou Alex, um anti-herói na medida pro Cinema Subversivo. O mundo ficou chocado com a imagem de um jovem que achava divertido espancar pessoas, falando uma língua diferente e que acaba sofrendo uma lavagem cerebral do governo pra se tornar bom.
Imagine se o Kubrick tivesse mencionado que ele só tem 15 anos
Depois que Kubrick partiu pro suspense, o Cinema Subversivo amoleceu de novo. Nos anos 90 é que veio uma boa safra do gênero, tendo seu ápice em Trainspotting (1996). A história de Renton, um escocês que escolheu não escolher, faz qualquer um querer chutar a própria televisão, largar o emprego e ir pra um bar ligar o foda-se. Três anos depois, mais uma ótima adaptação de um livro. O diretor David Fincher lançou o mais famosinho da minha lista, O Clube da Luta (Fight Club, 1999). Tyler Durden é tudo que o narrador do filme quer ser, e então ele foge da vida convencional que tinha pra ir morar no meio do nada, achando finalmente um sentido: o clube da luta (dâh!). Rá, eu sabia que você já tinha visto um filme subversivo, mesmo que nem você soubesse disso.
Você viu, mesmo que tenha se concentrado só no Brad Pitt
Atualmente, um dos maiores diretores de obras subversivas é o mexicano Alejandro González Iñárritu. Mesmo com esse nome difícil de escrever, o cara dirigiu filmes que dão voltas e mais voltas até chegar ao mesmo final que uma narrativa comum teria chegado, só que de uma forma BEM mais interessante, tipo 21 gramas (21 grams, 2003) e Babel (Babel, 2006), além de ter produzido Amores Brutos (Amores Perros, 2000). Em comum em todos eles está a fuga dos personagens do convencional.
Antes de pesquisar sobre Cinema Subversivo e depois do Q, perguntei pro meu amigo do início do texto o que diabos era aquilo, e pra minha surpresa ele usou como exemplo exatamente todos alguns dos meus filmes favoritos. Nem sabia que esses filmes tinham um rótulo, mas pelo menos eu vou ter uma resposta pronta da próxima vez que me perguntarem qual é o meu tipo de filme favorito.
Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) se conheceram na faculdade e são amigas desde então. A primeira está prestes a se casar e acha que o ápice de uma relação é a estabilidade. A segunda… não sabe o que quer, só o que não quer. As duas vão pra Barcelona juntas, cada uma com um objetivo. Lá conhecem Juan Antonio, um pintor espanhol que as aborda em um restaurante convidando para uma viagem, para ver uma estátua e fazer amor. Simples e direto assim.
Conversa vai, conversa vem, Cristina convence a amiga e eles vão pra Oviedo. Lá, quem acaba indo pra cama com Juan Antonio é a certinha Vicky. Eles voltam para Barcelona e é a vez de Cristina com o latin lover. A loira acaba indo morar com Juan Antonio depois de pouco tempo, sem saber que a amiga não consegue esquecer aquela noitada com o cara em Oviedo. Numa bela noite, Juan (cansei de escrever o nome duplo…aff!) recebe uma ligação, sai atônito de casa e volta com a ex-mulher de baixo do braço. Fica claro que os dois ainda têm uma ligação muito forte, de amor e ódio. A princípio Cristina fica enciumada, mas depois os três se resolvem bem direitinho. No meio da história Vicky se casa, mas isso não vem ao caso.
Se eu assistisse somente as cenas de Maria Elena (Penélope Cruz), juraria que o Almodóvar lançou outro filme com ela. Mas a tabelinha repetida de diretor/atriz favorita vêm de outro par: Scarlett Johansson e Woody Allen. No terceiro filme dos dois juntos começa a ficar chato ouvir algum ator babão dizendo pra Scarlett “Já te disseram que você tem lábios muito sensuais?”. No quarto filme vou acabar respondendo em voz alta “Já, caramba, você não assiste os filmes do Woody Allen??”. Mas ela realmente convence no papel de americana gostosona na Europa, sem saber muito bem o que quer da vida além de ir pra cama com o protagonista (depois de fazer charminho por 2 minutos e meio). Não assisti Scoop, mas posso apostar que ela interpreta o mesmo papel de Match Point e Vicky Cristina.
“Então… Vamos pro quarto?”
Javier Bardem assusta um pouco na primeira aparição, por conta do excesso de bronzeamento artificial, mas vende bem seu peixe mais uma vez. Patina um pouco no inglês, mas no caso desse filme era justificável já que ele estava mesmo no papel de amante latino. Juan Antonio é um cafajeste, mas não dos piores, já que não tenta enganar ninguém.
A outra atriz? Tentei me lembrar em que outro filme ela aparece, mas não consegui. Depois de olhar novamente o pôster do Vicky Cristina (volta na imagem lá em cima!) não me senti culpada, já que nem lá ela aparece, mesmo sendo protagonista. O filme devia se chamar Juan Antonio Cristina Maria Elena Desconhecida Barcelona.
No mais, a trilha do filme é bem legal e Barcelona é encantadora dentro e fora das telas. A cidade, com Javier Bardem e Penélope Cruz me fizeram ir assistir esse filme. Tá, a Scarlett Johansson também. E pra quem tava esperando Vicky, Cristina e Juan Antonio na cama, não se preocupem… Tem muito mais gente nesse sopa de nomes duplos.
Vicky Cristina Barcelona
Vicky Cristina Barcelona (96 minutos – Comédia / Drama / Romance) Lançamento: EUA, 2008 Direção: Woody Allen Roteiro: Woody Allen Elenco: Javier Bardem, Scarlett Johansson, Rebecca Hall, Penelope Cruz