Balanço da Temporada 2008/09 – 3ª parte
Mesmo não sendo o meu tipo de série predileto, confesso que necessito ver algumas comédias para aliviar alguns temas e dramas das demais séries que vejo, como a atual maratona de In Treatment, 2ª temporada. Aqui estou comentando tanto os clássicos sitcom, com 30min de duração, como comédias de aventura com 1h de duração. Também sou obrigado a confessar que tentei, mas não consegui me apegar a 30 Rock nem a The Office, consideradas as melhores comédias atuais. E ainda não terminei as temporadas de United States of Tara, Reaper e Ugly Betty. Nem todo seriemaníaco é perfeito.
THE BIG BANG THEORY – 2ª temporada: Dentre as comédias, sem sombra de dúvida TBBT dá uma lavada no quesito riso solto. O texto da série é muito engraçado e a série cresceu muito nesta segunda temporada. Primeiro porque modificou o olhar observador de Penny que, de apenas musa dos vizinhos nerds, se transformou numa amiga com timing cômico excelente, formando uma parceira incrível com Sheldon. Claro que o crescimento da série, além de expandir o universo nerd de todos os personagens, foi centrar a maioria dos episódios na figura excêntrica, para dizer o mínimo, de Sheldon. Cada palavra, mania e murmúrio do personagem me leva ao riso, mérito do roteiro e da personificação de Jim Parsons (figura fácil na lista de indicados à comédia no Emmy deste ano). Alguns dizem que esta exposição maciça do personagem pode se esgotar rapidamente, claro que se os roteiros não tiverem situações interessantes, a repetição do personagem pode cansar mesmo, no entanto, acredito que o personagem pode ainda render muito. Assim como os demais, como em alguns episódios desta temporada. Momento alto da temporada: The Bath Item Gift Hypothesis, episódio no qual Penny presenteia Sheldon no Natal, imperdível.
HOW I MET YOUR MOTHER – 4ª temporada: A série está passando pelo mesmo problema de séries com, digamos, mistérios mais dramáticos, como Lost: qual o momento certo de revelar o segredo? Aqui, no caso, a mãe do título e esposa de Ted, sempre tão citada, mas que nesta temporada pouco apareceu, com exceção do episódio (um dos melhores da temporada) Right Place Right Time. A série está embarcando para sua quinta temporada sem muitas novidades sobre quem seria esta personagem e seu envolvimento com Ted, o que sinceramente acredito que poderia acontecer sem qualquer perda para a série, que poderia ganhar muitas outras storylines, tanto para Ted quanto para os demais personagens. O que salva a série da mesmice, mesmo apostando em diversos episódios sobre “o nada” (como diriam os fãs de Seinfeld), são as intervenções de Barney (melhor coadjuvante cômico do momento). Neil Patrick Harris tem as melhores piadas, tiradas e timing cômico do elenco, e a sua (não) relação com Robin ainda pode gerar muita diversão na temporada que se inicia.
THE NEW ADVENTURES OF OLD CHRISTINE – 4ª temporada: Uma das minhas personagens prediletas (até porque conheço uma pessoa que tem o mesmo jeito que Old Christine) não teve uma temporada muito boa não. Sinceramente, faltou um arco romântico para Old Christine, já que quando surge um interesse romântico para a personagem é que ocorrem as melhores situações; na verdade, mais engraçadas. Nem mesmo o arco envolvendo o casamento gay entre Christine e Barb rendeu tanto quanto podia. Quando surgiu a mãe, já tão famosa, de Old Christine e Matthew, achei que a temporada iria engrenar, mas nem mesmo com a participação da querida Brenda Blethyn no episódio Who’s Not Coming to Dinner? isto aconteceu. Num primeiro momento, parece que faltou um planejamento melhor para a temporada. Observem que não houve nenhum grande arco envolvendo os personagens, assim os episódios soaram meio dispersos, como ocorreu com How I Met Your Mother. Pelo menos, a série garantiu a renovação, e espero que Julia Louis-Dreyfus volte a brilhar na sua série.
CHUCK – 2ª temporada: Outra série que melhorou, e muito, nesta temporada foi Chuck, principalmente por apostar num texto mais dinâmico e cômico, desenvolvendo arcos para os personagens principais e apostando em diversas participações especiais (Jordana Brewster, Dominic Monaghan, Chevy Chase, Scott Bakula, Bruce Boxleitner, entre outros). Como vocês podem notar, a trama da série foi na verdade o grande acerto da temporada, principalmente ao inicar uma mitologia para ela: O confronto entre a agência americana protengendo o Intersect da cabeça de Chuck contra a FULCRUM. Nem vou comentar sobre o excelente episódio final e, mais ainda, sobre o gancho para a próxima temporada. Uma série que deveria ter mais sucesso de audiência, mas os fãs conseguiram não deixá-la ser cancelada pela NBC (até porque está fazendo quase os mesmos números de Heroes, sendo que esta última tem um custo muito maior). No entanto, seu retorno deve acontecer somente 2010, até lá ficamos imaginando como o novo Intersect poderá ser usado na trama.
PUSHING DAISIES – 2ª temporada: Talvez a grande prejudicada pela greve dos roteiristas do ano passado, Pushing Daisies teve ao total de sua saga somente 21 episódios divididos em duas temporadas. Uma pena, a série foi muito mal trabalhada pela canal ABC e exibida num dia equivocado, que enterrou qualquer possibilidade de recuperação para ela. Claro que o formato e estilo da série eram muito “especiais” para um canal da televisão aberta, a série tinha cara de HBO. Mesmo assim, a série revelou o talento de Kristin Chenoweth (Olive Snook) para o mundo. Antes a atriz era conhecida mais do público pelo seu trabalho em musicais na Broadway. Como o cancelamento ocorreu no início da temporada, somente 13 episódios foram produzidos. Claro que não tivemos um final digno para a série com o fechamento dos arcos dos personagens, no entanto, principalmente a partir do 10º episódio, cada um foi melhor que o anterior, abordando aspectos familiares de todos. Inclusive Emerson Cod, que ganhou muito mais espaço nesta temporada ao ganhar a companhia de Olive nas investigações, o que era riso garantido.
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