Balanço da Temporada 2008/09 – 4ª parte
*** Possíveis spoilers
24 Horas – 7ª temporada: E eis que o quase impossível ocorreu, a série que perdeu uma temporada completa devido à greve dos roteiristas (Dizem que tinha somente 8 episódios filmados quando da greve), renasceu após uma temporada bastante criticada (A 6ª temporada foi bastante cansativa). Essa temporada, após o telefilme de novembro que serviu mesmo de introdução para as storylines desta temporada, conseguiu empolgar em quase todos os episódios, claro que ao final da maratona, a trama já se apresentava desgastada, no entanto, os demais foram episódios foram realmente bons, surpreendentes e emocionantes.
O grande motivo desta ascenção da temporada foram realmente a mudança de ares da série. A CTU, eterna agência penetrável da série, foi fechada e, aqui, a trama se passa em Washington num grande evento mundial, afinal os terroristas desta temporada foram, inicialmente, os bandidos africanos do telefilme, 24 Horas: Redenção, patrocinados pelo engravatado Jon Voight (Boa aquisição para o elenco), o que claramente se mostrou ser apenas “a ponto do iceberg”. Falando em elenco, gostei muito da entrada da agente Renee. Primeiramente, serviu de contraponto ético para as atitudes de Jack e, depois de um dia inteiro de eventos, se transforma num “Jack” de saias, e da presidente Taylor (uma figura bastante forte da atriz, que eu desconhecia, Cherry Jones). Para vocês terem idéia de como a temporada funcionou, até mesmo o retorno de Kim Bauer (filha, e fardo, de Jack) conseguiu ter uma participação muito além do esperado pelos seriemaniácos.
Apesar de algumas escorregadas no final, principalmente no que se refere ao personagem de Tony Almeida (Tanto sua ressurreição quanto seu desfecho me soaram forçados em demasia), a trama parece ter chegado ao seu limite com a descoberta do grupo ou consórcio que patrocina os eventos terroristas nos EUA há algum tempo, como descobriu o personagem de Tony. A curiosidade agora é descobrir como esta descoberta será, e se será, aproveitada na 8ª (E última, conforme boatos) temporada da série mais eletrizante da década.
Supernatural – 4ª temporada: O criador Eric Kripke merece um prêmio nesta temporada, pela coragem de fazer com que a trama da série tivesse tamanha reviravolta, isto é, acrescentar anjos a mitologia da série sem resvalar na pieguice ou no tom de deboche. É um grande acerto para uma série teen, que poucos levam a sério, principalmente sendo exibida no fraco CW. Acreditava que Supernatural não tinha gás para tanto, até porque a série nunca trabalhou com grande elenco, sempre teve número baixo de personagens (Que inevitavelmente, podem acrescentar storylines numa série), sendo que fixo somente Sam e Dean, sem contar o Bobby.
A trama; com a adição desta guerra entre céu e inferno; cresceu bastante, lembrando a cinessérie Anjos Rebeldes, que tinha no elenco Christopher Walken. No entanto, como crítica fica a má distribuição do tema pela temporada: Chegamos a ficar mais de um mês somente com episódios isolados, que inevitavelmente são necessários para não desgastar a storyline de uma só vez; porém, a temporada perde o foco e os personagens parecem não estarem envolvidos em algo maior. A destacar o crescimento do ator Jensen Ackles, o Dean, que com a ida de seu personagem para o inferno e seu retorno, teve diversos momentos dramáticos e emocionante bem defendidos pelo ator, que anteriormente se apresentava somente como um sujeito turrão.
C.S.I. – 9ª temporada: O que tinha para ser A grande e inesquecível temporada de CSI, por falta de planejamento e da concorrência terminou com uma temporada soturna e ok. Depois do incrível gancho com a morte de Warrick, a série trabalhou de imediato com a storyline, que foi resolvida logo no primeiro episódio, uma atitude corajosa dos produtores que poderiam fazer deste fato (a investigação) o arco dramático de toda temporada. No entanto, acho que isso se deve à saída iminente do fantástico William Petersen (Gil Grisson), que foi muito bem realizada pela série. Assim como a entrada de Laurence Fishbourne, dr. Raymond Langston, que foi inserido na série de maneira acertada e com atenção para os detalhes, como a evolução do personagem frente aos novos equipamentos de trabalho, abordando o lado psicológico do conhecimento do personagem na trama (Efeito Criminal Minds na série). Mesmo com todos estes eventos ocorrendo na série, um dos melhores episódios da temporada foi Turn, Turn, Turn, centrado em Nick Stokes, que envolviam crimes durante um ano num mesmo lugar e serviu para mostrar um pouco a reação do personagem aos vários eventos do último ano na série.
Apesar disso, os produtores e roteiristas “pisaram na bola” em relação ao 200º episódio (Mascarade) da série e sua season finale (All In), ambos deveriam ter sidos eventos marcantes dentro da série e não passaram de episódios simples e esquecíveis dentro da temporada. E assim, a série viu seus números de audiência caírem bastante, tendo inclusive, na reta final, perdido para sua concorrente direta, Grey’s Anatomy (Que, nesta altura, tinha chegado ao ápice dramático de arco envolvendo Izzie). Como a série responderá a esta nova situação no retorno em setembro? Afinal, a série retorna enfrentando o gancho fenomenal de Grey’s e, a princípio, sem grandes novidades para cativar os espectadores. Acredito que a série ainda pode desenvolver bastante seus personagens e, sim, deve criar arcos dramáticos como a ocorreu nas últimas temporadas, e não somente apresentar episódios isolados.
C.S.I. New York – 5ª temporada: Pensando aqui na série confesso que nada fascina nela, como os personagens ou as tramas apresentadas, mas somente o meu gosto pelo gênero policial (Imaginem se sobrasse somente CSI Miami para assistir). A temporada teve bons arcos para os personagens principais: o detetive Mac Taylor (O eficiente Gary Sinise) teve que aturar os cortes de orçamento do seu setor e a presença ambígua/opositora de Robert Dunbrook, diretor de um grupo de comunicação, envolvido em alguns eventos durante a temporada; já a detetive Stella Bonasera viu seu passado, de origem grega, voltar à tona com o surgimento de traficantes de mercadorias daquele país. Ambas storylines foram trabalhadas em diversos episódios, em meio ao casos isolados, de maneira acertada e com timing correto, assim como a série. A destacar o gancho final, com toda equipe sendo alvo de um tiroteio em meio à um happy hour, que abre um leque de oportunidades para os roteiristas trabalharem em seu retorno.
Criminal Minds – 4ª temporada: Talvez, ao lado de CSI, a série seja atualmente um dos melhores dramas de procedimento no ar. Aqui, o grande destaque são sempre os casos, que ainda conseguem me chocar e, de um tempo para cá, os personagens, que estão ganhando “família” e tramas paralelas. Nesta temporada, foi a vez do nerd Spencer Reid buscar respostas para o seu passado, com certeza, um dos melhores personagens da série. O interessante desta eficiente temporada, com participações de atores conhecidos como o comediante Jason Alexander (de Seinfeld) num episódio meia-boca, foram os temas bastante pesados de alguns episódios, notem como é verdade, na licença-maternidade da atriz A.J. Cook (E de sua personagem na série), substituída na função pela agente Jordan Todd, mostrou-se como os eventos e investigações dos crimes podem chocar e atormentar até mesmo a equipe.
O lado obscuro e atormentado do ser humano é mostrado cruelmente na série, e mesmo sendo um drama de procedimentos e não tendo um tempo “real” para o aprofundamento das personalidades e personagens envolvidos, ainda me surpreendo com algumas situações, como a do episódio Normal, protagonizado pelo eterno agente Skinner de Arquivo X, Mitch Pileggi. O gancho da série foi ótimo, envolvendo um personagem bastante pertubador (o sumido C. Thomas Howell, que também surgiu nesta temporada em Southland) e o chefe da unidade, Hotchner.
Bones – 4ª temporada: Parece que os roteiristas de Bones têm algum problema com season finales, depois da lamentável desfecho do serial killer da temporada passada, agora apelaram para um reviravolta digna de novela mexicana, mas aqui no caso, era para ser levado à sério: a suposta amnésia da Booth, num episódio bastante bizarro (E que comigo não funcionou) como um evento para série. No mais, ao reclamar da série, confesso que o grande atrativo para mim são os personagens. No caso, o relacionamento e química entre Bones (Emily Deschanel, que deve tomar cuidado para não transformar sua personagem numa caricatura do Sheldon, de The Big Bang Theory) e Booth (o correto David Boreanaz, que parece ter fugido da sombra de ser o “eterno” vampiro Angel).
Ia esquecendo mais o lado cômico das investigações e o timing dos personagens para a comédia é outro motivo que me faz acompanhar a série, incrível como sou capaz de rir mais com esta série do que com muitas sitcom que tento acompanhar, talvez este lado nonsense da série, que nem mesmo leva muito a sério suas investigações e, quase sempre, são casos previsíveis seja de propósito.
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