Balanço da Temporada: Heroes – 3ª Temporada
*** contém spoilers
Chega a ser impressionante o vacilo do criador, Tim Kring, e dos roteiristas da série nesta temporada, um dos shows mais hypados da tevê americana e da internet viu sua audiência amargar 6 milhões de espectadores (em sua estréia eram perto de 12), somente conseguindo sua renovação mais pela força da mídia do que por qualidade. Talvez das séries que assisto atualmente, Heroes seja a mais frágil, na minha opinião, chego a sentir vergonha alheia pelas tramas e personagens. Você pode se perguntar porque continuo assistindo a série? Minha resposta talvez seja para ver o quanto conseguem estragar uma série com tamanho potencial quanto Heroes.
A 3ª temporada foi dividida em dois volumes, 4 e 5 acho eu, nem lembro mais, mas que atenderam pelos, respectivos, nomes: Villains e Fugitives. Sinceramente, refletindo sobre a série, é impressionante os erros da trama, parece coisa de tevê amadora. Falta um quesito básico para a série: FOCO. Em momento algum, radicalmente falando, as storylines dos personagens parecem servir para algo maior do que a enrolação daquele momento. Como exemplo, reparem a diferença conceitual das viagens no tempo em Heroes e em Lost (não serve de desculpa apontar que uma série é mais “séria” enquanto a outra seria mais aventuresca!).
Está mais do que na hora de Tim Kring parar de se desculpar pelas falhas da série e trabalhar melhor as tramas e, principalmente, os personagens. Não consigo entender a dificuldade de se desfazer dos personagens originais da série, parece que Kring assinou contrato vitalício com os atores, somente isto justifica ainda a presença de personagens como Mohinder, Tracy/Nikki a até mesmo, de Matt Parkman, personagens que, com total franqueza, já cumpriram seu papel na série. Isto parece tão absurdo de ser dito, mas o universo de Heroes comporta tanto personagens que não entendo este apego dos produtores pelos personagens, nem estou entrando no mérito da qualidade dos atores que interpretam os mesmos (outra grande falha da série). A título de comparação, reparem na diferença de dimensão dramática de personagens como Sylar, Bennet e, até mesmo, da recente adição de Zeljko Ivanek, em comparação aos demais.
Acredito que o retorno do roteirista Bryan Fuller (que participou da 1ª temporada e retornou na final desta, após o cancelamento da belíssima Pushing Daisies), possa ser considerado o caminho da série de volta aos trilhos após dezenas de episódios insonssos e vazios. O que Heroes necessita para voltar ao patamar da 1ª temporada é se focar num arco de episódios que tenham aventura e drama na medida certa, personagens interessantes e storylines que acrescentem à trama, que sirvam de evolução aos personagens, chega de “apatralhadas” de Hiro e Ando, briguinhas da família Petrelli e outras coisas menores. O final desta temporada, com o retorno da Companhia, o surgimento de Sylar/Nathan já são um bom motivo para dar uma espiada em seu retorno, se este conflito será bem trabalhado na série, não sei, mas pelo menos, já surgiu uma trama bem mais interessante que duas temporadas inteiras (claro que dispenso o momento ressurreição de Tracy/Nikki), mas fazer o que se estamos falando de Heroes, o guilty pleasure da temporada 2008/09.
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