Black Mirror tá de volta, porra
Tá de volta não somente com uma temporada nova, mas também às suas origens pré-Netflix. E não, eu não tô aqui pagando de hipster. Eu gosto das temporadas três e quatro produzidas pela Netflix, mas acho que elas perderam um pouco da essência. A porrada na boca do estômago ainda tava lá, só que com menos pressão. Doía, mas não tirava o fôlego como White Bear ou perturbava como The Waldo Moment, que inclusive concretizou-se mais rápido do que eu imaginava. Enfim, vamos ao que interessa.
A quinta temporada tem apenas três episódios, assim como as duas primeiras temporadas, mas são episódios que você precisa de um tempo pra refletir depois.
Striking Vipers aborda um assunto bem atual, os famigerados webnamoros. Daquele jeitinho Black Mirror, é claro, e me fez ficar pensando: será que é ou será que não é? Peraí, por que tem que ser ou não ser alguma coisa? Depois de duas canecas de café e três cigarros, cheguei a conclusão de que é e não é. É pra umas questões levantadas pelo episódio e não é para a outra. Mas posso estar enganado como de costume.
O segundo episódio, Slithereene, é o mais pé no chão da temporada e, na minha insignificante opinião, o melhor da temporada. Ele aborda o nosso vício em redes sociais, a importância (Ou falta de) que damos a elas e como as empresas estão cagando pra nós. A sequência final é uma porrada atrás da outra e o episódio termina jogando o espectador dentro do rolê, dizendo que aquilo que aconteceu, seja lá o que aconteceu, não importa, ou melhor, importa, mas a gente vai cagar e continuar fazendo as mesmas idiotices de sempre.
Já Rachel, Jack and Ashley Too, também conhecido como o episódio da Miley Cyrus (E isso faz mais sentido do que imaginávamos), é mais fantasioso, mas também aborda um assunto bastante atual, a exploração de artistas por gravadoras e empresários que resultam em um trabalho genérico, uma arte fake e vazia que vende uma mentira pro público. Uma falsa felicidade que faz muito mais mal do que bem, uma forçação de barra que não ajuda ninguém e eu vou parar por aqui antes que eu perca a linha e comece a insultar coachs. AQUELE BANDO DE CUZÃO DO CARALHO! REPROGRAMAR DNA NO MEU SACO, SEUS BOSTA! *respira*
Após uma terceira temporada mais ou menos, uma quarta temporada bem abaixo da média e um filme meia bomba se comparados às temporadas pré-Netflix, é um alívio ver que Black Mirror ainda consegue reviver seus ótimos momentos de antes da popularização e de contrair a Síndrome de Shyamalan.
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