Blondie
Após se encontrarem na banda The Stilettos, Deborah Harry e Chris Stein formaram os Angel and the Snakes. Depois, se juntaram a eles o baterista Clem Burke, Jimmy Destri no teclado e o baixista Gary Valentine, mudando depois o nome para Blondie, inspirado pelos comentários de caminhoneiros que frequentemente gritavam Hey Blondie! para Deborah ao passar na estrada. Apesar de serem muito amigos dos Ramones e de terem sido a banda de abertura destes e de serem, junto com o Television, consideradas as primeiras bandas a tocar no lendário CBGB (Country, Bluegrass, and Blues and Other Music For Uplifting Gormandizers) o Blondie conseguiu vender muito mais discos que as outras duas somadas. Até o fim da primeira fase, em 1982, o grupo vendeu milhões e milhões e o mito da galega transcendeu todas as expectativas, sendo ela superada apenas por Madonna.
Historicamente, apenas o Modern Lovers e Patti Smith Group gravaram antes. O disco de estréia, simplesmente intitulado Blondie, lançado pelo pequeno selo Private Stock, em janeiro de 1977, foi um furor comercial muito maior do que os Ramones. Culpa da galega, dirão os mais afoitos. Sim. E não. De fato, Debbie estava em primeiro plano na capa do LP, mas a força maior vinha das composições e das excelentes letras da galega.
A primeira prova de que eram um grupo muito acima da média foi a canção que abre, X Offender. Uma história de uma garota que quer apenas sexo com um homem era muito para a sociedade careta da América. O título original era Sex Offender, mas a mudaça foi sugerida pelo produtor Richard Gotthehrer, que temia que ela não tocasse nas conservadores emissorias da América por causa da palavra sexo. E a canção virou um hit imenso.
E acima de tudo (E não há como negar) havia Debbie Harry. Ela, que pulou das revistas punks alternativas para capa de qualquer revista de qualquer assunto do planeta. No palco, era uma pantera: Ágil, leve, cheia de energia e charme para a audiência desesperada. Seu charme, o corpo esguio, o olhar sedutor, a galeguice, tudo fez dela e do grupo algo muito maior do que haviam imaginado, mesmo em seus sonhos mais delirantes. O mais surpreendente foi conseguir furar o preconceito das rádios que só tocavam Peter Frampton e hard-rock. Naquela época, a coisa mais fácil de se encontrar indo ao CBGB era a galega e Chris Stein trepando em qualquer cantinho.
O gelo foi quebrado e muito bem e eles conseguiram dois fãs inesperados para abrirem shows: Iggy Pop e David Bowie. Ironicamente, a galega era dois anos mais velha que as duas lendas: Ela tinha 31 anos contra 29 de Bowie e Iggy. No segundo semestre de 1977, o grupo tinha sua primeira mudança na formação, saindo Gary Valentine, entrando Frank Infante no baixo. O grupo também mudara para a poderosa Chrysalis Records, que relançou álbum de estréia em setembro.
Foi então que começaram a criar o mais importante hit de sua carreira, Heart of Glass. Mas o melhor estava para vir: Com sua batida disco, vocais que mais pareciam de uma gata e um ritmo grudento, a música tomou de assalto todas as paradas mundiais, sendo primeiro lugar nos quatro cantos do planeta. A canção vendeu um milhão de cópias e o disco Parallel Lines mais de 20.
O grupo acabou em 1982, quando Chris adquiriu uma grave doença que o fez ficar afastado dos palcos. A banda só viria a voltar a tocar junta depois dos anos 90, já com status de cult legend, após terem sido remixadas na trilha do filme Transpotting, e lançando um disco chamado The Curse of Blondie (Que tem o hit Maria). Eles foram a primeira grande banda da geração CBGB, de Nova York. E invadiram as pistas de todas as casas noturnas com Heart of Glass, música que virou um hino disco. Eles lá tinham culpa se a música era boa demais?
Gostou? Então siga o Bacon Frito no Twitter, saque uns sons no Last.fm ou seja nosso amiguinho no Orkut e curta nossas asneiras no Facebook. Não gostou? Não se reprima…
Leia mais em: Blondie, CBGB, Debbie Harry, Galega, Matérias - Música, New Wave, Punk