Brincando de cantar polêmica

New Emo quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A gente chega em uma época da vida muito chata chamada pré-adolescência, onde qualquer coisa é motivo pra chilique. Tanto que é nessa época em que quem gosta de música começa a ficar chato pra cacete. E nem venha com essa história de que você não ficou. Você É chato e não entende NADA de música.

Eu não vou escutar essa porcaria, isso é modinha! – Clássico. A música pode ser uma beleza, mas se é popular, é uma merda. Essa banda é vendida! – Outro clássico. É impressionante como a gente se esquece da qualidade da música e só dá atenção ao que a banda faz ou deixa de fazer. Até que você fica tão chato que desiste de tudo isso e começa a ouvir de tudo, mas não é o que acontece na maioria dos casos. Eu era chato nessa época com esse assunto, mas não era o mais chato, por incrível que pareça. Quando comecei a vasculhar o underground, procurando por Punk e Metal, caiu a ficha. E entrou outra questão: Esses caras são assim só pra vender?

Um exemplo que eu posso citar logo de cara é uma banda que eu não ouço e odiava os fãs: Nirvana. No começo, a banda era Punk, mas o Kurt decidiu fazer um som que se encaixasse mais no Grunge, que era o BABADO da vez. Grunge dava mais polêmica que Punk, ou pelo menos polêmicas mais… divulgadas, e foi assim que a banda ficou conhecida: Fazendo polêmica. Porém, realmente o Kurt tinha problema, e atingiu o auge da polêmica se matando. Era o que todo Grunge acabava fazendo.

Agora, você pode pegar uma banda feito o Matanza, por exemplo. Os caras não são podres de bêbados, não tinham um caminhão, não participaram de tiroteios e nem devem ser tão machistas assim. Ou seja, são músicas fictícias, e diverte pra cacete o povo. Espera aí, são músicas fictícias ou marketing? Eu diria que são os dois, as letras atraem o pessoal, mas é essa a idéia de se fazer música, não? O que adianta fazer uma música se ela não vai render? Slayer, por exemplo, os caras não passam a madrugada queimando bíblias e cristãos por aí, no máximo são… ateus. E por que eles fazem músicas assim? É polêmica, e tem gente que gosta. E deu certo, os caras conseguem mesmo causar polêmica, até porque eles atacam um assunto que mais que a metade do planeta leva a sério: Religião. Eles são uns excluídos, mas são idolatrados por quem odeia essa coisa toda. Eu não idolatro eles, mas esse exemplo aqui só me convence de que eu devia idolatrar.

Funk. Polêmica da primeira á última batida, e, véi, quanta gente gosta de Funk. Não to dizendo que o que agrada é polêmico, mas todo mundo gosta de polêmica, principalmente brasileiro. Não é atoa que 1 a cada 58 canais abertos da nossa TV têm pelo menos um programa voltado para a fofoca. Nem que seja um BBB.

Essa de que ninguém mais faz música com o coração é papo furado. Desde o início a maioria faz música por dinheiro, é um emprego, afinal. Se você quer ouvir música “sincera”, provavelmente você não vai achar isso num cd do RBD. É tudo tão óbvio que eu nem acredito que fiz uma coluna pra falar desse tema.

Então, quando alguém te parar na rua e dizer que o cd do My Chemical Romance que você tá ouvindo não tem nada proveitoso tirando uma música ou outra, e só a música, concorde. É verdade, ué, as letras dos caras são uma porcaria e totalmente comerciais. Mas, e daí, você vai deixar de gostar da banda por causa disso? Música não depende da letra.

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