Chernobyl (Chernobyl Diaries)

Cinema segunda-feira, 23 de julho de 2012

 A trama acompanha um grupo de seis jovens que decide fazer uma passeio diferente durante as férias. Longe da mesmice de ir para França, Londres ou outro ponto turístico, eles vão para Pripyat, onde moravam operários trabalhadores da usina nuclear de Chernobyl – famosa pelo acidente nuclear ocorrido em 1986, que deixou, pelas contas do então governo soviético, cerca de 15 mil mortos. Depois de uma volta pelo local, eles percebem que seres estranhos estão acompanhando o grupo. Ao notar que não estão sozinhos, coisas aterrorizantes acontecem.

Temos um grupo de amigos felizes e libidinosos em férias? Sim. Temos aquele cara sem noção que, pra “se divertir”, é capaz de pular de um precipício? Claro. E meninas enjoadas – incluindo a platinada burra cuja única qualidade é seu apreço por decotes profundos – e incrivelmente descartáveis pra trama? O russo bombadão que ganha a vida fazendo coisas fora da lei? Base histórica pra te fazer acreditar que sim, tá todo mundo preso num lugar fodido e nenhum celular vai tirá-los de lá? Pano de fundo pra closes no busto ensanguentado das moças? Meu Deus, temos tudo isso! Santo clichê, Bátima!

O filme tinha tudo pra ser foda. Sério, o cenário de Pripyat, a cidade onde ficava a usina nuclear, já é perturbador por si só. Porra, uma caralhada de pessoas saiu correndo de lá quando o reator explodiu. Tem boneca sem olho no chão, cadáver espalhado, enfim. Se só as fotos do lugar já dão nos nervos, imagina estar lá mesmo?

Mas aí me resolvem fazer um thriller adolescente com um final idiota daqueles que supostamente fazem cair o cu da bunda.

A história começa com o grupo de amigos viajando pela Europa, no maior estilo mochilão mesmo. Dois deles são namorados há muito tempo e tão carregando a tiracolo aquele amigo (Ou amiga) solteirão (Ou “ona”) mala sem alça que todo casal conhece. Sabe, aquele que além de não pegar ninguém ainda fica empatando a foda dos que têm seu cobertor de orelha sinto que nesse momento quase todos os leitores estão olhando cabisbaixos, sentindo-se atingidos.

Aí o Bombadão (O nome não importa, o clichê é sempre o mesmo) resolve que seria muito, mas muito divertido fazer um passeio pelos destroços da cidade onde ficava Chernobyl. Sim, por que é deveras saudável andar por lugares que podem te dar câncer no cu só de passar pela cancela de entrada. Lugares que farão seus filhos, netos e tatatatatatataranetos nascerem com três peitos, incluindo os descendentes homens.

 Provavelmente eles queriam umas lembrancinhas originais, sacumé.

Apesar do choro e reclamação de seu fiel e magrelo companheiro Wingman – Por que todo bombadão tem um frango como melhor amigo -, os caras contatam uma agência de turismo R-A-D-I-C-A-L, empacotam embalagens de sucrilhos e seguem viagem. Ah sim, e surge mais um casal na tela: Oxigenada e seu noivo Hippie Hipster, todos guiados pelo russo bombadão que mencionei no início do texto.

E é óbvio que dá merda. O van é atacada, ursos e outros animais selvagens saem do meio dos prédios abandonados e coisas assim. Mas o maior perigo acontece à noite. Hordas e hordas daquilo que há de pior em Chernobyl. Coisas que te farão perder o sono. Seres cheios de ódio no coração. Seres capazes de pisotear cachorrinhos e atirar pedras em passarinhos…

Tá, na verdade é só um bando de gente feia. Coisas que eu enfrento todo dia no calçadão de Bangu sem reclamar. Claro que os daqui não são perigosos nem vão te atacar e arrancar suas pernas na rua, mas às vezes são tão desagradáveis quanto zumbis radioativos. Enfim, divago.

 “manim q pirrai feio o nariz sai da bunda dele se quer espirrar caga kkkk”

E temos, por fim, uma infinidade de sustos óbvios e atuações forçadas. Sabe, caras feiosas pulando na tela e fazendo GAUR BLARGH ARGH BAH na sua cara. Perdem a graça depois da septuagésima nona aparição. É um filme de susto apenas. Não há nenhum suspense ou momento tenso por que a história é bem óbvia e tão profunda quanto um pires. Recomendo pra quem quer dar umas bimbadas naquela mina fresca. Garanto que ela vai se borrar toda e pular no seu colo a cada cinco minutos.

Chernobyl

Chernobyl Diaries (86 minutos – Terror)
Lançamento: Estados Unidos, 2012
Direção: Bradley Parker
Roteiro: Oren Peli
Elenco: Dimitri Diatchenko, Jesse McCartney, Nathan Phillips, Olivia Dudley, Devin Kelley

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