Clássicos do Horror – Animais
Ah… os animais. Possivelmente o pior motivo para se fazer um filme. Quem nunca xingou a TV ao descobrir que o filme da sessão da tarde seria Buddy 3 – Um Cãozinho do Barulho, ao invés de Curtindo a Vida Adoidado que atire a primeira pedra. Sério. O único filme minimamente bom que eu consigo pensar, que tenha um animal protagonista, e não seja uma animação é Babe – Um Porquinho Atrapalhado. E eu estou falando sério. NÃO – A Revolução dos Bichos não conta.
Mas quando tiramos o cargo de protagonista e damos um ar de antagonismo para uma espécie animal, a coisa muda de figura. Não que melhore muito, ainda temos A Gangue dos Dobermans Assassinos e Anaconda, mas ao menos alguns clássicos se destacam. E são sobre eles que vou falar hoje.
King Kong
(Ernest B. Schoedsack e Merian C. Cooper, 1933)
Esqueça o macacão de Peter Jackson. Foi com modelos de 40 centímetros, que o primeiro – e possivelmente um dos maiores clássicos do cinema – King Kong foi feito. Se os efeitos parecem toscos para os espectadores atuais (Embora tenha levado muito ao pânico na década de 30), assista por outro motivo – um muito maior do que qualquer efeito especial: A mensagem por trás do monstro. Muito mais do que um simples macaco que abusou no anabolizante, King Kong é uma referência (Que vocês podem comprovar em uma passagem de Bastardos Inglórios) ao escravismo – o indivíduo retirado de sua terra (Algo mais sugestivo que uma ilha tropical?) e, acorrentado, levado para a cidade – onde era usado para levantar dinheiro. Agora eu deixo uma reflexão para vocês – porque motivo o King Kong dos anos 30 era mal, o dos anos 70 dúbio e o do novo século “bonzinho”?
Os Pássaros
(Alfred Hitchcock, 1963)
Ah. O filme mais controvertido do maior diretor da história do cinema. Porque um gênio abandonaria sua principal marca – antagonistas palpáveis e humanos, dando lugar aos animais movidos por um motivo sobrenatural? Embora todos os outros traços autorais do gordinho estejam lá – mulheres fortes, a figura da mãe opressora, as toscas cenas de beijo, seu aparecimento no filme, esse é de fato um de seus filmes mais peculiares. E isso não quer dizer ruim. Muito pelo contrário, aliás – mesmo com efeitos extremamente datados o filme consegue ser um suspense para lá de eficiente. E com um final que diz muito, mas que não se encaixa ao perfil do espectador comum – um movimento corajoso, para um diretor que levava milhões a cada lançamento.
Tubarão
(Steven Spielberg, 1975)
O pai de todos os blockbusters. Um filme com um diretor até então pouco conhecido. Um roteiro extremamente simples. Inúmeros problemas durante a filmagem, com o robô tubarão cheio de problemas… Mas seria na sala de edição e na incorporação da trilha sonora (Não a toa figurando em primeiro nessa lista) – que aquele material se tornaria um fenômeno. A maior bilheteria da história do cinema até então. Simples assim.
Aracnofobia
(Frank Marshall, 1990)
Vocês realmente esperavam que todos os filmes dessa lista fossem obras primas? Preciso lembrar que esse é o gênero “irmão” de Chimp – Um Chimpanzé no Espaço? Mas deixamos de sarcasmo e sejamos justos – Aracnofobia cumpre seu papel com louvor. Não é a toa que ele é um dos mais lembrados filmes do tipo (Na frente de verdadeiras porcarias, como Anaconda e Piranhas Assassinas). E ao contrário das duas aberrações cinematográficas citadas, ele cumpre o que promete: Aumentar consideravelmente o medo das pessoas por esse animal (Assim como Tubarão fez em larga escala). Fora que criar os barulhos das aranhas sendo esmagadas pisando em batatas Ruffles tem um “que” de genial.
Agora se possível, me façam um favor. Cortem os pulsos e aproveitem para dar um mergulho em alto mar.
TÃ TÃ.
Morram.
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