Clássicos do Horror – ETs

Clássico é Clássico segunda-feira, 17 de maio de 2010

Eu já cansei de falar que, na minha andança pelo gênero de terror, muitas coincidências me surpreenderam. Seja a extrema qualidade de obras cujo assunto é possessões demoníacas ou a falta de criatividade dos títulos escolhidos para filmes de Múmia. Hoje não poderia ser diferente – nesse gênero que mistura Terror e Sci-Fi (talvez os dois gêneros de maior sucesso da década de 80) – a minha descoberta foi quanto a grande quantidade de remakes/sequências de grande qualidade de filmes com essa temática.

Vampiros de Almas

(Don Siegel, 1956)

Eu já cansei de falar como os momentos cinematográficos refletem na sociedade contemporânea a eles. A explosão de filmes de invasão alienígena da década de 50 se mostra só mais um exemplo. Quer ver? O que acontecia nos EUA naquela época? Guerra fria, medo do comunismo, Macartismo, paranóia referente à invasão e infiltração. O que mostravam os filmes de alienígena nas telonas? Invasão, infiltração, controle de mentes, ataque aos EUA e 90% das ameaças vindo de Marte – o planeta vermelho. Um exercício ainda mais legal (ou não, porque ambos os filmes são péssimos): compare o sentimento de paranóia do original, com a mensagem ambientalóide de O dia em que a Terra Parou (OITO PIZURK? OITO?).
Mas voltando ao filme, Vampiros de Almas tem uma importância para o gênero Terror/Sci-Fi, equivalente ao que O Poderoso Chefão teve para os filmes de máfia, ou Tubarão para os blockbusters. E não é a toa: unindo uma direção carregada de tensão e objetividade, um roteiro extremamente paranóico (pessoas sendo substituídas, por clones que conservam todas as lembranças) e um momento histórico propício (com todo mundo paranóico, antes mesmo de entrar na sala de cinema), a obra se consagrou um dos maiores e mais fundamentais clássicos do gênero.
Ganhou um remake muito bom em 1978, dirigido por Philip Kaufman, e um bem fraquinho em 2007 estrelado por Nicole “Minha atuação varia conforme a lua” Kidman e Daniel Craig.

Alien – O Oitavo Passageiro

(Ridley Scott, 1979)

A única obra da lista a constar em nosso Top 100, Alien carrega todas as honrarias que tal título lhe reserva. O clima claustrofóbico e extremamente artificial, junto ao sentimento de “armadilha”, tornam Alien um dos filmes mais tensos já feitos. Some isso a um conjunto de pequenas felicidades, que somadas tornam a obra magistral – a direção inspirada de Ridley Scott, a atuação marcante de Sigourney Weaver, um dos melhores trailers da história do cinema e o lendário Alien de H.R.Giger. Obrigatório para quem gosta e quem não gosta do gênero.

Enigma de outro mundo

(John Carpenter, 1982)

E.T. – O Extra-Terreste havia acabado de sair, e como vocês podem imaginar, todos estavam babando por aquela figura carismática. Menos John Carpenter. Nesse mesmo ano, o diretor de Halloween fez um remake melhor e não muito fiel, do bom O Monstro do Ártico, de 1951, e atingiu o auge de sua carreira, apesar do fracasso nas bilheterias. A história do vírus replicante nos confins do ártico é quase uma recriação de Alien, o que só acaba por comprovar que a fórmula “claustrofobia + paranóia” encaixa muito bem nessa temática. Além disso, o filme protagonizado por um Kurt Russel novinho, me fez pensar em algo. Sendo um dos filmes que mais assisti no Cinema em Casa, me pergunto – quando voltaremos a ver uma emissora com culhões de passar um filme gore como esse no meio da tarde? Trocar filmes chocantes/perturbadores por filmes de relacionamento “teen”, só me leva a crer que a juventude puta falta de sacanagem é culpa nossa.

Aliens – O Resgate

(James Cameron, 1986)

Considerado em inúmeras votações, a melhor sequência da história do cinema (De Volta Para o Futuro II e Poderoso Chefão II querem falar com vocês) o 3o filme da quatrilogia Alien, joga por água abaixo aquele clima de tensão e abraça a artilharia pesada. Estamos falando do diretor de Exterminador do Futuro e True Lies, afinal. Na obra, Ellen Ripley (Sigourney Weaver revivendo o papel, e sendo indicada ao Oscar dessa vez) encarna de vez o arquétipo de heroína e vai salvar um bando de famílias de uma invasão de Aliens (lembrando que apenas um já causou MUITO estrago). Um clássico da ficção científica, que acaba por ser didático – demonstrando como diferenciar um filme de ficção feito pelo diretor de Blade Runner, e outro dirigido pelo megalomaníaco de Exterminador do Futuro I e II, e Pocahontas: Smurfs with Guns version.

Agora vou torcer um pouco pro Pizurk ser abduzido. Se isso não acontecer, semana que vem, abordaremos outro tema clássico do terror.
GO ALIENS GO!

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