Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’roll Salvou Hollywood (Peter Biskind)
Taí um livro que há muito eu via para comprar e tinha vontade de ler, então finalmente criei vergonha na cara e resolvi ver o que caralhos tem de interessante no cinema de 1960 até 1980. Bem, já que esse parágrafo introdutório tem que ficar maior, digo que rolou, segundo o livro, muito sexo, dorgas drogas e praticamente nenhum rock ‘n’ roll.
Eu queria ler este livro por um motivo bem simples: Entender um pouco mais de cinema. De certa forma consegui, mas já adianto que se você espera entender melhor o cenário filmístico atual, pode esquecer: O livro trata do final dos anos 60, indo até o começo dos anos 80. Ou seja, como diz o título original, de Easy Rider até Touro Indomável (Porque aqui no Brasil inverteram o título com o subtítulo), sendo que o livro foi escrito em 1998, praticamente 15 anos atrás.
Uma coisa que o livro deixa bem claro é que todo período analisado foi “a década dos diretores”. Pois é, passamos por Peter Bogdanovich, Francis Ford Coppola, William Friedkin, George Lucas, Hal Ashby, Martin Scorsese, Steven Spielberg, Warren Beatty e vários outros diretores “fodões”, e basicamente todos eles compartilham uma qualidade: São uns completos babacas. Se vocês acham esses caras babacas, cês não sabem de nada.
Sendo um livro de bastidores, fatos importantes (Como cenas cortadas e mudanças de roteiro) e curiosidades tem um grande espaço, mas o que chama atenção mesmo são as entrevistas devidamente editadas que uma caralhada de gente deu para o livro. São figurinistas, atores, diretos, montadores, atores e produtores, falando sobre os filmes, sobre as pessoas e sobre o perído, e o sentimento geral é de “esse cara é um idiota filho da puta, mesmo sendo genial”.
Aliás, se você é do tipo que glorifica Coppola, Scorsese e vários outros, este livro é uma enrabada no seu cu, e a seco. Hollywood, ao menos naquele período, se reduzia à “diretores genias”, drogas, sexo e uma infinita briguinha de egos, para ver quem era o mais fodelão. Era ridículo, simples assim. E todos os entrevistados (Eu não contei, mas passa de 80) afirmam isso, mesmo dizendo em seguida que foram “anos incríveis”. É, basicamente uma relação de amor e ódio, e isso em praticamente todas as relações tratadas no livro.
Algo que tenho a dizer sobre este livro, é justamente sobre o livro em si. Não sei se a culpa é do editor, da tradutora, do livro original (Provavelmente é de todos eles), mas este livro é absolutamente ruim, tanto em edição quanto em gramática. Também não fiquei contando, mas se você pegar uma tira de papel e escrever a quantidade de vírgulas que faltou neste livro, dá para dar três voltas e um quarto na Terra: Inúmeras vezes tive de reler trechos por não entender o que estava escrito alí. Além disso, na parte em que há as fotos (Você sabe, aquela parte normalmente no meio do livro – que poderia ser a cada capítulo – em que o papel é diferente e há algumas fotos), a coisa toda está fora de ordem. Sério, o mínimo que se pede é uma organização decente. E só para encerrar parágrafo, a gramatura de todo o livro poderia ser maior (Mas aí sou só eu sendo chato).
Enfim… Leiam este livro…? Sim… Leiam sim. Por pior que seja a edição e por mais que seus sonhos quanto a essa geração sejam destruídos, vale à pena conhecer mais sobre o que foi Hollywood desse período. Vai te fazer entender um pouco melhor porque as coisas hoje estão como estão, vai te mostrar que dar poder demais ao diretor é uma merda e vei te ensinar que todos aqueles filmes “geniais” são apenas filmes (E em grande parte, golpes de sorte).
Eu queria, neste texto, falar mais sobre os casos específicos, os atores (Como o Jack Nicholson, que tem um espaço gigante no livro), as equipes de produção, os próprios produtores (Porque no fim das contas, quem dá as cartas são eles) e até mesmo sobre a Família Manson (Google it, FDP.), mas sinceramente, eu passaria os próximos três anos aqui. Então, leiam o livro, vai explicar bastante coisa, contar bastante coisa e, quem sabe, mostrar que o cinema de merda de hoje não é tão nossa culpa assim.
Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’roll Salvou Hollywood: Easy Riders, Raging Bulls
Easy Riders, Raging Bulls: How the Sex-Drugs-and Rock ‘N Roll Generation Saved Hollywood
Ano de Edição: 2009
Autor: Peter Biskind
Número de Páginas: 520
Editora: Editora Intrínseca
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